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A importância de ser digital first

A Covid-19 mudou as regras do jogo quando o assunto é transformação digital. Ao acelerar o processo de digitalização de clientes, trabalho, negócios e processos, a pandemia obrigou as empresas a rever estratégias e prioridades. E todas essas mudanças precisam ser feitas de modo ágil e consciente. O problema é que, como não há diretrizes simples para essa mudança para o digital, muitas organizações tomam medidas apressadas, sem uma definição clara de para onde estão seguindo. Diante disso, cabe a reflexão: será que sua empresa está adaptada, de fato, para adoção de modelos de operação e negócios mais digitais? Como avançar nessa transição? 

O “novo normal” provocou impacto dentro e fora das empresas. Do lado de fora, as organizações viram os consumidores serem altamente transformados. Eles estão mais digitais, independentemente da idade, e consumindo mais produtos digitais e experimentando novas formas de interação com as marcas. Esse comportamento gerou impactos em produtos e serviços de grandes, médias, micro e pequenas empresas. 

Internamente, a aceleração da transformação digital tem exigido uma reorganização profunda nos modelos de trabalho das companhias, que agora precisam ser mais digitais em todas as etapas, de modo que a operação seja mais flexível, ágil e conectada à nuvem. Em outras palavras, é preciso ser uma organização Digital First, ou seja, adotar o mais alto nível possível de modalidade de trabalho digital.  

O conceito de Digital First criado pela GFT está baseado em três pilares: 

  • Experiência do Cliente:  

Maior produtividade 

Mais qualidade 

Agilidade na gestão do cliente 

“On time” e “On demand” 

  • Experiência Profissional  

Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional 

Melhoria da qualidade de vida 

Redução do tempo de deslocamento proporcionada pelo trabalho remoto 

Mais tempo para aprendizado contínuo 

Flexibilidade 

  • Experiência para a GFT  

Atrair os melhores talentos do mercado 

Ser mais competitiva 

Melhorar a eficiência profissional 

Nesta entrevista ao Experience Club, Marco Santos, presidente da GFT para Estados Unidos e América Latina, fala mais sobre o conceito de Digital First:  

Smart work e adaptabilidade 

Ser Digital First é estar preparado para situações imprevisíveis. É ter o mindset de empresa ágil, algo que se reflete no uso de estratégias, ferramentas e metodologias que possibilitem que a organização se adapte rapidamente e tenha flexibilidade para rever processos e sua forma de operar diante de alguma mudança brusca de cenário.  

Por ter uma cultura fortemente apoiada nos princípios da agilidade, a GFT estava pronta para lidar com os novos desafios trazidos pela pandemia, garantindo a qualidade no atendimento e nas entregas para os clientes, assim como a segurança e o bem-estar dos colaboradores.    

Com a necessidade de isolamento social, a partir de março de 2020, a estratégia adotada pela empresa foi colocar em ação um modelo de smart work, construído a partir de referências internacionais, com toda a empresa funcionando como uma espécie de plataforma digital de trabalho. Isso foi possível graças a sistemas e processos de colaboração na nuvem, com 100% das equipes em trabalho remoto e seguindo metodologias ágeis, o que elevou a produtividade e gerou feedbacks positivos dos clientes.  

Para garantir o engajamento, a produtividade e o alinhamento de propósitos com as equipes, a comunicação foi elemento-chave no processo. Por meio de reuniões frequentes com o board e a direção da companhia, líderes e gestores de todas as áreas puderam compreender o rumo que a companhia pretendia seguir e o que se esperava deles em todo esse processo – também houve treinamentos sobre liderança a distância.  

A aceleração da transformação digital demandou também novos processos na área de recursos humanos, com análises inovadoras de skills e onboarding totalmente remotos – a GFT contratou mais de 300 novos colaboradores neste período.   

A empresa também revisou os planos de saúde contratados para que os colaboradores e suas famílias passassem a contar com o serviço de atendimento psicológico. “Além disso, criamos novos canais de escuta por meio do RH, para que as pessoas pudessem conversar sobre o que estavam sentindo. O trabalho também envolveu diversas outras ações, como palestras e workshops”, afirma Rubem Poli Swensson, COO e Diretor de Projetos Internacionais da GFT.       

O modelo de smart work, baseado na combinação de segurança, metodologias ágeis e melhores práticas de gestão e de liderança, ajudou a GFT a ser escolhida em 2020, pela Great Place to Work, como uma das melhores empresas para trabalhar. E um dos grandes aprendizados proporcionados pela pandemia na gestão de talentos é o fato de que o anywhere office permitiu aumentar a diversidade das equipes, pois se tornou viável contar com mais profissionais que podem estar em qualquer lugar do Brasil e do mundo, como explica Rubem Poli Swensson.

O case open banking  

Ter um DNA de empresa ágil e Digital First foi fundamental para a GFT executar com sucesso, mesmo com todos os desafios e limitações impostos pela pandemia, o projeto mais disruptivo do setor bancário em décadas: o desenvolvimento do open banking no Brasil, um ambiente que permite a integração e o compartilhamento de dados bancários, a partir do consentimento dos clientes.  

Em julho de 2020, a empresa foi escolhida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para conduzir a 1º fase de implantação desse projeto no país. A função da GFT é auxiliar nas definições dos padrões tecnológicos e procedimentos operacionais do open banking, por meio de mecanismos que, de maneira segura e controlada, garantam a validação, a autorização e a autenticação de cada acesso nesse tipo de transação.  

Forte tendência para os próximos anos, o open banking deve mudar a maneira como o mercado financeiro funciona, com impacto na atuação de bancos, fintechs e outros segmentos relacionados. Ele é um tipo de plataforma que possibilita a integração de APIs. Esse sistema permite que outras empresas e serviços acessem as informações dos clientes – de forma autorizada –, com base no conceito de que os dados bancários pertencem aos consumidores, e não às instituições. O open banking vai beneficiar o consumidor final em vários aspectos, como na questão do crédito e redução de custos financeiros, entre outros fatores. 

A experiência com o mercado financeiro, dentro e fora do País, foi um fator muito importante para que a GFT vencesse a concorrência aberta pela Febraban. No exterior, a companhia foi a responsável, por exemplo, pela implantação do open banking do Reino Unido.  

Mesmo com todo esse know-how, a implantação do projeto contou com desafios extras por causa da pandemia. A começar pelo fato de que, em razão da quarentena, todo o processo teve de ser feito a distância e sem contato pessoal entre os profissionais envolvidos. Isso quer dizer, embora a companhia esteja habituada a projetos conduzidos de forma remota, o desafio foi o criar mecanismos para que as diferentes equipes – que incluíam pessoas da Febraban, dos bancos e profissionais de outros países, como a Espanha – interagissem e conseguissem deixar a criatividade fluir.  

Para executar o projeto no prazo estipulado – oito semanas –, a GFT criou um grande time multidisciplinar, com especialistas em UX, APIs, segurança e informações bancárias, arquitetos de software e profissionais estrangeiros que participaram de projetos de open banking na Europa, além de experientes profissionais brasileiros. Sérgio Favarin, diretor-executivo e head de capital markets da GFT, fala sobre a importância da mentalidade ágil durante todo esse processo e sobre as estratégias para integrar toda a equipe remotamente.    

Como observa Favarin, o trabalho remoto impõe também o cuidado para manter o equilíbrio entre as atividades profissionais e a vida pessoal. Por isso é importante que as lideranças criem procedimentos e organizem o processo para que evitar que haja uma sobrecarga de trabalho para os colaboradores, o que afetaria o bem-estar das pessoas. “Como companhia, olhamos muito para esse lado, que vai além da psicologia. É incentivar os colaboradores a terem uma rotina, com horário para almoçar, começar e terminar de trabalhar”, diz, destacando os benefícios do home office. “A pandemia fez com que as empresas percebessem que o trabalho remoto funciona. É possível ser muito mais produtivo. É preciso apenas lidar com ele da forma correta, para não extrapolar e, assim, não comprometer o equilíbrio entre vida pessoal e profissional”.  

Texto: Clayton Melo 

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