Guilherme Freire mostra como filósofos gregos dialogam com o mundo dos negócios atual
Como aplicar a cultura clássica, da Grécia Antiga, os ensinamentos de Platão, Sócrates e Aristóteles, na gestão dos negócios de hoje? É essa a proposta do filósofo, professor e palestrante Guilherme Freire, do Grupo Em Busca da Verdade, no terceiro dia do Fórum CEO Brasil, realizado pelo Experience Club no Tivoli Ecoresort Praia do Forte, na Bahia.
Freire começou a estudar filosofia quando fazia a faculdade de Direito e entrou em crise existencial com o ambiente da faculdade, “com muitas festas e pouco estudo”. Encontrou um livro de Platão na biblioteca da faculdade, se identificou e trocou de curso. Criou um canal no YouTube, Filosofia do Zero, e começou a angariar seguidores. “Minha missão era levar filosofia para quem nunca tinha estudado. Comecei a dar mentoria para as pessoas e começamos a organizar jantares para empresários”, contou no palco.
Ele defende que a lógica aristotélica pode ser aplicada no mundo atual. “Aristóteles teve uma enorme influência na civilização ocidental, foi mentor de Alexandre, o Grande”, contou Freire. Na filosofia aristotélica, disse ele, apenas o homem que é senhor de suas paixões é apto a liderar, e ele vai olhar para as quatro virtudes: temperança (se controlar em relação aos prazeres, fazer exercícios físicos e se alimentar bem), fortaleza (ter coragem, paciência, perseverança, resiliência), justiça (hierarquia, equilíbrio, honrar os pais, religião) e prudência, que é a virtude do líder sábio. “Hoje estamos obcecados por duas palavras: igualdade e diversidade. A alternativa da cultura clássica é unir os elementos comuns entre todos”, afirmou.
“República e democracia, na acepção clássica, são opostas”, disse. “Na República de Platão, quando as pessoas estão bêbadas na rua, quando o crime tomou conta, quando ninguém governa e ninguém tem responsabilidade, o nome que Platão dá para isso é democracia. Ele diz que democracia é o caos completo.”
Aplicado ao ciclo empresarial, ele diz que esses conceitos clássicos significam que a empresa é criada como uma monarquia heroica – uma pessoa faz tudo – e conforme vai crescendo, o fundador tem que se cercar de pessoas de excelência. Pela aristocracia clássica, em seu auge vira uma monarquia mista (o dono ou CEO faz o papel do monarca). Em seguida vem o declínio, quando a empresa entra na fase de oligarquia (tirania), que é a fase em que se torna burocrática, e a decadência maior é quando chega à democracia, pelo conceito aristotélico.
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