IBM e Ferrari lançam aplicativo turbinado por AI para engajar fãs de F1

Monica Miglio Pedrosa
Na semana em que acontece o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, a IBM realizou a edição brasileira de um evento global que apresentou os resultados da parceria oficial com a Ferrari nas áreas de inteligência artificial, dados, consultoria de tecnologia e engajamento de fãs. O destaque do encontro, realizado ontem no Palácio Tangará — hotel que hospeda os pilotos da Fórmula 1 —, foi a nova versão do aplicativo oficial da escuderia italiana. O diferencial do app está no uso de IA e dados para personalizar a experiência e aumentar o engajamento dos torcedores.
Entre as novidades estão recursos como o Race Center e o Racing Insights, desenvolvidos com o IBM watsonx, que permitem aos usuários explorar conteúdos gerados por IA, acessar insights de corrida em tempo real e comparativos históricos de performance. Para construir o novo aplicativo, a IBM investiu em um benchmarking com mais de 24 concorrentes, fez pesquisas com usuários e desenhou uma nova estratégia de conteúdo, além de adotar uma arquitetura segura e escalável.
A companhia também se baseou nos resultados do IBM Institute for Business Value (IBV), pesquisa realizada com mais de 20 mil fãs em 12 países, incluindo o Brasil, que revelou que 70% dos brasileiros reconhecem o valor da tecnologia em suas experiências esportivas e 63% confiam em conteúdo esportivo gerado por IA. “Usamos no app uma combinação de dados históricos da Ferrari, telemetria, performance, engenharia e informações em tempo real das corridas, além de dados sobre as interações dos usuários”, explica Fabrício Lira, Diretor de IA e Dados da IBM Brasil.

Outra preocupação no desenvolvimento do app foi oferecer experiências que agradassem diferentes perfis de fãs, desde os que têm interesse por conteúdo mais técnico, até os que se interessam pelo relacionamento com os pilotos. “Estamos usando modelos LLMs multilinguais que permitem que o usuário acesse a informação em seu próprio idioma”, explica Claudia Nolla, executiva de Transformação Digital e Soluções Cognitivas da IBM.
Até o momento, o novo aplicativo da Ferrari registrou aumento de 41% no número de downloads e crescimento de 22% em usuários ativos diários. “Nosso objetivo é chegar a 1 milhão de downloads em 2025 e triplicar a quantidade de usuários. Para 2026, queremos dobrar essa meta”, afirma Cláudia.
Joaquim Campos, Vice-Presidente de Software da IBM América Latina, aproveitou o evento para mostrar como a empresa vem aplicando internamente a mesma tecnologia que leva a clientes como a Ferrari. Segundo ele, a adoção da IA em diversas áreas da IBM já gerou ganhos expressivos de produtividade e redução de custos. “Ao final de 2024, com um pouco mais de um ano e meio de trabalho, conseguimos gerar US$ 3,5 bilhões em eficiência, e até dezembro de 2025 esse número deve chegar a US$ 4,5 bilhões”, afirmou.
Além das economias, Campos destacou que o uso estratégico da IA possibilitou à empresa alcançar US$ 12,7 bilhões em free cash flow, o que viabilizou a aquisição de mais de 40 companhias voltadas a dados, automação e inteligência artificial.
Histórias da F1
Além das apresentações dos executivos da IBM, dois bate-papos com celebridades do automobilismo encerraram o evento. O primeiro teve a participação de Christian Fittipaldi, ex-piloto de F1, que compartilhou histórias sobre os altos e baixos da carreira de 38 anos dedicados às pistas.

Ele relembrou o salto tecnológico que presenciou no automobilismo, tanto no suporte ao piloto e às equipes quanto na relação com o público. “A interação digital faz as pessoas se sentirem parte da corrida, algo que não existia no meu tempo”, contou.
Em um dos momentos, o ex-piloto se emocionou ao recordar uma conversa com o pai, Wilson Fittipaldi. “Perguntei o que ele teria feito diferente, e ele me respondeu: ‘absolutamente nada’. Algo que me marcou muito”, disse.
A jovem piloto Aurélia Nobels também subiu ao palco para contar sua trajetória e o sonho de chegar à Fórmula 1. Aos 18 anos, ela faz parte do programa Academia de Pilotos da Ferrari (Ferrari Driver Academy) e se apaixonou por pilotar carros aos 10 anos. Ela falou sobre o papel das mulheres no esporte e a importância delas “escolherem ser o que quiserem”. Aurélia almeja ser a primeira brasileira a pilotar uma Ferrari na F1.
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