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Marco Stefanini vai a Davos para falar sobre AI na América Latina

Um dos mais importantes pioneiros da tecnologia brasileira no mundo, Marco Stefanini acredita que a Inteligência Artificial pode ser uma oportunidade de ouro para América Latina no ambiente global da inovação. O fundador da empresa que leva seu nome, presente hoje em mais de 40 países, falará sobre o assunto em um almoço na próxima quarta-feira, 22, durante o Fórum Econômico Mundial.

No encontro realizado na cidade suíça será feito o lançamento do estudo inédito INSEAD GTCI REPORT, com um amplo panorama do cenário tecnológico mundial. O empresário é colaborador do artigo, assinando o segundo capítulo sobre Latam ao lado de Fábio Caversan, engenheiro-chefe da Woopi, empresa de AI da Stefanini em operação há três anos nos Estados Unidos. Em entrevista ao Experience Club, Stefanini deu um spoiler sobre sua participação em Davos: 

Quais serão as linhas gerais da sua apresentação no Fórum Mundial?

A nossa visão é a de que a América Latina tem uma oportunidade histórica para se transformar em uma fonte de recursos técnicos para Inteligência Artificial, considerando as mudanças no modelo de prestação de serviços de tecnologia no mundo.

Que fatores beneficiam a América Latina neste momento?

Aquele modelo indiano de offshore, muito hierárquico, de procedimentos rígidos – o sistema em cascata (waterfall), como a gente costuma dizer – não está funcionando como antes. Hoje, com a cultura de desenvolvimento em squads agile, e outros métodos mais flexíveis, ganha muita força o conceito de nearshore, no mesmo fuso horário. Para a Inteligência Artificial, a questão cultural também conta muito. Equipes no mesmo time zone costumam ter mais proximidade cultural, o que é muito importante em termos de UX, por exemplo. É muito difícil para uma equipe na Ásia entender as funcionalidades de um aplicativo que está sendo feito para usuários do outro lado do mundo.

Mas a região está preparada para aproveitar essa oportunidade?

O maior desafio da América Latina será fazer a sua lição de casa. No caso do Brasil, por exemplo, nós sempre tivemos uma força de trabalho boa na área de tecnologia, apesar das enormes deficiências na educação básica. Pensando como região, somente os cinco maiores países – Brasil, México, Colômbia, Peru e Argentina – nós estamos falando de quase meio bilhão de pessoas. É uma massa crítica muito importante que nos dá peso em um contexto global como que vamos abordar em Davos. O que precisamos é fazer um investimento brutal na educação voltada à tecnologia, se não quisermos ficar de fora desse novo ciclo tecnológico que está se abrindo no mundo.

Texto: Arnaldo Comin

Imagem: Divulgação

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