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Permissão para falar: Empoderar vozes, começando com você

Permissão Para Falar

Autora: Samara Bay

Ideias centrais:

1 – Um organismo que respira bem se ouve pensar. Sua voz sairá mais encorpada, com mais ressonância, cor e expressão, o que significa que seu público não apenas ouvirá melhor, mas a verá melhor. Sua voz vai soar confiante.

2 – Quando suprimimos deliberadamente nossa conexão emocional com o que estamos dizendo, limitamos a altura da nossa voz, nosso tom e expressividade. Nós nos escondemos e também limitamos os sentimentos que poderíamos suscitar nos ouvintes.

3 – A empresa de consultoria de liderança Zenner/Volkman analisou mais de 70 mil líderes empresariais para entender se é mais eficaz liderar com características associadas à potência ou à cordialidade. Pessoas em cargos mais elevados lideram com mais cordialidade.

4 – Você pode ter um sotaque irritante. Pode sentir que não está usando sua voz de maneira correta. O desafio é você tentar desenvolver uma relação afável, amistosa com sua voz, à medida que a explora.

5 – Se você tem receio de se perder nas palavras num momento importante, reserve um tempo, antes de falar, para anotar no papel palavras ou frases que causem impacto e que ajudarão a transmitir a sua ideia.

6 – Você pode usar todas as outras ferramentas deste livro para se preparar para o momento de falar, mas elas não vão resolver o caos interno nem permitir que sua voz ressoe, sem essa ferramenta final: tenha o foco de ajudar os outros.

Sobre a autora:

Samara Bay é preparadora de dialetos para atores de TV e cinema e instrutora vocal e de comunicação. Também apresenta o podcast Permission to Speak with Samara Bay. Uma das preocupações de Samara é preparar as mulheres na tarefa de falar em público e assim empoderá-las nas novas responsabilidades que estão assumindo na sociedade. No entanto, as ferramentas que apresenta para o bom êxito em palestras servem também para os homens, para as pessoas em geral.

Introdução:

Se fizer um curso para desenvolver uma “presença executiva” ou uma pesquisa para saber como falar como um líder, o conselho será duvidosamente consistente. Vão recomendar que mantenha a voz “baixa” e “firme”. Que evite ficar “emotiva” ou “falar cantando”, que “aprume” as palavras, que não “eleve o tom” ao final de cada frase, que mantenha um ritmo controlado, em cerca de “75% do seu normal”. Esse é o padrão, é como o poder tradicionalmente soa.

Este livro é para o resto de nós. É para aquelas de nós que também gostariam de saber como é simplesmente dizer aquilo que temos a dizer. É para aquelas que se perguntam: é possível? É possível conseguir se expressar de verdade, como uma pessoa completa e coerente, em sincronia com o corpo e a voz, pronta para enviar a sua mensagem, dominar o recinto e sentir uma alegria absurda ao falar em público? Alegria, afinal, é o que esses padrões roubam de nós – a possibilidade de nos divertirmos quando falamos. A ansiedade em relação à maneira como falamos nos distrai da possibilidade de amar o público e deixar que ele nos ame de volta sem preocupações.

Capítulo 1 – Respiração

Porque a questão é: quando você respira bem fundo, o ar de fora é sugado para dentro do corpo, e emerge uma fração de segundo depois como você – como suas esperanças e seus sonhos, suas fúrias e alegrias. Suas demandas. Obviamente, todos precisamos de ar para permanecer vivos, mas cada um de nós também precisa de ar para ativar nossas fúrias e alegrias, e devemos acioná-las se quisermos mudar a história. É assim que reformulamos a mitologia sobre quem pode falar em público e como a voz deve soar. É assim que nos tornamos nossas próprias heroínas. Meu desejo é que, quando as apostas forem extremamente altas, você esteja pronta para respirar fundo e se soltar.

Eis o que vai acontecer se você abrir as portas do inferno que eu mencionei anteriormente e contrair seu diafragma em cada ciclo respiratório para que o ar entre em seus pulmões: você sentirá mais de tudo. Será capaz de acessar sua intuição, compreender o que está acontecendo e atentar ao momento em que receber novas informações. Um organismo que respira bem se ouve pensar. Como resultado, você vai surpreender a si mesma e a seus ouvintes. Pode parecer perigoso. Muitas coisas vão mudar. Mas sua voz sairá mais encorpada, com mais ressonância, cor e expressão, o que significa que seu público não apenas ouvirá melhor, mas a verá melhor. Sua voz vai soar confiante. Você vai se sentir poderosa. E será mais poderosa.

Respirar fundo e falar é rejeitar os arquétipos que nunca aceitamos e que não nos cabem agora. Se respirarmos profundamente, nos permitirmos ver e ouvir, se de fato nos tornarmos reconhecíveis, estamos começando um poderoso ato de mudança social. Estaremos rompendo com a tradição (talvez até com a tradição de nossa própria família), mudando a história, sendo radicais e revolucionárias – quando, sinceramente, tudo o que queríamos fazer era apenas dizer o que estávamos pensando.

Capítulo 2 – Dimensão

O modo como nós falamos durante o discurso é tão importante, se não mais, do que a maneira como começamos a falar. Trata-se de assumir a responsabilidade por todo o percurso até terminar de falar. A alternativa é algo como: “Acredito profundamente nisso… mas, tipo, talvez não, o que você acha?”. A segunda parte do nosso discurso é onde as coisas ficam interessantes, porque, no projeto de ocupar espaço com nosso discurso, a prova está no final. É quando revelamos, geralmente sem querer, se viemos prontas para a batalha. De certa forma, o primeiro capítulo deste livro já foi sobre tamanho – o que é exigido do nosso corpo quando estamos nos preparando para falar para muitas pessoas ou apenas para uma pessoa importante, e de quanto fôlego precisamos para fazer isso. Respirar bem é uma grande conquista. Mas, quando nossas palavras atingem o ar, novas provações nos aguardam. Escrevi sobre deixar seu corpo se expandir no espaço real que habita, com a respiração, mesmo quando se está sendo observada; aqui, quero que você considere que seu discurso funciona da mesma maneira.

Em um dos estudos de 2014, financiado pela Fuqua School of Business, da Universidade de Duke, pesquisadores concluíram que, “em uma grande amostra nacional de adultos americanos, descobrimos que a voz crepitante é interpretada de maneira negativa. Em relação a uma voz normal, vozes femininas adultas jovens que apresentam o som crepitante são percebidas como menos competentes, menos educadas, menos confiáveis, menos atraentes e menos prováveis de serem contratadas”. Se você quer ser contratada, esses dados são importantes, mesmo que sejam baseados em preconceito vocal.

Por fim, existe um hábito que se encontra fora de tendências vocais específicas, mas sustenta todas elas – o hábito das mulheres de se desculparem. Bastante. Provavelmente podemos apontar exemplos de desculpas excessivas saindo de nossa própria boca ou da boca de outras mulheres que conhecemos. Tenho uma amiga chamada Mandy que é uma organizadora comunitária e ativista. Recentemente, participei de uma reunião que ela iniciou pedindo desculpas, sem nenhum motivo. Ela não tinha se atrasado, não estava mal preparada, mas pedia desculpas…

Capítulo 3 – Emoção

O escritor e produtor Alain de Botton disse: “O que constrói a conexão é o conhecimento de sua própria vulnerabilidade e o reconhecimento da vulnerabilidade do outro”. Vulnerabilidade é o ato de mostrar o coração que estamos acostumadas a esconder.

E a maneira mais segura de fazer isso é mostrar às pessoas que você se importa. Se importar, e demonstrar isso, é um ato de extrema vulnerabilidade e coragem. Exige o tipo de coragem que faz os ouvintes se animarem e a ser mais corajosos também. O oposto da neutralidade.  O oposto de divergir com piadas. É algo perigoso e emocionante. Quando você reivindica o que é importante, revela os buracos em sua armadura e transforma suas conversas em confiança, conexão e amor; é uma alquimia.

Quando suprimimos deliberadamente nossa conexão emocional com o que estamos dizendo, limitamos a altura da nossa voz, nosso tom e nossa expressividade. Nós nos escondemos. E, de maneira inevitável, também limitamos quantos sentimentos vamos despertar em nossos ouvintes. Se esse for o objetivo, ótimo. Se seus superiores forem como os de Petra e a situação exigir que você faça isso, faça. Mas o que importa para mim são as outras vozes; o importante é você se tornar a versão mais poderosa e potente de si mesma.

A melhor maneira de entrar em contato com suas emoções é interagir com seu corpo. Você pode se mexer (como está escrito na minha caneca favorita: “Na dúvida, vá dançar”) ou se centralizar. A principal diferença entre meu trabalho com atores e com pessoas de outras áreas é que passo grande parte da sessão com não atores tentando fazer com que eles soltem o corpo e a mente o suficiente para que consigam se surpreender, crescer e mudar. Os atores têm mais prática nisso. Pode ser difícil para você se permitir brincar, se movimentar de forma estranha e não se julgar, parar de tentar controlar tudo e agir somente com o coração.

Capítulo 4 – Altura

Devemos nos livrar desse impulso de nos salvar a nós mesmas. Você pode perguntar como fazer isso. A resposta está na altura da sua voz. A altura é a trajetória da fala. As inflexões ascendentes e descendentes que nosso incrível aparelho vocal desenvolveu ao longo de milhares de anos deixam perceptível quando cedemos ou não às nossas dúvidas. Para resumir: quando falamos com animação, ampliamos nosso tom; quando ficamos com medo, nós o neutralizamos. A fala se torna monótona. A voz se esconde na garganta, e, sem as ferramentas e a coragem para soltá-la, renunciamos às notas agudas e graves que naturalmente usaríamos se estivéssemos com nossas pessoas favoritas no mundo, aquelas com relação às quais sentimos que não temos nada a provar.

Eu ouvi a Dra. Runyan falar de exercícios básicos como acender uma vela ou escutar música, que podem acalmar o sistema nervoso para que o corpo possa trabalhar a seu favor e não contra você. E isso me lembrou de algo que minha mãe costumava dizer quando eu era criança e estava para baixo: “Você não sai de uma crise pensando, você sai de uma crise agindo.

Você pode ouvir música. Mas, ainda melhor, se tiver um lugar reservado onde ficar, dance ao som da música e mova os quadris – os quadris não mentem, como já ouvimos dizer. Mas, falando sério, os quadris são os receptáculos do corpo para sentimentos negativos, portanto movimentá-los pode levar a uma verdadeira sensação de libertação.

Capítulo 5 – Tom

Não podemos controlar os outros, mas podemos controlar nosso tom de voz para convencê-los. Isso não significa que manipular nosso tom seja uma forma de manipulação. Significa que tomar consciência do nosso tom e das nossas opções tonais tem um enorme valor prático para nós e para nossos ouvintes. O tom é a maneira como soamos quando dizemos algo, ele pode ser convidativo, firme, divertido, insatisfeito, animado, desdenhoso. Nietzsche disse: “Muitas vezes, nós nos recusamos a aceitar uma ideia simplesmente porque o tom de voz em que ela foi expressa não nos é agradável.”

O que podemos fazer com esses resultados tão drásticos? A filósofa Kate Manne, da Universidade Cornell, conclui que “a combinação de ser mulher e ser poderosa pode se tornar palatável – mas, para isso, a mulher deve ser percebida como uma pessoa sociável, como parte de uma equipe focada em apoiar outras pessoas”. O tom dela está claro: o estudo é difícil de engolir. Mas, espere um pouco… um integrante de uma equipe que apoia os outros e incentiva a comunidade? Quero trabalhar com pessoas que energizam o coletivo em vez de atropelá-lo, que escolhem a colaboração à competição e o amor ao medo. Andrea [fictícia] me parece uma chefe incrível.

Uma empresa de consultoria de liderança chamada Zenner/Folkman analisou mais de 70 mil líderes empresariais internacionalmente para verificar se poderiam determinar se é mais eficaz liderar com características associadas à potência ou com características associadas à cordialidade. Eles descobriram que líderes de sucesso tendem a exibir medidas iguais de potência e cordialidade, independente do gênero. Mas, surpreendentemente, a empresa também descobriu que as pessoas nos cargos mais elevados – tanto homens quanto mulheres – lideram com mais cordialidade, por uma ampla margem. Talvez isso signifique que você precisa demonstrar competência enquanto progride, mas que, em última instância, acessa o poder real quando trata bem as pessoas, quando as inspira, cultiva confiança, se comunica, recebe feedback com elegância, cresce e muda com coragem, e ajuda os outros a se desenvolverem também. Na verdade, esse tipo de cordialidade me parece uma potência.

Capítulo 6 – Sons

Dedique-se a assumir todas as partes de si mesma. Se vai falar de algum modo, assuma todos os aspectos de sua fala. Não precisa mencionar tudo, mas apresente-se como alguém que não precisa se esconder.

O mesmo vale para sua voz. À medida que você passa a conhecer o som que produz um pouco melhor e reconhece a história de como ele se desenvolveu, considere isso um convite para assumir todos os seus aspectos, os pedacinhos intencionais e os acidentais. Ninguém mais no planeta soa exatamente igual. Você é um experimento humano exatamente onde está, e sua voz é sua hipótese e conclusão.

Você pode ter um sotaque que considera irritante. Pode sentir que não está usando sua voz de maneira correta. Esses sentimentos são válidos. Mas desafio você a tentar desenvolver um relacionamento afável, curioso e espirituoso com sua voz à medida que você se envolve com ela e passa a explorá-la – e isso implica ter um relacionamento afável, curioso e espirituoso com a vida que tem levado.

Afinal de contas, a quem esses padrões ajudam? Observe esta citação do livro de Edith Skinner: “Cada som de vogal é chamado de som puro, e o menor movimento ou mudança em qualquer um dos órgãos da fala durante a formação de uma vogal prejudicará a sua pureza”. O destaque é dela, não meu. Acontece que Skinner foi preparada por um homem chamado William Tilly, um foneticista australiano que literalmente inventou a “boa dicção” por volta de 1900, combinando suas partes favoritas de pronúncias americanas e britânicas – é por isso que às vezes é rotulado como inglês “transatlântico”, como se o sonho elitista de seus clientes fosse falar como se tivessem sido criados em um barco flutuando em algum lugar entre a Costa Leste dos Estados Unidos e a Inglaterra.

Capítulo 7 – Palavras

Nossos egos tentam nos fazer acreditar no contrário, que a frase perfeita vai destravar o poder que buscamos. Mas este livro, e, na verdade, a maior parte do trabalho que faço para ajudar os clientes a se permitirem, envolve usar sua voz para se conectar com seu público. Para fazer com que o púbico sinta. Para que se sinta conectado com você, que ouça suas ideias, que faça o que você quer, o que pode até ser o que o público quer também. E conseguir isso muitas vezes não tem a ver com as palavras.

Mas confiar que encontraremos as palavras para moldar nossos pensamentos com a linguagem em geral é melhor quando estamos conversando com nossos amigos do que quando argumentamos com colegas céticos. Não me lembro de uma única vez em que tenha congelado ao falar com um ente querido e não conseguido encontrar a palavra que estava procurando, ou em que eu tenha dito a palavra errada por engano. Porque, se acontecesse, não teria importância. Eu me perdoaria imediatamente, acharia engraçado ou pediria ajuda.  Provavelmente, nem pareceria um erro; eu estaria compartilhando um momento, o que é um dos grandes prazeres da vida. A conversa natural tende a atenuar toda a quimera da “articulação”.

As palavras não são o objetivo final. Elas existem para chegarmos ao objetivo final. Nossa função, quando falamos em público, é ficar diante dos outros e ter coragem suficiente para encontrar palavras para que nossas imagens, nossos sentimentos e planos sejam reconstituídos um dentro do outro. Nossa função é escolher algumas palavras, estendê-las e questionar: Isso funciona? Isso confere sentido ao que não tinha sentido antes? É esse o objetivo das palavras. A imperfeição é a ação; é o que torna a comunicação surpreendente, viva e um esforço coletivo.

Se você tem receio de se perder nas palavras em um momento importante, reserve um segundo antes de abrir a boca para anotar no papel palavras ou frases que causem impacto e que ajudarão a transmitir sua ideia. Pode não ser o conselho mais original, mas nunca ouvi ninguém acrescentar a parte mais importante; confie que as palavras intermediárias não são importantes. Esqueça isso. O que sair vai ser o suficiente.

Capítulo 8 – Heroísmo

Porque a questão é que a solução para superar o nervosismo e a solução para se sentir bem quando falamos de nós mesmas são na verdade as mesmas: o segredo é focar ajudar os outros.

O segredo é mudar o foco para os outros.

Parece uma necessidade de agradar às pessoas, certo? Mas há uma grande diferença entre se sacrificar para deixar os outros confortáveis e oferecer ajuda com generosidade porque você tem algo de que os outros precisam e porque cooperar é algo bom. O primeiro caso deixa você esgotada; o segundo deixa você renovada. Um faz você se sentir uma mártir; o outro, uma heroína. Falar em público é um serviço. Mas só é sustentável se você confiar no fato de que o que está servindo é absolutamente fantástico. Então, você recebe de volta tanto quanto dá.

“Mude o foco para os outros” nos faz refletir sobre o quanto realmente acreditamos que o que estamos oferecendo é bom. O quanto acreditamos que temos valor. Mas perceba que até mesmo o ato de decidir, como um experimento mental, que você está lá para ajudar e que será bem-sucedida, pode modificar seu sistema nervoso, reorganizar sua mente e reajustar o coquetel químico de seu corpo para ter menos inibição e mais permissão.

O truque para defender a si mesma e suas ideias mais preciosas quando se está falando em público é ampliar essa troca – a necessidade, a ajuda, a explosão de hormônios –, mesmo que você não veja os problemas dos outros. Você pode usar todas as outras ferramentas deste livro para se preparar para esse momento, mas elas não vão resolver o caos interno nem permitir que sua voz ressoe sem essa ferramenta final. Tenha sempre a intenção de ajudar. Mude o foco para os outros.

Quando não estamos desesperados para provar a nós mesmos, estamos focados no exterior, estamos vendo e ouvindo, o que ironicamente nos ajuda a ser vistos e ouvidos melhor. Falar em público é fundamentalmente uma questão de ser visto e ouvido, mas também é fundamental ver e ouvir. Quando sentir que está nervosa ou que começa a desistir de contar uma história, sinta o chão sob seus pés, sinta o cheiro do espaço, ouça sua respiração, olhe para as pessoas que você está para ajudar. Faça dos outros na sala o centro de sua atenção.

Permissão Para Falar - Ficha Técnica

Ficha técnica:

Título: Permissão para falar: Empoderar vozes começando com você

Título original: Permission to Speak: How to change What Power Sounds Like, Starting with You

Autora: Samara Bay

Primeira edição: Fontanar

Resumo: Rogério H. Jönck

Edição: Monica Miglio Pedrosa

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