Pixelização do trabalho e liderança mediadora despontam como tendências para o futuro das empresas

As empresas vivem uma pressão constante para se reinventar. A aceleração tecnológica, em especial o impacto da inteligência artificial nos processos de trabalho, a busca de coerência e propósito pela Geração Z e a pixelização do trabalho têm levado as empresas a desenvolver novas estratégias de liderança para lidar com tamanha complexidade. O relatório Randstad Workpulse 2025 detalha as três forças que estão transformando a forma de liderar, aprender e gerar valor nas empresas.
A primeira força dessa transformação vem das expectativas e valores de quem está chegando ao mercado de trabalho. Embora hoje quatro gerações coexistam dentro das organizações, são os jovens profissionais da Geração Z que imprimem o senso de urgência. Eles não buscam por estabilidade, mas coerência, e querem ver evolução, aprendizado e propósito acontecendo de verdade. Não acreditam em promessas e observam antes de se comprometer. Em média, a Geração Z permanece 1,1 ano nas primeiras experiências profissionais, e o principal motivo da mudança é a falta de coerência entre discurso e prática.
Ao mesmo tempo, essa é uma geração que vive o paradoxo entre a busca por sentido e propósito e a pressa por resultados. Essa velocidade tem forçado as empresas a se adaptarem mais rapidamente às transformações. Esses jovens não temem a tecnologia: 55% já utilizam ferramentas de inteligência artificial no trabalho, embora 46% estejam preocupados com o impacto da IA em suas carreiras. Eles recorrem a essa tecnologia para ajudar a montar um plano de carreira, redigir um e-mail difícil ou simular uma negociação.
A geração Z pode parecer impaciente, mas o que a move é seu pragmatismo. Se não há progresso visível, não há motivo para ficar. O que os retém não são discursos de inovação, mas práticas reais de inclusão, propósito e crescimento.”
[Wladimir Parada – Talent Solutions Director Randstad Brasil]
Empresas que implementam ciclos curtos de aprendizado e evolução, com reconhecimento visível, e que tratam a diversidade como métrica e a transparência como prática cotidiana, tendem a reter melhor esses jovens talentos.
Pixelização do trabalho
De acordo com o Workpulse 2025, os ambientes de trabalho com cargos e departamentos rígidos estão sendo substituídos por ecossistemas dinâmicos de habilidades, adaptados a cada projeto e necessidade. A chamada pixelização do trabalho transforma estruturas em redes vivas de colaboração e podem ser a resposta à escassez de talentos enfrentada por 32% das empresas, segundo o Randstad Talent Trends.
O estudo aponta que 83% dos líderes já estão migrando para modelos baseados em habilidades e 46% priorizam estruturas mais fluidas. Nesses ambientes, o que mais importa são as competências que cada profissional consegue mobilizar em contextos e demandas diferentes.
A inteligência artificial é parte essencial dessa mudança, automatizando tarefas previsíveis e liberando espaço para que as pessoas possam focar no que realmente cria valor para o negócio: 84% dos líderes afirmam que a automação libera tempo para tarefas estratégicas. Em estruturas mais fragmentadas, o aprendizado deixa de ser um benefício e passa ser pilar central da cultura organizacional.
Pixelizar é reconhecer que cargos já não definem valor. Enxergar o trabalho como pixels dá velocidade, amplia repertórios e revela potenciais antes invisíveis.”
[Diogo Forghieri – Diretor de Negócios Randstad Enterpresie e Randstad Professional]
Nova Liderança
A terceira força destacada pelo Workpulse 2025 é a transformação do papel da liderança. O modelo tradicional, baseado em controle e previsibilidade, já não é suficiente para conduzir equipes que se remodelam a cada demanda. O líder torna-se, então, o elo entre as pessoas e a tecnologia, dando direção para a ação.
Nesse modelo, a liderança é mediadora e estimula a autonomia, confiando nas pessoas. Equipes que têm segurança psicológica para atuar, sem a necessidade de microgerenciamento e controle do líder, conseguem inovar mais. Os ambientes de trabalho são mais colaborativos e dinâmicos, diferencial para atração de talentos da Geração Z.
O futuro não será conquistado por quem controla, mas por quem sabe integrar. O líder que orquestra gera coesão em meio à fluidez e transforma times fragmentados em uma força viva de inovação.”
[Mônica Souza, Diretora de Negócios Randstad Operational]
O relatório completo do Randstad Workforce 2025 pode ser acessado aqui.
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