Trace Brasil conecta marcas ao público negro

Monica Miglio Pedrosa
Um veículo de mídia negra com mais de 350 milhões de usuários ativos, 25 canais de TV e presença em 190 países. Assim é a Trace, plataforma global dedicada à cultura afro-urbana, fundada há 22 anos por Olivier Laouchez, na França, com o propósito de dar visibilidade ao hip-hop francês que não tinha espaço na grande mídia local. A plataforma chegou ao Brasil em 2019 e, sob o comando de Bruno Batista, alcança hoje 30 milhões de residências por meio de TV a cabo, TV digital e do aplicativo Trace+, de streaming.
Publicitário pela Universidade Metodista de São Paulo, após cursar alguns semestres de Desenho Industrial pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Bruno construiu sua carreira na área de comunicação, passando por agências como WMcCann, Ogilvy, FAV, Sunset e Artplan. Atuou também no Hypeness, adquirido pelo grupo francês Webedia, fundou a consultoria Bold, ajudando agências a se digitalizarem, e integrou o grupo 3C Gaming.
Em 2022, Bruno ingressou na Trace como consultor e, um ano depois, assumiu as posições de CMO (Chief Marketing Officer) e, em seguida, de COO (Chief Operations Officer). Desde junho de 2023, se tornou o CEO da operação brasileira. A trajetória da Trace no país começou com uma parceria com a RedeTV!, exibindo o programa Trace Trends na TV aberta, e depois avançou para a TV por assinatura, em parceria com a Globosat.
Desde que assumiu o comando, Bruno tem liderado uma nova fase da Trace Brasil: “Decidimos voltar ao nosso objetivo original, que é o de revelar novos talentos e articular com as marcas para conectá-las ao público preto. Somos o único canal de cultura negra na televisão brasileira”, afirma.
Além de transmitir conteúdos musicais, filmes e documentários sobre a cultura negra produzidos globalmente, a Trace Brasil é a organizadora do Trace Fest, que acontece em Salvador no próximo dia 7 de novembro, reunindo artistas consagrados internacionalmente como Ronisia, a nova rainha R&B francesa, Pyroman, DJ Gustah e Yan Cloud.
A Trace é o espaço ideal para marcas que desejam se conectar com o público preto e urbano de forma sustentável e genuína.”
Por meio do Trace Studios, a empresa também produz conteúdos originais em 20 países, com distribuição internacional pela plataforma Trace+. No Brasil, o objetivo é expandir parcerias com produtoras independentes e talentos periféricos, levando para as telas narrativas que reflitam a pluralidade da experiência negra e urbana brasileira.
Outro braço é o Trace for Artists, que oferece suporte a artistas independentes em toda as etapas da carreira. É por meio dessa frente que Bruno quer projetar internacionalmente os talentos brasileiros, tanto na frente quanto por trás das câmeras. “Somos representantes do Rema no Brasil, que é hoje o grande astro da música africana, e temos a capacidade de conectar talentos como ele a outras artistas, marcas e ao público brasileiro”, exemplifica.
O modelo de negócios global da Trace é sustentado por publicidade, branded content, patrocínios e distribuição. Como no Brasil a empresa não é remunerada pela distribuição, a estratégia é consolidar a operação como veículo estratégico para marcas que desejam dialogar com a população negra, de forma genuína e consistente. “Embora a população negra seja maioria no Brasil, 94% das pessoas pretas não se sentem representadas nas propagandas das marcas. Estamos falando de um mercado que movimenta R$ 1,7 trilhão”, afirma.
Mais do que patrocínio e venda de espaços em mídia, Bruno aposta na cocriação de projetos que integrem conteúdo, música, arte e educação inclusiva. “A autenticidade é o ativo mais valioso que podemos entregar”, diz. Uma parceria com a ByteDance, dona do TikTok, vai integrar a tecnologia da rede social ao Trace Plus, permitindo ações direcionadas de marcas, maior interação com o público e a descoberta de novos artistas e criadores de conteúdo afro-urbanos, revelando talentos para o mundo.
“A Trace é o espaço ideal para marcas que desejam se conectar com o público afro-urbano, de forma sustentável e genuína. Quando o investimento circula dentro do nosso ecossistema, ele gera impacto, fortalece a cultura e movimenta a economia criativa negra”, conclui Bruno.
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