Startup Nation – A Nação empreendedora
Ideias centrais:
1- É preciso entender a mentalidade israelense. Quando se está acostumado a desenvolver tecnologia para achar terroristas, encontrar fraudes na web se torna bem mais simples. Essa é o segredo da Startup Nation
2- Depois de admitidos no curso, os cadetes da Talpiot [tropa de elite] passam por curso universitário acelerado em Matemática ou Física e são informados sobre todas as ramificações das Forças Armadas de Israel. Quem entra na Talpiot é herói.
3- Ben-Gurion estava concentrado na construção do estado de Israel. Ele era o clássico bitsu’ista, palabra hebraica que significa “pragmático”, mas com acento mais ativista em Ben-Gurion.
4- No centro do primeiro salto da economia israelense, encontra-se uma emblemática inovação social, o Kibbutz, com assentamentos agrícolas solidários.
5- Os dez fundos do Yozma entre 1992 e 1997 levantaram mais de US$ 200 milhões com a ajuda dos financiamentos do governo. Esses fundos, comprados ou privatizados no período de cinco anos, hoje administram mais de 3 bilhões de dólares de capital.
Sobre os autores:
Dan Senor é pesquisador na área de Estudos do Oriente Médio e membro sênior do Council on Foreign Relations (EUA). Tem MBA pela Harvard Business School. Atua como conselheiro de política externa para o governo norte-americano.
Saul Singer é colunista de jornal Jerusalem Post e palestrante internacional. Ao longo de anos tem pesquisado e escrito sobre o Oriente Médio, sendo expert em política e economia da região.
Capítulo 1 – Persistência
Quando Scott Thompson, presidente da PayPal, do grupo eBay, perguntou a Shvat Shaked, da Fraud Sciences, empresa de Israel, como conseguia verificar as fraudes nos cartões de crédito e na internet, este respondeu:
“Nossa ideia é simples. Acreditamos que o mundo se divide entre pessoas boas e pessoas más, o truque para impedir fraudes é distingui-las na rede”.
Curioso, Thompson foi apertando o entrevistado. Como aprenderam a fazer isso? Caçando terroristas. A nossa atividade no exército tinha como objetivo ajudar a capturar terroristas rastreando suas atividades online. Os terroristas movimentam dinheiro na rede com identidades fictícias. O nosso trabalho era encontrá-los online. Isso ajudou a impulsionar a Startup Nation.
Thompson percebeu que estava diante de uma ferramenta verdadeiramente original contra fraudes. Com menos dados ainda do que a PayPal, a Fraud Sciencres era capaz de prever com maior exatidão quem se revelaria ou não um bom cliente. Como é que aquela empresa com 55 pessoas em Israel, com uma teoria maluca sobre bons e maus sujeitos conseguia superar a PayPal? Ele calculou que a Fraud Sciences estava cinco anos à frente da PayPal em eficácia do sistema. Thompson e o estafe da PayPal não titubearam: compraram a empresa, antes que os concorrentes o fizessem.
Eli Barkat, sócio, acreditava que a Fraud Sciences tinha a melhor equipe e a melhor tecnologia para a defesa contra fraudes da internet e nos cartões de crédito. Segundo ele, você precisa entender a mentalidade israelense. Quando se está acostumado a desenvolver tecnologias para achar terroristas – quando inúmeras vidas inocentes pesam na balança – encontrar ladrões torna-se bem mais simples.
Um outro exemplo da presença israelense na tecnologia ocorreu dentro do cenário da Intel que tinha um núcleo de pesquisa em Israel. As pesquisas desenvolvidas apontavam para um novo chip, que revolucionaria a Intel. O novo chip, de 2003, apelidado de Banias foi disponibilizado e distribuído como chip Centrino para laptops. Sua velocidade operacional era apenas um pouco maior do que a metade dos 2,8 giga-hertz dos soberanos chips Pentium para PCs. Mas eram comercializados por mais que o dobro do preço, já que proporcionavam aos usuários de laptops a portabilidade e a velocidade que precisavam.
O desfecho positivo na Intel, porém, ocorreu no final de julho de 2006 quando o CEO Paul Otellini apresentou os chips Core 2 Duo, os sucessores da Intel para o Pentium. Os Core 2 Duo aplicavam o conceito israelense da “grande guinada”, além de outra invenção da Startup Nation denominada “processamento dual core”, que acelerava ainda mais os chips.
Capítulo 2 – Empreendedores no campo de batalha
Na Guerra do Yom Kippur, em 1973, os tanques de Israel foram surpreendidos por uma arma secreta dos egípcios: o Sagger. O Sagger era um míssil teleguido por fibra óptica que podia ser disparado por um único soldado deitado no chão. Seu alcance – a distância na qual podia atingir e destruir um tanque – era de 3.000 metros, 10 vezes mais que o de uma RPG (granadas lança-foguetes). O Sagger era também mais potente e era fornecido aos egípcios pelos russos.
Ser criativo na batalha. Não havia tempo a perder, então era preciso analisar in loco como se defender do novo foguete. Descobriram seu ponto fraco: o foguete Sagger tinha que visualizar o tanque inimigo. Assim, os israelenses criaram uma nova estratégia. Quando algum tanque avistasse uma luz vermelha, todos começavam a movimentar-se ao acaso e ao mesmo tempo disparavam em conjunto na direção do atirador invisível.
Essa liberdade de ação, evidenciada na cultura corporativa analisada no capítulo anterior, é igualmente prevalente, senão mais, entre as forças armadas israelenses. Normalmente, quando se imagina uma cultura militar, pensa-se em hierarquias estritas, em uma obediência inconteste aos superiores. Mas as FDI (Forças Armadas de Israel) não se enquadram nessa caracterização. Vale também lembrar que em Israel praticamente todos servem nas forças armadas, e que tal cultura é incutida nos cidadãos durante o período de dois a três anos de serviço militar compulsório.
Capítulo 4 – Harvard, Princeton e Yale
Enquanto os estudantes de outros países estão preocupados em se decidir sobre qual universidade frequentar, os israelenses avaliam os métodos de diferentes unidades militares. Do mesmo modo como os alunos de nível colegial em praticamente todo o globo pensam nos requisitos necessários para adentrar as melhores e mais conceituadas faculdades, muitos jovens na Startup Nation preparam-se arduamente para terem a chance de ser recrutados pelas unidades de elite das FDI.
Unidades de elite. Embora seja difícil ingressar nas melhores universidades israelenses, o equivalente do país a Harvard, Princeton e Yale são as unidades de elite das FDI. A unidade em que um candidato serviu informa a um possível empregador por qual tipo de processo de seleção ele passou e que conhecimentos técnicos e experiências relevantes poderá levar consigo.
Em Israel, seu histórico acadêmico é, portanto, menos importante do que o histórico militar. Segundo Gil Kerbs, egresso de uma unidade de informações que, depois de sair em busca do Livro [diários de mochileiros em hotéis], engajou-se no setor de capital de risco em Israel, especializado no mercado de tecnologia da China, uma das perguntas feitas em toda entrevista de admissão a um emprego é: “Onde você serviu nas forças armadas?” “Há ofertas de emprego na internet e anúncios que dizem especificamente: ‘queremos ex-integrantes da 8.200 [famosa elite do exército].’” Atualmente, a associação dos ex-integrantes da 8.200 mantém um encontro nacional. Porém, em vez de usar o tempo juntos para refletir sobre as batalhas do passado e curtir a nostalgia militar, essas reuniões são voltadas para o futuro. Os ex-integrantes preocupam-se com suas redes de relacionamentos profissionais. Empresários de sucesso egressos da 8.200 fazem apresentações na reunião sobre suas empresas ou setores.
Talpiot. Depois de admitidos no curso, os cadetes da Talpiot [tropa de elite] passam rapidamente por um curso universitário acelerado em Matemática ou Física, ao mesmo tempo em que são informados das necessidades tecnológicas e de todas as ramificações das FDI. A instrução acadêmica que recebem vai além daquela à qual têm acesso os universitários médios de Israel ou de qualquer outro lugar – eles estudam mais em menos tempo. Eles também passam por uma instrução básica com os paraquedistas. A ideia é dar-lhes uma visão geral de todas as ramificações principais das FDI para que compreendam suas necessidades tanto tecnológicas quanto militares – e, especialmente, a relação entre elas.
Capítulo 6 – Uma política industrial bem-sucedida
A história da economia israelense envolve dois grandes saltos, intercalados por um período de estagnação e hiperinflação. As políticas macroeconômicas do governo desempenharam um papel tão importante quanto o dos empreendedores na aceleração do crescimento do país; posteriormente, contribuíram para sua reversão e, por fim, desencadearam um nível de crescimento, pelo qual nem mesmo o governo jamais esperou.
O primeiro grande salto aconteceu no período de 1948 a 1970, durante o qual o PIB per capita quase quadruplicou e a população triplicou, enquanto Israel lidava com três guerras importantes. O segundo teve início em 1990 e prossegue até hoje, época em que o país transformou-se de uma região arrasada e modorrenta em um centro avançado de inovação mundial. Em cada um desses momentos, foram empregados meios drasticamente diferentes e quase opostos: o primeiro foi alcançado por meio de um governo empreendedor que dominou o setor privado pequeno e primitivo; o segundo, por meio de um setor privado prosperamente empreendedor, inicialmente catalisado pela ação do governo.
O construtor. Ben-Gurion, porém, estava singularmente concentrado na construção do estado por quaisquer meios que fossem necessários. Ele não tinha paciência para experimentar políticas que acreditava terem sido criadas simplesmente para validar a teoria marxista. Do seu ponto de vista, todas as políticas – econômicas, militares ou sociais – deviam servir ao objetivo da construção da nação. Ben-Gurion era o clássico bitsu’ista, uma palavra hebraica que pode ser traduzida, mais ou menos, como “pragmático”, mas com uma característica muito mais ativista. O bitsu’ismo está no coração do ethos do pioneirismo e da motivação empreendedora de Israel. “Chamar alguém de bitsu’ista é fazer um cumprimento a ela”, afirma o escritor e editor Leon Wieseltier. “O bitsu’ista é o construtor, o irrigador, o piloto, o contrabandista de armas e o colono. Os israelenses reconhecem este tipo social, ele é rude, habilidoso, impaciente, irônico, eficaz e não precisa de muito sono.”
Kibbutz. No centro do primeiro salto, encontra-se uma radical e emblemática inovação social-israelense, cuja influência local e mundial foi extremamente desproporcional a seu tamanho: o kibbutz. Atualmente, pelo menos 2% da população israelense, os kibbutzniks, produzem 12% das exportações do país. Criado na forma de assentamentos agrícolas dedicados à abolição do conceito de propriedades privadas e à completa igualdade, o movimento cresceu ao longo dos vinte anos seguintes à implantação, alcançando 80 mil pessoas, em 250 comunidades.
Salto à frente. De 1950 a 1955, a economia israelense não só cresceu, como deu um salto à frente. Enquanto os períodos de crescimento econômico são comuns na maioria dos países, os “saltos à frente” não o são. Um terço de todas as economias passou por um período de crescimento nos últimos cinquenta anos, entretanto, menos de 10% delas deram esse salto á frente. A economia israelense, sendo uma delas, aumentou sua renda per capita em relação aos EUA de 25%, em 1950, para 60% em 1970. Isso significa que, em vinte anos, Israel dobrou seu padrão de vida em relação aos EUA.
Capítulo 7 – O poder da imigração
O milagre econômico de Israel deve muito à imigração. Na fundação de Israel, em 1948, sua população era de 800 mil. Atualmente, com 7,1 milhões de pessoas, o país cresceu quase nove vezes em sessenta anos. A população duplicou somente nos primeiros três anos, sobrecarregando completamente o novo governo. Como disse, numa ocasião, um integrante do Parlamento, se as autoridades estivessem trabalhando de acordo com um planejamento, nunca teriam absorvido tantas pessoas. Os cidadãos israelenses nascidos no exterior atualmente respondem por mais de um terço da população do país, quase três vezes a proporção de estrangeiros em relação aos nativos nos EUA.
Nove entre dez judeus israelenses são imigrantes ou pertencem à primeira ou segunda geração de descendentes de imigrantes.
Russos em ação. Embora o governo israelense enfrentasse dificuldades para encontrar empregos e construir habitações para os recém-chegados, os russos não poderiam ter vindo em momento mais oportuno. O aumento súbito da tecnologia internacional estava ganhando velocidade em meados da década de 1990, e o setor privado de tecnologia de Israel tornou-se rapidamente carente de engenheiros.
Nos EUA, uma pessoa deve esperar cinco anos antes de se candidatar à naturalização (três anos se for cônjuge de cidadão norte-americano). A legislação dos EUA também exige dos imigrantes que solicitam a nova cidadania uma demonstração da capacidade de entender o inglês e a aprovação num exame de civismo. Em Israel, em contrapartida, a cidadania israelense torna-se efetiva no dia da chegada, não importando a língua falada pelo imigrante. Não há aplicação de qualquer tipo de teste.
Capítulo 8 – A diáspora: roubando aviões
Pouquíssimas empresas são capazes de construir roteadores do mais alto nível, e a Cisco – a exemplo da Microsoft em relação aos sistemas operacionais, a Intel em relação aos chips e a Google em relação à busca na internet – domina esse mercado. Ao ser apresentado ao mercado, o CRS-1, que exigiu quatro anos e 500 milhões de dólares para ser desenvolvido, conquistou um lugar no Guinness World Records da época como o roteador mais rápido do mundo.
O retorno à pátria: Laor. Um dos principais proponentes do CRS-1 foi um israelense chamado Michael Laor. Depois de receber um diploma de engenharia na Universidade Ben-Gurion, em Beersheva, Israel, Laor trabalhou para a Cisco na Califórnia durante onze anos, onde se tornou o diretor de engenharia e projetos. Em 1997, ele decidiu voltar a Israel, e a Cisco, em vez de perder um de seus principais engenheiros, fez um acordo com ele para que inaugurasse um centro de P&D da empresa em Israel – o primeiro da empresa fora dos EUA.
Embora o CRS-1 fosse o maior projeto de todos os tempos da empresa e, assim, tomasse toda a sua capacidade, a equipe de Laor em Israel foi fundamental para desenvolver tanto os chips quanto a estrutura necessária para levar a tecnologia a um novo nível.
Em 2008, o centro inaugurado por Laor uma década antes já contava 700 funcionários. Ele aumentara rapidamente por conta da aquisição pela Cisco de nove empresas embrionárias israelenses, mais empreendimentos do que a Cisco comprara em qualquer outro lugar do mundo.
Capítulo 10 Yozma: o fósforo
Em 1992, no entanto, Orna Berry foi uma empreendedora de primeira viagem. Ao lado de cinco colegas da Fibronics, ela fundou a Ornet Data Communications, uma das primeiras empresas de tecnologia de Israel. A Ornet Data desenvolvia programas e equipamentos para computadores para redes locais de comunicação (Local Area Networks – LANs), com o intuito de duplicar a velocidade da transmissão de dados. Berry é aclamada como uma das principais lideres empresariais de Israel.
Binacional, uma tentativa. Antes da introdução do capital de risco em Israel, existiam duas fontes de financiamento: as verbas do GCC e a verba Binacional. No primeiro caso, as empresas iniciantes israelenses podiam inscrever-se no gabinete do Cientista-Chefe (GCC) para a compatibilização de verbas. Estas, porém, não correspondiam nem remotamente ao montante de recursos de que as novas empresas realmente necessitavam e, em consequência, a maioria fracassava. No segundo, as empresas israelenses poderiam candidatar-se ao que era chamado de verbas binacionais. Criada a partir de US$110 milhões investidos pelos governos norte-americano e israelense, a Fundação Binacional de Pesquisa e Desenvolvimento Industrial criou um financiamento para apoiar consórcios comerciais americano-israelenses.
O casamenteiro. Ed Mlavsky, diretor executivo da Binacional, chamava esta de uma espécie de “serviço de encontros” porque ele e sua equipe faziam o papel de “casamenteiros” entre empresas israelenses que tivessem tecnologias disponíveis e as norte-americanas que pudessem comercializá-las e distribuí-las nos EUA. Os resultados, no entanto, foram discretos.
Nesse ínterim, um grupo de jovens burocratas do Ministério das Finanças apareceu com a ideia de um programa que batizaram de Yozma, que, em hebraico, quer dizer “iniciativa”. A ideia era de o governo investir 100 milhões de dólares para criar novos fundos de capital de risco. Cada fundo precisaria ser representado por três partes: capitalistas de risco israelenses em treinamento, uma empresa estrangeira de capital de risco e uma empresa ou banco de investimentos israelense.
Yozma, fundamental. Os dez fundos do Yozma entre 1992 e 1997 levantaram mais de 200 milhões de dólares com a ajuda dos financiamentos do governo. Esses fundos foram comprados ou privatizados no período de cinco anos e hoje administram aproximadamente 3 bilhões de dólares de capital e oferecem apoio a centenas de novas empresas israelenses.
Os resultados eram claros. Como observou Erel Margalit, “o capital de risco foi o fósforo que provocou o incêndio”.
Capítulo 14 – Ameaças ao milagre econômico
Mesmo que a nova economia de Israel não seja apenas o produto de um acaso feliz, quais são as verdadeiras ameaças ao sucesso econômico a longo prazo? Não é preciso especular em relação ao desaparecimento dos fatores positivos que projetaram a expansão tecnológica no final da década de 1990, afinal, a maioria deles já se extinguiu.
De 1996 a 2000, as exportações de tecnologia israelense mais que duplicaram, de 5,5 bilhões de dólares para 13 bilhões. Quando a bolha tecnológica se rompeu, as exportações caíram ligeiramente a um patamar de menos de 11 bilhões de dólares em 2002 e 2003, mas recuperaram o ímpeto e alcançaram quase 18,1 bilhões em 2008. Em outras palavras, o motor tecnológico israelense mal teve de reduzir sua marcha em função de múltiplos golpes que o atingiram entre 2000 e 2004 e já conseguiu não somente se recuperar, mas exceder o nível de exportações de 2000 em quase 40% em 2008.
Um nó: financiamento da inovação. Essa é a boa notícia para Israel. Entretanto, embora a economia israelense não tenha sido exposta a práticas questionáveis de empréstimos, talvez tenha sido exageradamente exposta às finanças de risco, que podem faltar em breve. Uma oferta reduzida de dólares de capital de risco poderia significar menos “financiamento na área de inovação” para a economia de Israel. Vale lembrar que milhares de trabalhadores no cenário tecnológico israelense já perderam o emprego e que muitas empresas de tecnologia passaram a adotar semanas de quatro dias de trabalho para evitar mais demissões. Na ausência de novos financiamentos, muitas empresas iniciantes do país se viram forçadas a fechar.
Dependência da exportação. Além de uma dependência excessiva do capital de risco mundial, as empresas israelenses também são excessivamente dependentes dos mercados de exportação. Mais da metade do PIB de Israel resulta de exportações para a Europa, a América do Norte e a Ásia. Quando essas economias diminuem seu ritmo ou entram em colapso, as novas empresas israelenses têm menos clientes. Em razão do boicote árabe, Israel não teve acesso a mercados mais regionais. O mercado interno, em contrapartida, é pequeno demais para servir de substituto.
Um dos problemas detectados pelo economista Ben-David é que, embora o setor de tecnologia tenha avançado e se tornado mais produtivo, o resto da economia não o acompanhou. Basicamente, o setor de tecnologia está financiando o resto do país, o que “não nos fornece os instrumentos ou as condições ideais para atuar em uma economia moderna”.
Baixa força do trabalho. Essa subutilização leva ao que pode ser a maior ameaça à continuidade do crescimento econômico de Israel: a baixa participação da economia. Pouco mais da metade da força de trabalho israelense contribui para a economia de maneira produtiva, em comparação a 65% nos EUA.
Ficha técnica:
Título: Nação empreendedora – O milagre econômico de Israel e o que ele nos ensina
Título original: Start-up Nation: The Story of Israel’s Economic Miracle
Autores: Dan Senor e Saul Singer
Primeira edição: Editora Évora
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