“Não existe pílula para a construção da diversidade”
Recrutar, Reconhecer, Representar: o jeito Thoughtworks de fazer diversidade
Reconhecida pelo mercado como referência quando se trata de diversidade, os esforços da Thoughtworks, empresa global de tecnologia, vão muito além de pautas pontuais, como o Dia Internacional da Mulher. A companhia ostenta o número expressivo de 60% de mulheres em cargos de liderança, algo incomum no universo das big techs.
Grazi Mendes, head de Diversidade, Equidade e Inclusão do escritório brasileiro, é uma delas. A executiva está à frente de uma área estratégica para a empresa, como explica. “Diversidade é core para o nosso negócio, é parte da estratégia de crescimento, está na agenda da alta liderança e de todas as áreas, com metas claras”.
Por se tratar de um companhia presente em 17 países, com mais de 10 mil funcionários, as boas práticas são compartilhadas, mas o contexto de cada região é determinante. No Brasil, por exemplo, a questão racial é fundamental. Além de formações semanais, a Thoughtworks Brasil tem um programa antirracista há dois anos, do qual participam todos os funcionários que por aqui somam mais de 1 mil. Atualmente, 38% da força de trabalho técnica é negra, enquanto esta porcentagem no mercado gira em torno de 10%.
“Não existe uma pílula da desconstrução. É essa constância que nos dá repertório para que a gente não fale só de diversidade, mas também sobre a construção de um lugar mais seguro”, explica. Outro ponto importante que ela traz é que não basta incluir, mas também trabalhar para que a diversidade não se concentre apenas na base da hierarquia. “Por isso, trabalhamos para recrutar, reconhecer e representar. É uma maratona. Mudar a estrutura e, ao mesmo tempo, apoiar as pessoas em suas jornadas individuais”.
Fazenda urbana em Paraisópolis alimenta moradores
Batizado de AgroFavela-ReFazenda, o projeto ocupa um pavilhão de 900 m², onde são cultivadas, em média, 60 espécies de hortaliças e frutas. Toda a colheita é doada à população, que abriga mais de 100 mil pessoas, e ao projeto Mãos de Maria. Desde outubro de 2020, as duas toneladas de hortaliças orgânicas produzidas já beneficiaram mais de 2,5 mil famílias e 12,7 mil pessoas, além das 11 mil que recebem diariamente marmitas do projeto Mãos de Maria. Em 2021, mais de 300 pessoas receberam treinamento por meio de oficinas. O projeto tem 80% de seus custos subsidiados pelo Instituto Stop Hunger Brasil.
Grife usa matéria-prima 100% reciclada e emprega detentas
O movimento Eu Visto o Bem foi criado pela ex-executiva Roberta Negrini, que apostou em 2014 na criação de uma marca de roupas, a Joaquina Brasil, que trabalhava com resíduos de tecidos. A empresa que chegou a ter cinco lojas, inclusive em shoppings, teve seu modelo de negócio totalmente remodelado depois que a empresária conheceu o projeto Segunda Chance, voltado para a empregabilidade de ex-detentos.
Hoje, a empresa, que produz roupas e acessórios com matéria-prima 100% reciclada de garrafas pet e aparas de algodão para empresas como Renner (foto)e Natura, tem sua mão de obra composta por mulheres encarceradas no sistema prisional ou por egressas. São 38 detentas trabalhando na Penitenciária Feminina da Capital e outras 30 no presídio de Santana.
Suzano investe R$ 5 mi em startups lideradas por mulheres
A fabricante de papel e celulose Suzano acaba de engrossar o time de investidores do WE Ventures, o primeiro fundo da América Latina 100% dedicado ao investimento em mulheres em tecnologia. O programa foi desenvolvido pela Microsoft em parceria com o Sebrae Nacional e a M8 Partners, em associação com a Bertha Capital. Para receber o investimento do WE Ventures, a empresa precisa ter faturamento mínimo anual de R$ 200 mil, ser liderada por uma equipe feminina com pelo menos 20% de participação e ter pelo menos uma mulher com cargo de liderança. As inscrições já estão abertas no site da WE Ventures.
Três perguntas
Iana Chan, fundadora do PrograMaria, iniciativa que promove oportunidades para mulheres na aprendizagem da programação
Qual é a história da PrograMaria?
Sempre gostei de tecnologia. Comecei a programar no início dos anos 2000, na época do surgimento dos blogs, aos 14 anos, de forma autodidata. O curioso é que na hora de escolher minha profissão, eu nem sequer cogitei algum curso na área de tech, acabei indo para o jornalismo. E foi no jornalismo que eu me aprofundei no mundo da tecnologia. Fui gerente de projetos de inovação na Nova Escola e fui responsável por desenvolver uma plataforma digital. Eu também fazia interface com uma empresa de tecnologia e ali me dei conta de que era um ambiente totalmente masculino e vivenciei “micro” violências cotidianas. Em 2015, eu e algumas amigas jornalistas e designers nos juntamos em um coletivo para discutir essa relação entre mulheres e tecnologia. Em 2018, fundei a PrograMaria como um negócio de impacto social.
Como se estrutura o modelo de negócios?
Nosso foco é majoritariamente B2B. Temos dois braços de atuação: o de formação, com cursos online de introdução à programação, e o de ações de conexão e engajamento entre empresas comprometidas com a diversidade e a nossa comunidade. Esse é um grande desafio para as empresas, faltam profissionais, a rotatividade é alta e a disputa por talentos é grande. Então, além de nos contratarem para ações específicas, as empresas oferecem bolsas de estudo integrais. No ano passado, por exemplo, fechamos uma parceria com a Intel e oferecemos 550 bolsas exclusivamente para o público trans e travestis.
Como você vê a parceria com as empresas?
Nós estamos há muito tempo trabalhando neste advocacy, mas durante um bom tempo o discurso das empresas era o de que não havia pessoas negras, trans, mulheres qualificadas ou com interesse na área de tecnologia. Não se trata de falta de interesse, mas de oportunidade, de fomentar de fato uma área que seja aberta e justa para todas as pessoas. Uma das nossas maiores conquistas foi justamente criar uma comunidade, entender a necessidade e as particularidades e abrir espaços em que essas pessoas queiram estar. Neste sentido, nós nos posicionamos como uma solução para as empresas.
Gerdau quer transformar o panorama da habitação de baixa renda no Brasil
A Gerdau está investindo R$ 40 milhões no programa Reforma que Transforma, que será realizado pela Nova Vivenda e vai impactar diretamente mais de 13 mil habitações no Brasil, ao longo de 10 anos, a partir de 2022. O programa oferecerá às famílias duas alternativas: crédito a juros mínimos ou doação integral da reforma realizada pelo projeto, conforme premissas de vulnerabilidade social.
Do total das famílias que serão beneficiadas pelo projeto, 70% terão acesso a esse crédito com juros abaixo do mercado. Os 30% restantes terão a reforma paga pelo programa. O projeto ocorrerá nos territórios de atuação da Gerdau, que são os municípios de Ouro Preto (MG), Ouro Branco (MG), Itabirito (MG), Barão de Cocais (MG), Divinópolis (MG), Maracanaú (CE), Recife (PE), Charqueadas (RS), Sapucaia do Sul (RS), Araçariguama (SP), Pindamonhangaba (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Carrefour investe na formação de programadoras
A área de TI demandará cerca de 420 mil profissionais até 2024, segundo relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Por outro lado, há um risco de apagão de mão de obra nas áreas de tecnologia. Num esforço de minimizar este problema, organizações, governos e empresas vêm apostando em iniciativas de formação, como é o caso do programa Woman Developer, do Banco Carrefour. Voltado para mulheres que queiram iniciar carreira na área de tecnologia em desenvolvimento .NET., o programa prevê uma trilha de aprendizado de mais de 80 horas que abrirá portas para vagas na companhia. As inscrições vão até 11 de março.
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Envolve BioEmbalagens cria pano de cera para embalar comida.
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