As lições de quem chegou a nº1
Ser o número 1 da companhia, chegar ao topo da hierarquia da organização, assumir o posto de CEO, é o sonho de qualquer executivo de alta performance. Mas, o que na prática significa estar neste lugar?
Paulo Nigro, ex-CEO da InterCement e Tetrapak Brasil, Canadá e Itália, atualmente à frente da consultoria In-Connection, questionou os princípios e valores que levam profissionais como ele a alcançar a liderança de sua organizações no Fórum CFO Club. Com uma larga experiência nesta posição em companhias multinacionais, nos EUA, Itália, Canadá e Brasil, Nigro moderou o painel The Next CEO no evento realizado pelo Experience Club em 6 e 7 de junho no Sofitel Guarujá Jequitimar.
Para falar sobre as dores e os desafios de ocupar o cargo foram convidados três CEOs que percorreram caminhos distintos até chegar ao topo. Denise Soares, da BP (Beneficência Portuguesa), Monica Herrero, da Stefanini, e Alexandre Garcia, da Cel.Lep, dividiram um pouco de suas experiências com um público de 140 líderes financeiros.
Embora tenham formações e percursos diferentes (Denise é engenheira, Monica é matemática e Alexandre é economista), alguns pontos levantados por eles são comuns. Um deles é o fato de terem assumido o papel de CEO muito jovens e sem es
tarem preparados para isso. Sobre este ponto, Monica traça um paralelo. “A gente nunca está preparado para nada, é a mesma coisa quando nos tornamos mães e pais”.
Outra característica que todos eles têm em comum é o fato de terem vivenciado o business das organizações integralmente. Isso quer dizer que rodaram por diferentes áreas das empresas, tais como Logística, Comercial, Operações, Marketing etc. “Sempre vivi com muita intensidade os cargos e cada um dos projetos em que estive envolvido. É muita mão na massa”, diz Alexandre.
Um conselho unânime é envolver os executivos C-Level na tomada de decisões. “Discutir a estratégia de forma coletiva e promover uma integração genuína é a chave. Os executivos sênior da empresa, como um CFO, precisam ter a compreensão do todo e saber fazer análise de cenário”, sublinha Monica.
Por fim, sair da zona de conforto e ter uma boa dose de ousadia. “A diferença entre o sem noção e o corajoso é quase nenhuma”, provoca Denise.
Confira a seguir alguns insights deste encontro:
Monica Herrero (Stefanini)
“O aprendizado é constante, se partirmos do princípio que já sabemos, estamos obsoletos. Quanto mais lateral for a qualidade do nosso conhecimento, maior a sobrevivência. Estar aberto para conviver com o diverso e trazer para a organização pessoas que tenham valores alinhados à cultura. E o mais importante: não cresça a qualquer preço, não vale a pena.”
Alexandre Garcia (Cel.Lep)
“Temos que caminhar muito nos planos de sucessão. Não somente no C-level, mas entre gerentes, coordenadores e supervisores. É um desafio diário para que as organizações fiquem menos reféns das nossas decisões. Devemos ser um modelo de referência que permeia a cultura e os valores da organização.”
Denise Soares (Beneficiência Portuguesa)
“Temos que mudar o discurso da diversidade para pluralidade. Na companhia temos um mini Brasil, com todas as ambiguidades e desejos individuais que isso representa. Tenho o médico PHD super especializado e o funcionário com seis filhos que demora três horas pra chegar no trabalho. A minha missão é maior do que sentar numa cadeira e tocar um negócio. O meu papel é ter um olhar considerando todas as dimensões.”
Texto: Luana Dalmolin
Imagens: Marcos Mesquita/Experience Club e Unsplash
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