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CEOs trocam aposentadoria por posição em Conselhos

Parar nem pensar. O principal plano dos executivos após o término de suas carreiras corporativas é ser conselheiro. Pesquisa publicada pelo Experience Club da Talenses Executive, empresa de recrutamento de executivos C-Level, mostra que 45% dos integrantes da alta liderança têm como meta atuar nos conselhos das empresas.

O segundo lugar na preferência está empatado entre duas opções, com 37,5% dos entrevistados cada: ser consultor ou empreender.

O mundo acadêmico vem em quarto lugar, com 30% escolhendo a opção “Dar aulas”. Nenhum deles clicou no botão “Irei me aposentar”.

Como se espera de líderes, acostumados à busca por resultados, 61% dos respondentes estão se dedicando ao planejamento efetivo para conquistarem seus planos. A pesquisa foi realizada com 56 profissionais da alta liderança – 78% deles são diretores e 12% CEOs. 

“Cada vez mais existe uma tendência do candidato de nível mais sênior, que ocupa posição em alto escalão, de fazer uma reflexão da ‘terceira carreira’. A atuação no conselho administrativo ou consultivo passa a ser um cenário de continuidade”. [autor]João Marcio Souza, CEO da Talenses Executive.[/autor]

Mais do que a continuidade, a participação no conselho pode coroar um longo ciclo profissional com uma experiência rica e até surpreendente. Destaque no evento CEO 2030 realizado pelo Experience Club, Alain Belda, um dos mais importantes executivos globais que construiu sua carreira a partir do Brasil, destacou como foi importante sua participação no conselho de corporações imensas, como o Citibank em pleno estouro da crise de 2008 (leia a cobertura do CEO 2030 aqui).

“Como membro do conselho você realmente está representando a massa de acionistas. E aí fica muito claro como o interesse da companhia é muito maior do que o seu ego”.[autor]Alain Belda, sócio do fundo de private-equity Warburg Pincus e ex-presidente global da Alcoa.[/autor]

Sem parar

Quem está seguindo esse caminho e ilustra perfeitamente os resultados da pesquisa é o executivo Paulo Nigro. Aos 58 anos, com uma trajetória bem-sucedida no mundo corporativo, Nigro atuou como presidente e CEO de grandes companhias por décadas, como Tetra Pak (no Canadá, Itália e Brasil) e Aché Laboratórios, além de participar do conselho de empresas, associações e ONGs.

Na InterCement, um dos dez maiores produtores mundiais de cimento, aceitou o cargo de CEO em março de 2018, com a missão de reestruturar o grupo, reequilibrando dívidas e lucros. Os desafios mais críticos foram superados com a vendas das operações em Portugal e Cabo Verde, em outubro.

Desde abril, Nigro começou um novo ciclo, preparando-se para experiências como conselheiro. Também está empreendendo, com investimento em startups, e atuando em consultoria.