Mercado

Mercado de bets regulamentado. Como será o dia seguinte?

Um mercado que movimenta mais de R$ 50 bilhões e, embora os clientes estejam em território nacional, todas as empresas são sediadas no exterior. Assim era o setor de apostas online no Brasil, as conhecidas bets. Era, já que tudo está prestes a mudar.

E por causa deste desafio, o Experience Club vai fazer, no dia 15 de agosto, um evento que vai reunir as empresas que movimentam e são protagonistas deste mercado de bets.

Resumindo o que aconteceu nos últimos anos. Uma lei aprovada no fim do ano passado regulamentou esse mercado, que até então operava numa brecha entre uma legislação de 2018 que permitia as apostas online, mas não havia lei regulando as empresas no Brasil. Na prática, empresários brasileiros montavam operações no exterior, e o dinheiro das apostas saía (e era contabilizado nas contas externas do Banco do Central) e voltava para os ganhadores, mas ninguém pagava imposto.

Ainda assim, as bets se tornaram grandes anunciantes – impossível ligar o rádio ou a TV e não ver uma propaganda, especialmente de jogadores de futebol – e uma pesquisa do Datafolha do fim do ano passado mostra que 15% dos brasileiros já apostaram online.

As portarias de regulamentação estão sendo publicadas nos últimos meses pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central, e algumas coisas já estão definidas: as bets vão pagar 15% de imposto sobre o faturamento bruto, apostadores não poderão usar cartão de crédito, dinheiro vivo, boleto ou cripto para pagar seus jogos e a intermediação das apostas só pode ser feita por instituições financeiras reguladas pelo Banco Central. A transparência deve dar mais segurança a todos e evitar uso dessa modalidade para lavagem de dinheiro, atraindo grandes bancos para este mercado.

Todos esses controles estão criando um segmento que já nasce bilionário e estará nas mãos de um número relativamente pequeno de players. Não se sabe o número de empresas atuando hoje, mas existem 3 mil registros de sites com final .bet. Dessas, apenas 134 entraram no pré-cadastro para a aquisição da licença de operação, que vai custar R$ 30 milhões.

Quantas vão realmente depositar o dinheiro para operar legalmente? A expectativa do mercado é que este número caia para pouco mais de 50. E quantas empresas continuarão operando nos moldes atuais? Como será a fiscalização do setor? O governo terá capacidade para fiscalizar e impedir os players ilegais? São dúvidas que ainda não têm respostas.

Esses e outros temas deste mercado pós-regulamentação serão discutidos no nosso evento, em seus três pilares principais: as instituições financeiras, o marketing e agências de mídia e o regulatório.

São muitos desafios com as novas normas jurídicas, desde a criação das empresas no Brasil, a transferência dos contratos para as empresas locais, a organização do fluxo financeiro e contábil, as parcerias com as instituições autorizadas, as novas políticas de gestão de riscos, de compliance, as novas regras para publicidade até questões mais do dia a dia, como contratação e treinamento de equipes locais.

Desafios que respondem às enormes oportunidades que se abrem.

Em breve trago mais novidades deste evento que vai marcar o nascimento deste novo setor da economia brasileira.

Carta do CEO

 

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