Nova loja conceito do Magalu na Av. Paulista integra ecossistema on e offline da varejista

Monica Miglio Pedrosa

Criar um espaço de experiências compartilhadas para as marcas digitais que fazem parte do ecossistema Magalu, como Netshoes, KaBuM!, Época Cosméticos e Estante Virtual, preservando ao mesmo tempo a memória do icônico espaço que abrigou a Livraria Cultura desde 1969. Essa é a proposta da nova megaloja conceito do Magalu, apresentada em detalhes por Fred Trajano, CEO da varejista, durante o Retail Dinner, evento exclusivo do Experience Club em parceria com a Vimer Retail Experience, que reuniu 90 CEOs e líderes de importantes redes varejistas e indústrias brasileiras ontem, na Experience House, em São Paulo.

Apaixonado pela conexão humana e social que as lojas físicas proporcionam, Fred destacou que a nova loja será uma “representação física” das marcas digitais do ecossistema. Com exceção da Netshoes, que chegou a operar algumas lojas próprias antes de voltar a atender exclusivamente no digital, todas as demais nasceram e atuam no e-commerce.

Ele criticou, ainda, a ideia de que as lojas estariam condenadas ao desaparecimento diante do avanço do consumo online. “Nos anos 2000, a maioria das companhias separou o e-commerce e declarou o fim do varejo físico. Estamos em 2025 e o varejo físico ainda representa 85% do varejo brasileiro, um mercado de quase R$ 2 trilhões”, afirmou Fred.

A estratégia do Magalu, consolidada sob a liderança de Fred, é justamente a integração entre os canais. A empresa aposta em um modelo multicanal, no qual suas 1.245 lojas físicas, presentes em 20 estados, atuam tanto na venda direta ao consumidor quanto como pontos de distribuição complementares aos 21 Centros de Distribuição (CDs), apoiando as operações do e-commerce e do marketplace

“Além de entregarem os produtos comprados online por meio do serviço Retira Loja, mais de 115 mil vendedores do ecossistema usam nossas lojas como agências habilitadas para o drop-off”, explicou Fabrício Garcia, Vice-presidente Comercial e Operacional do Magalu.

A inspiração para o novo conceito nasceu, aliás, de uma experiência bem-sucedida em uma loja física. Na unidade da Marginal Tietê, em São Paulo, a empresa aproveitou a ociosidade temporária de dois andares para testar uma inovação: a criação de uma loja de saldos com produtos que apresentam pequenas avarias. O resultado foi um crescimento de 88% nas vendas projetadas para 2025 em comparação com 2023.

Na sequência, o espaço também recebeu lojas físicas da KaBuM! e da Netshoes, marcas até então exclusivamente digitais. “As vendas da loja triplicaram em três anos”, contou Fabrício. Foi essa experiência e a força das duas marcas digitais junto aos consumidores que motivou Fred e Fabrício a expandirem o conceito e desenvolverem a nova loja na Av. Paulista, coração de São Paulo.

O novo espaço irá priorizar experiências compartilhadas com as marcas digitais e contará também com uma unidade da WeCoffee, que customizará produtos em parceria com o Magalu. Entre os destaques da nova loja-conceito está a Casa da Lu, uma experiência imersiva de marca, ambientada em cômodos como quarto, sala de estar e sala de TV, com produtos disponíveis para compra. O tradicional teatro Eva Herz, que já recebeu mais de 150 espetáculos em 15 anos, será mantido com o mesmo nome, recebendo eventos, premiações, talk shows, podcasts, lançamentos de produtos e ações de live commerce.

A nova loja reflete a visão de longo prazo do Magalu sobre a evolução do modelo de negócio da varejista e reforça a crença de Fred Trajano de que inovação não precisa significar ruptura com o passado. “Existe uma confusão muito grande em quase todas as agendas de transformação digital e de inovação, que acreditam que para fazer o novo, é preciso jogar o velho fora. Esse é o erro mais significativo e clássico que alguém pode cometer”, concluiu.