O diferencial dos grandes conselheiros? Aprender continuamente
Amanda Graciano
Você já reparou como todo mundo parece achar que sabe tudo quando chega a uma posição de liderança? Algo mágico acontece quando alguém se torna conselheiro de uma empresa: o diploma, os anos de experiência, as conquistas passadas – tudo parece sugerir que o ápice foi atingido. Mas será que foi mesmo?
Curiosamente, é nessa fase da carreira que muitos acreditam que podem parar de aprender. A lógica parece ser a seguinte: “Agora que cheguei aqui, o que mais eu preciso saber?” Talvez seja o status, a cadeira no conselho, ou até a visão das coisas de cima, com ares de montanha, que faça com que o aprendizado pareça uma questão já resolvida. Só que, ironicamente, é justamente o contrário.
Se você parar para pensar, a única coisa que realmente nunca muda no mundo dos negócios é o fato de que tudo está mudando. E rápido. Hoje, ESG é um mantra nas discussões corporativas, mas há dez anos, alguém estava falando sobre isso? As tecnologias evoluem na velocidade da luz, e a forma como governamos as empresas está sempre sendo reinventada. Seria tolice acreditar que o que te trouxe até aqui será o suficiente para levar você e sua empresa para o futuro.
Conheço muitos conselheiros que, no fundo, têm uma pergunta não verbalizada rodando em suas cabeças: “Ainda tenho algo a oferecer?” O mundo lá fora está sempre se movimentando, mas a sensação é de que, muitas vezes, quem está sentado na mesa do conselho não acompanhou esse ritmo. E é aí que entra o grande segredo: o aprendizado contínuo.
Parece simples, mas muita gente esquece. Continuar aprendendo é o que diferencia quem apenas ocupa uma cadeira daqueles que realmente moldam o futuro de uma empresa. Isso não é só sobre participar de seminários ou ler os últimos relatórios do mercado (embora isso ajude). É sobre manter a mente aberta e reconhecer que, mesmo em posições de liderança, há sempre algo novo para descobrir.
Vou ser sincera: é tentador pensar que, depois de uma certa idade ou depois de certas conquistas, você já sabe o suficiente. Mas o mundo está cheio de exemplos de gente que achou que sabia tudo e, de repente, ficou para trás. A grande sacada é entender que, não importa o quanto você tenha conquistado, o aprendizado não tem um ponto final.
Conselhos que realmente fazem a diferença são compostos por pessoas curiosas, atentas ao que acontece no mundo, e que não têm medo de dizer “não sei, mas estou disposto a aprender”. Governança corporativa, gestão de riscos, inovação – tudo isso são temas vivos, em constante evolução. E quem lidera precisa estar preparado para navegar por essas águas turbulentas. Não dá para simplesmente se agarrar ao que funcionou no passado e achar que será suficiente.
E, quer saber? Há algo revigorante em manter esse espírito de aprendizado vivo. Em vez de se ver como alguém que já chegou lá, enxergar-se como alguém em constante evolução traz um senso de propósito. Você começa a perceber que a jornada nunca acaba – e é isso que torna tudo interessante.
Então, da próxima vez que você se sentir confortável com o conhecimento que acumulou, lembre-se: o verdadeiro líder é aquele que nunca para de aprender. E, quando se trata de conselhos, quem para de aprender já começa a perder relevância. Afinal, ninguém quer ser aquele conselheiro que ficou no tempo, não é?
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