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O fim do velho capitalismo

Ricardo Natale

Já faz algum tempo que nós aqui no Experience Club estamos falando de modelos mais modernos de gestão, que vêm sendo implementados e fortalecidos pelas empresas digitais, que trazem um novo modo de pensar e de administrar as empresas.

São modelos que garantem mais agilidade nas decisões, dão maior transparência à gestão e estimulam a colaboração de todos os envolvidos. Não apenas dentro da empresa, mas incluindo fornecedores e inclusive concorrentes, que em algumas situações também podem se transformar em parceiros de um mercado maior. Um ecossistema de negócios.

Esse foi um tema abordado por nós em alguns eventos no ano passado. Chamamos Rafa Forte, da VTEX, para falar da experiência da companhia no CEO Now, nossa imersão de educação corporativa para CEOs. E fizemos um CEO Circle sobre a transformação das empresas em ecossistemas, com exemplos como a Raia Drogasil e a Vibra.

A criação de um ecossistema pressupõe uma parceira entre as empresas da cadeia, de forma que os vários elos potencializem sua atuação e o valor criado pelo grupo seja maior do que seria obtido individualmente.

A cloud economy facilita a atuação integrada de vários parceiros. Um estudo da área de ecossistemas da consultoria EY mostra que 69% dos líderes de empresas que fazem parte de um ecossistema acreditam que eles são importantes para o sucesso da companhia, e 91% dizem que os ecossistemas aumentaram a resiliência do negócio, além de contribuírem para a redução dos custos e o aumento dos lucros.

Quando parece que tudo isso já é meio consenso, que a governança corporativa já tinha se transformado numa prática necessária das grandes empresas, nos deparamos com um caso que indica que não, ainda não estamos todos na mesma página.

Os movimentos do mercado nas últimas semanas mostram que o mundo ainda está dividido em dois modelos. De um lado, empresas que trabalham de forma transparente, dentro de um sistema que seja justo para todos os envolvidos. De outro, empresas que ainda atuam com a lógica ultrapassada do velho capitalismo.

Esse modelo do velho capitalismo, de espremer fornecedores com prazos de pagamento de mais de 120 dias, não é sustentável. Como não é sustentável, óbvio, que as informações fornecidas sobre as finanças da empresa não sejam exatamente corretas.

Por isso, é preciso muita atenção para não falhar nesse ponto. Como empresário, executivo, líder de empresa, você precisar ter cuidado na escolha de seus parceiros de negócios. Se a economia não migrar para o pensamento de ecossistemas, de transparência e colaboração, é grande o risco de termos mais casos assim.

Já pensou de que lado você quer estar?

Testeira-carta-do-ceo-final

 

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