O papel da alta liderança no futuro do trabalho
Uma discussão sobre como extrair o melhor das equipes e fazer com que gostem de estar na empresa
Adaptabilidade, desaprender e reconstruir, escuta atenta e autonomia são algumas das características que estão moldando a liderança do futuro e que irão determinar as novas relações de trabalho. Num tempo de incertezas, a ideia de um líder que tenha todas as respostas já não se sustenta. Como ressalta Sylvia Leão, conselheira do Grupo Baumgart, Vivara e Totvs: “Ninguém será mais oráculo. Acabou a era de líderes com respostas prontas para tudo”.
Sylvia esteve ao lado de Marcelo Nobrega, founder da Você está contratado! e ex-diretor de RH da Arcos Dorados, no Experience Lab Nordeste, realizado em 11 de agosto, com o tema: criando organizações tão incríveis quanto as pessoas dentro delas.
No debate que contou com a dupla e girou em torno do tema de uma gestão mais humanizada, Marcelo falou também sobre as dúvidas em relação a modelos de trabalho remotos e híbridos.
Para ele, é um exagero falar em 100% remoto já que a cultura de uma empresa se constrói e se faz olho no olho. Marcelo tampouco acredita que as políticas de RH devam ser pensadas da forma como até então, as organizações estavam acostumadas a fazer. “Não acho que faça mais sentido escrever políticas de RH. As equipes deveriam desenhar as suas políticas”, afirma.
Ainda sobre cultura, Sylvia afirmou que a interação presencial é fundamental. “A cultura é viva, é a cola que faz com que as pessoas trabalhem no mesmo lugar, com as mesmas crenças e propósito”, disse.
A segunda parte do evento contou com a presença de Ricardo Basaglia, diretor geral da Michale Page. Basaglia avalia que as perguntas e angústias da liderança permanecem as mesmas: como extrair a máxima performance da equipe, como fazer para que as pessoas gostem de estar na empresa.
Mas, para ele, as respostas já não são mais as mesmas. Hoje, o autoconhecimento e a inteligência emocional, bem como a capacidade de se adaptar são chave. “O QI te coloca no jogo, o QE (emocional) te faz ganhar o jogo, mas é o QA (adaptabilidade) que te fará vencer o campeonato”, diz.
Ainda sobre o conceito de adaptabilidade, Basaglia faz uma distinção importante: ser flexível não é a mesma coisa que ser adaptável. “A adaptabilidade tem a ver com transformação, com uma nova versão de você, ressalta”, afirma.
O Experience Lab Nordeste contou com o patrocínio master de CO.Aktion, OI Soluções e Recrutai e com patrocínio premium de Unimed Recife e Urbano Vitalino Advogados. Para acessar o evento completo, clique aqui.
Confira abaixo alguns insights de destaque:
Sylvia Leão
“Hoje, temos que pensar qual é a nova cola, o que nos une em torno de uma organização. E essa nova cola tem a ver com empresas menos hierárquicas, mais ágeis e autonomia.”
“Ninguém será mais oráculo. Acabou a era de líderes com respostas prontas para tudo.”
“Humildade de entender que todos os modelos de sucesso que usamos e nos trouxeram até aqui não serão os que nos levarão ao futuro.”
Marcelo Nobrega
“Todas as pessoas são capazes e completas e podem produzir a contento. É sobre colocar a pessoa certa no lugar certo. Este é o ponto. E qual é a responsabilidade do líder no desempenho das pessoas?”
“Não acho que faça mais sentido escrever políticas de RH. As equipes deveriam desenhar as suas políticas”
“Um líder só é solitário se quiser. Ele tem uma organização inteira pra ajudá-lo.”
Ricardo Basaglia
“O maior assassino de empregos não é a IA, mas sim a falta de inteligência emocional.”
“Inteligente não é quem tem estoque de conhecimento, mas quem se propõe a aprender e rapidamente se torna acima da média.”
“O ser humano muda por convicção, conveniência ou constrangimento.”
Texto: Luana Dalmolin
- Aumentar
- Diminuir
- Compartilhar
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.