O que a queda da Stone nos ensina
Queridinha do mercado até pouco tempo atrás e uma das pioneiras entre as fintechs, a Stone vive um momento complicado, analisa a Bloomberg. Após o sucesso de sua maquininha de pagamentos, a Stone passou a atuar também na área de crédito, emprestando dinheiro a pequenos e médios negócios.
Mas a companhia subestimou os riscos e a inadimplência explodiu, forçando a Stone a interromper a originação de crédito no ano passado. Com a pandemia, muitos clientes faliram, e o recente cenário de alta de inflação e juros apresentou uma combinação péssima para a companhia.
Nos últimos meses, as ações da Stone não param de cair e já chegam a uma redução de 88% em relação ao pico, perdendo US$ 25,6 bilhões do valor de mercado da empresa. Ainda segundo a Bloomberg, a deterioração do cenário de crédito atingiu outras fintechs. A PagSeguro teve queda de 73% nos últimos 12 meses no valor de suas ações.
No fim das contas, a queda da Stone serve como alerta para fintechs em geral, sobre os desafios da expansão para mercados dominados há décadas por grandes bancos. Após anos de crescimento vertiginoso e captação de clientes independentemente dos custos, as startups agora sentem a pressão de conseguir vender produtos mais rentáveis para para esses clientes.
Multilaser entra no CVC
Casos como da Stone à parte, o cenário brasileiro de startups ainda é promissor para este ano. É de olho nesse bom momento que a Multilaser – com apoio da Bertha Capital – anunciou um fundo de Corporate Venture Capital (CVC) no valor de R$ 200 milhões.
O valor deve ser dividido entre 10 e 15 startups, com cheques de R$ 5 milhões a R$ 30 milhões. Os primeiros investimentos da lista já têm destino certo: três negócios que devem ser anunciados nas próximas semanas, somando cerca de R$ 50 milhões.
O fundo será focado principalmente em startups ligadas à economia real, como fintechs, retailtechs e logtechs. Ao Broadcast, O CEO da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki, explica que a meta é buscar inovações que conversem com as já oferecidas pela empresa. Estão no radar principalmente as soluções digitais voltadas para saúde, automação de varejo e mobilidade elétrica, por exemplo.
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The dark side of dark stores
As dark stores vêm se popularizando em vários países do mundo conforme aumenta a demanda por entregas rápidas de consumo em domicílio. Mas, se por um lado trazem conveniência e praticidade para quem recebe as compras, por outro vêm gerando incômodos em seus vizinhos em algumas cidades do mundo.
Em Amsterdam – cidade com ruas de modo geral pacatas, estreitas e de prédios baixos – a proliferação de dark stores vem causando problemas entre gestores e moradores locais. Entre as queixas estão as filas de entregadores nas calçadas, barulho durante a madrugada, assédio a pedestres mulheres e ameaças dirigidas a vizinhos que reclamam do barulho.
Moradores de uma rua na parte norte da cidade chegaram a criar uma conta no Instagram para documentar atividades que consideram prejudiciais ao seu cotidiano. Os vídeos e imagens mostram, por exemplo, caminhões de entrega fechando a rua por quase 30 minutos e atrapalhando a passagem dos onipresentes ciclistas.
No fim de janeiro, após muita pressão dos moradores, a prefeitura de Amsterdam resolveu proibir a abertura de novas dark stores até que regras para este tipo de comércio sejam definidas. Dias depois, Rotterdam também adotou o bloqueio, e outras cidades holandesas estudam medidas similares. Em Amsterdam, as autoridades agora estudam mover as dark stores para lugares mais afastados e terrenos mais abertos, como estacionamentos.
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Curadoria e edição: André Cardozo
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