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Pastor, advogado ou político? Pense como um cientista

Carta do CEO - EXP

Por Ricardo Natale*.


Para Adam Grant, professor da Wharton School, o importante é buscar a verdade fazendo experimentos para testar hipóteses e encontrar o conhecimento. Vejamos por quê.

Em seu livro “Pense de novo”, Grant, reconhecido estudioso de recursos humanos, nos leva a repensar nossas atitudes e opiniões para que não sejamos dirigidos por ideias ultrapassadas perante fatos novos.

Devemos reservar um momento para refletir e repensar os passos para o futuro. A tenacidade sozinha não resolve. É preciso ter um propósito que seja realizável. E é aí que entra em campo o repensamento.

Com base nas descobertas de Phil Tetlock, outro estudioso da área, Grant explica que, enquanto falamos e pensamos, o mais comum é assumirmos a mentalidade de três profissões: pastor, advogado ou político.

Entramos no modo pastor quando nossas crenças sagradas são desafiadas e, então, fazemos pregações para proteger nossos ideais. O modo advogado se dá quando reconhecemos falhas no raciocínio da outra pessoa e desbancamos teorias contrárias. E o modo político ocorre quando tentamos conquistar uma plateia, mesmo à custa da verdade.

Mas qual seria o modo adequado? O do cientista, que busca a verdade fazendo experimentos para testar hipóteses e encontrar o conhecimento. O que importa é atitude de testar hipóteses.

O objetivo deste livro, diz o autor, é explorar como reavaliar um pensamento. A primeira parte trata do repensamento em âmbito pessoal. O foco é abrir a nossa mente.

A segunda parte avalia como podemos incentivar outras pessoas a rever seus conceitos. Por exemplo, como convencer pais a vacinar seus filhos contra o sarampo e outras doenças fatais.

A terceira parte trata de criar comunidades de aprendizado vitalícias. Em relação às escolas, veremos que educadores ensinam seus alunos a repensar os próprios livros didáticos já consagrados, avaliando diferentes visões sobre acontecimentos históricos conhecidos.

Grant conclui: precisamos ter humildade para reconsiderar compromissos passados, dúvida para questionar decisões atuais e curiosidade para reimaginar planos para o futuro. O repensamento nos liberta não só para atualizarmos conhecimento e opiniões. Ajuda na busca de uma vida mais recompensadora.

Cada vez mais o aprimoramento da área de recursos humanos sobe degraus na hierarquia de importância para as empresas se desenvolverem. Um termômetro é a significativa expansão das HRtechs, sobretudo nesses tempos de reorganização do trabalho por conta da retomada pós-pandemia e do constante desafio das corporações para encontrar e reter talentos.

“As HRtechs estão impulsionando e evidenciando cada vez mais o RH como área estratégica dentro das companhias. Os dados de inovação aberta evidenciam que as HRtechs têm expressivo crescimento na evolução dos ecossistemas”, explica Miguel Assunção, sócio da área de Gestão de Pessoas da EY e especialista em Reestruturação Organizacional, Eficiência Operacional e Ágil. “Acredito que as RHtechs têm uma função ‘quase humana’ nas organizações, que é fazer com que a experiência do colaborador seja a melhor, de forma mais engajadora e eficiente possível.”

Segundo o consultor, dos anos 2000 até hoje, já foram investidos cerca de US$ 3,5 bilhões no ecossistema brasileiro de HRtechs, dos quais grande parte foi aplicada a partir de 2019. Do total de investimentos, 69% foram alocados na categoria aprimoramento e cuidado (qualidade de vida, benefícios, desenvolvimento de habilidades e diversidade, equidade e inclusão), 22% destinados à contratação e 9% empregados em gestão. “A pandemia influenciou muito as necessidades de aprimoramento e cuidado.”

A adesão cada vez maior das corporações às práticas sociais, governamentais e ambientais (ESG) também é um fator de impulsionamento das HRtechs. “Acredito que os próximos movimentos robustos de crescimento e investimento serão nas perspectivas e seus desdobramentos do ESG. Em paralelo, certamente teremos alguns pontos fora da curva nas perspectivas de experiência, gestão e eficiência”, afirma Assunção.

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