Quem é Paul, o primeiro professor robô do mundo
A inteligência artificial deverá mudar drasticamente a educação. E o brasileiro Paul, primeiro professor-robô do mundo, é a justificativa para Adriano Mussa, reitor, professor e sócio da Saint Paul Escola de Negócios, fazer uma afirmação assim tão surpreendente, como a exposta aos cerca de 120 diretores de Recursos Humanos que participam da RH Week, evento promovido pelo Experience Club, nos dias 21 a 22 de maio, no Sofitel Jequitimar Guarujá (SP).
O Paul, que faz parte da plataforma LIT, é o primeiro professor robô do mundo. Ele utiliza inteligência artificial IBM Watson. Essa nova forma de aprendizado é customizada de acordo com o perfil e a necessidade de cada aluno. Tudo que ele ensina aos cerca de 5 mil estudantes que o utilizam desde o seu lançamento, há dois meses, foi ensinado pelos melhores professores da Escola de Negócios por cerca de dois anos.
O grande benefício do aprendizado por meio da inteligência artificial é que a educação é personalizada e adaptativa. De acordo com Marcelo Porto, vice-presidente de cloud computing da IBM para a América Latina, esse conceito irá transformar o modelo de educação no Brasil a partir de um nível de curadoria profunda.
Como o professor não é onipresente, a plataforma de educação será. E ela faz parte do conceito de Lifelong Learning, de aprendizado ao longo da vida. Você pode aprender lendo um livro, vendo um vídeo ou participando de um debate. “Aí questionamos: por que ensinar todo mundo da mesma forma se as pessoas são diferentes?”, pergunta o reitor.
O Paul ajuda a personalizar a educação do aluno e também a definir um relatório de estratégia de aprendizado. “Além disso, a aprendizagem é adaptativa. Não importa de onde você começou. Comece de onde começar, você vai absorver conhecimento.”
Como toda novidade, causa certo temor. Ao dar início ao projeto, a Saint Paul convocou os professores a abraçarem a ideia. No início, as reações foram de apreensão e medo de perder o emprego. “Hoje, o resultado mostra o contrário. Como dizia Sócrates, afeto e conhecimento, se guardados, são perdidos”, diz Adriano.
Ou seja, quanto mais os professores ensinam o Paul, melhor ele fica. Os mestres são inevitáveis hoje e no futuro da inteligência artificial na educação. Além de ensinar, ele também tem a função de atuar como curador de conteúdo. Ele monta a lógica do conhecimento e o aluno inicia o processo de qualquer ponto.
Se a inteligência artificial ainda soa como filme de ficção científica a quem está do lado de fora, no futuro ela será vital para a formação das novas gerações. Esse movimento acompanha o momento atual da economia em transformação, da chamada ‘era dos dados’.
Hoje, o Paul, que faz parte da plataforma LIT, está acessível para alunos do Saint Paul e interessados de fora da escola. Por meio do site www.lit.com.br, eles podem pagar um valor mensal de R$ 99 e ter acesso ao conteúdo equivalente a 10 MBAs. “Se você tirar um sabático de um ano e estudar 12 horas por dia, não conseguirá absorver nem 20% do que o Paul tem hoje para ensinar”, conta Adriano. Bem-vindo à era da aprendizagem disruptiva.
Texto: Françoise Terzian
Foto: Marcos Mesquita/Experience Club
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