Revolução engajada no Santander
Em julho serão completados dez anos da aprovação de uma das mais emblemáticas fusões da história do sistema financeiro brasileiro, entre o Banco Real e o Santander. Não é segredo para ninguém que a união provocou um choque cultural profundo entre o Real, nacionalmente reconhecido por suas políticas em defesa da sustentabilidade, e o estilo de competição agressivo do grupo espanhol.
“Foi um confronto de culturas que, se não eram opostas, eram muito diferentes, e isso provocou um período de conflito na companhia”, lembra Vanessa Lobato, vice-presidente de RH do Santander, que está na organização desde 1999 e assistiu a todas as transformações da empresa em diversas áreas do negócio.
Uma das transformações necessárias era mudar a imagem do Santander como empregador, que não estava na lista dos mais desejados. Na apresentação “Desafios da Cultura e do Engajamento”, no RH Week, Vanessa contou em detalhes o esforço do banco para virar esse jogo. O fórum mais inovador de gestão de pessoas do mercado, o RH Week 2018 é realizado pelo Experience Club e ocorre nos dias 21 e 22 de maio, no Sofitel Jequitimar Guarujá (SP).
A transformação partiu do novo posicionamento de propósito da instituição: “Contribuir para que a pessoas e os negócios prosperem”. Agindo como? Em três princípios: “Simples, pessoas e justo”. Dentro dessa mudança de mentalidade, o Santander passou a investir pesado em formação e na forma como se relaciona com seus colaboradores.
“Esse posicionamento implica num esforço diário enorme e o que aprendemos é que a cultura muda os processos, não o contrário”, destaca Vanessa. Um dos pontos centrais dessa estratégia foi aumentar o nível de engajamento através do aprendizado. O banco ajudou a filosofia do centro de formação, a Academia Santander, para a geração de “conteúdo horizontal, inspirador e que serve para qualquer área de negócio da organização”. “Também criamos um conselho com líderes e a função de multiplicador passou a ser disputada”, explica Vanessa destacando a questão do “protagonismo” como um elemento muito importante do engajamento.
Transparência e diversidade
Outra medida importante de transformação na cultura organizacional do Santander foi abrir o espaço de contratações numa plataforma disponível para qualquer funcionário. Com isso, o crescimento da carreira passou a não depender diretamente do chefe imediato ou do departamento. “Estimulamos que as pessoas fossem atrás do que elas queriam, não importa em que área do negócio. O lançamento do portal teve um resultado impressionante: foram 17 mil atualizações de curriculum na primeira semana”, recorda Vanessa.
Em paralelo ao trabalho de transparência, o Santander iniciou um esforço global pelo aumento da inclusão de diversidade, baseado em 4 princípios: atrair e estimular talentos com deficiência, fomentar a liderança feminina, valorizar a outras formações profissionais (psicologia, games, entre outros) e promover a diversidade racial. “Num país com 52% de negros e pardos nós, como parte da sociedade, temos uma obrigação em reparar a desigualdade histórica que existe sobre essa população”, destaca Vanessa.
Como resultado, a VP de RH celebrar o 3º ano consecutivo do banco no ranking das melhores empresas para se trabalhar no Brasil e ter atingido níveis de engajamento e admiração pela empresa superiores e 90 pontos. “Para algumas empresas pode até ser natural esse movimento, mas para nós definitivamente é uma conquista imensa”.
Texto: Arnaldo Comin
Foto: Marcos Mesquita/Experience Club
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