United Airlines investe em combustível sustentável e eficiência operacional para atingir net zero até 2050
Com mais de 4,5 mil voos diários para mais de 330 destinos no mundo, a United Airlines foi a primeira companhia aérea global a anunciar seu compromisso de alcançar a neutralidade de emissões de carbono até 2050, sem depender de mecanismos de compensação voluntária. Até 2035, a meta é reduzir as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) provenientes do uso de combustível de aviação em 50%, compromisso aprovado pela iniciativa Science-Based Targets (SBTi), que valida sua conformidade científica. “Parcerias com empresas, como a Embraer, irão permitir o desenvolvimento de aeronaves mais eficientes e de tecnologias que reduzam o impacto ambiental”, contou Jacqueline Conrado, country manager da United Arlines no Brasil, em entrevista à [EXP].
Para atingir esse objetivo, a companhia aérea, que tem mais de 100 mil funcionários no mundo e reportou uma receita operacional de US$ 53 bilhões em 2023, tem investido na substituição do diesel por combustíveis sustentáveis para aviação, o SAF (Sustainable Aviation Fuel). O setor de aviação é responsável por 3% das emissões globais de carbono e a indústria tem o desafio de encontrar tecnologias que acelerem a produção deste combustível, já que hoje o fornecimento de SAF representa apenas 1% do uso global de combustíveis na aviação comercial. O fundo de investimentos United Airlines Ventures Sustainable Flight Fund foi criado com este propósito pela companhia.
Além de investir em SAF, a companhia aérea aposta na substituição das aeronaves existentes por novos modelos que emitem até 20% menos carbono por assento. A United Airlines acelera ainda projetos de eficiência energética da operação em terra e amplia parcerias para o desenvolvimento de tecnologias e soluções de descarbonização que possam ser escaláveis. “Para nós, a sustentabilidade não é um projeto isolado, mas uma premissa que guia o crescimento da empresa”, afirmou Jacqueline. A executiva aposta ainda no uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial generativa, para melhorar a comunicação com os clientes e a experiência do usuário. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Reinvenção na pandemia:
“Como a United foi a única companhia aérea a manter voos diários entre Brasil e Estados Unidos durante o fechamento das fronteiras entre os países na pandemia, repatriamos passageiros de outras companhias aéreas, mostrando nosso compromisso com o longo prazo. Nossos cortes de pessoal no Brasil foram mínimos, já que sabíamos que o mercado brasileiro seria um dos primeiros a se recuperar. Mantivemos, ainda, operações essenciais, como transporte de vacinas, cargas médicas e produtos agrícolas neste período.”
Visão atual do mercado:
“Estamos 8% acima do nível de oferta de assentos em comparação com 2019. A demanda é satisfatória, especialmente no segmento premium. Apesar de desafios como a alta do dólar, continuamos resilientes. O mercado de lazer e o segmento premium estão em alta.”
Sustentabilidade:
“A United está empenhada em cumprir com seu compromisso de neutralidade de carbono até 2050. Para isso, investimos na compra de aeronaves que são as mais eficientes da nossa história e em parcerias com empresas, como a Embraer, para desenvolver aeronaves elétricas e tecnologias que reduzam o impacto ambiental.”
Tecnologia e Experiência do Usuário:
“Na United, usamos a tecnologia para otimizar operações e melhorar a comunicação com nossos clientes. Ele recebe informações em tempo real pelo app, como atraso de voos devido ao mau tempo. Quando isso acontece, ele pode receber vouchers de alimentação ou remarcar sua estadia em hotéis diretamente pelo aplicativo. Estamos testando soluções de IA generativa em projetos internos antes de entregar ao cliente. Também firmamos uma parceria com a Starlink para oferecer internet via satélite de alta qualidade em nossos voos, com velocidade semelhante ao streaming doméstico.”
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