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Your First Million: Why You Don’t Have to Be Born into a Legacy of Wealthy to Leave One Behind

Abre Your First Million

Autora: Arlan Hamilton, com Rachel L. Nelson

Ideias centrais:

1 – O empreendedorismo oferece o caminho mais rápido para pessoas subestimadas e sub-representadas alcançarem posições de poder.

2 – É preciso ter autoconfiança, estabelecendo metas ambiciosas para si mesmo. Questione-se: Por que não eu?

3 – A narrativa da escassez incentiva a ideia de que só pode haver um vencedor. Mas isso é mentira. Há espaço para todos na linha de chegada.

4 – Fracassar faz parte da criação de uma empresa, por isso não é perda de tempo. Ajuda a aprender e criar resiliência.

5 – Ninguém no mundo consegue fazer algo sozinho. A ideia de “self-made man” é falsa, pois todos precisam contar com a ajuda de outras pessoas. Por isso, a colaboração é tão importante.

6 – Para criar uma base financeira sólida, diversifique sua renda para não depender de um único fluxo de entrada.

7 – Na hora de aceitar investimentos, é preciso escolher bem. Descubra quem são os players, o que eles oferecem, do que você está abrindo mão e o que isso significa para o futuro da sua empresa.

8 – Colaborar é a melhor forma de crescer. Isso envolve ter um bom networking, ajudando os outros a fazerem contato com as pessoas certas.

9 – Ter uma boa rede de contatos é uma das melhores formas de aumentar seu valor. Diferente do que é propagado, não é preciso ter uma rede de contatos formada apenas por ricos e poderosos. Hoje, o poder da sua rede reside não apenas na qualidade, mas também na diversidade.

10 – O futuro do trabalho é aquele em que os empregados terão mais poder. Com isso, conseguirão adaptar melhor a carreira às suas vidas.

11 – Para conquistar US$ 1 milhão, é preciso ter perseverança, resiliência e uma crença inabalável em si mesmo.

Sobre a autora: Arlan Hamilton é empreendedora. Ela é fundadora, investidora e sócia-administradora do fundo de capital de risco Backstage Capital, criado por ela quando vivia na condição de sem-teto. Dedicado a minimizar disparidades na tecnologia, com investimentos em mulheres, negros, indígenas e LGBTQ+, o fundo já levantou US$ 30 milhões e investiu em mais de 200 startups desde 2015.

Introdução:

Arlan Hamilton percebeu que tinha atingido o sucesso que buscava quando conseguiu comprar um carro da cantora Janet Jackson em um leilão por US$ 90 mil. Fez isso aos 40 anos, seis anos após ter vivido como sem-teto. Estava há quatro anos sóbria após 15 anos de vício em álcool. Fazia cinco anos que tinha criado o fundo Backstage Capital para investir em empresas de pessoas sub-representadas ou subestimadas.

Empreendedora, começou sua carreira na indústria da música. Além disso, criou uma revista, um blog e um serviço de transcrição. Todos com algum grau de sucesso e dificuldade. Quando começou a pesquisar a área de capital de risco, também pensava em abrir o próprio site de relacionamentos voltado para mulheres que procuravam mulheres.

Vivendo na linha da pobreza a maior parte da vida, ela estava falida quando decidiu iniciar seu próprio fundo de investimento. Por isso, dormia no chão do aeroporto de São Francisco enquanto participava de reuniões de trabalho. Mesmo assim, conseguiu o que queria.

Agora, escreve para aqueles que têm o mesmo sonho, que querem lançar uma ideia, ou resolver um problema em sua área de atuação. Ela quer orientar as pessoas no traçado de seus próprios caminho para a autossuficiência econômica e a liberdade e ajudá-las a tomar decisões que tenham impacto não apenas para si e para o seu negócio, mas também para as pessoas e comunidades que aqueles que estão no poder historicamente ignoraram.

Parte Um: Sua Audácia

O empreendedorismo pode funcionar como uma oportunidade de autonomia e autossuficiência em momentos em que tudo parece ruir, como aconteceu na época da pandemia de Covid-19. Muitas pessoas iniciaram negócios no período, o que a autora considera positivo. Ela diz: “Quero ver pessoas subestimadas elevadas a posições de poder e acredito que o empreendedorismo oferece o caminho mais rápido para chegarmos lá.”

1- Embaralhando

Em 2017, apenas 0,02% do capital de risco era direcionado a mulheres negras. Como parte desse grupo da sociedade, Hamilton sabia que teria dificuldades na área. Ela sabia que seria difícil ser levada a sério por aqueles que tinham dinheiro e poder. “Não estávamos apenas sub-representadas, éramos subestimadas. Ficou claro para mim que o Vale do Silício replicava o mesmo racismo sistêmico, a homofobia e o sexismo que prevalecia no resto dos Estados Unidos e em outras partes do mundo.”

Isso a levou a decisão de criar a Backstage Capital, onde seria ela que faria os investimentos nas ideias de outras pessoas de grupos sub-representados, como negros, mulheres e LGBT+.

2 – Autoconfiança Radical

O primeiro passo é ter autoconfiança. Significa estabelecer metas para si mesmo que possam parecer fora de alcance. Significa olhar para as conquistas dos outros e pensar: Por que não eu? Hamilton diz que foi isso que a ajudou a seguir em frente mesmo sem ter dinheiro, casa ou educação superior.

A narrativa da escassez incentiva a ideia de que só pode haver um vencedor. Mas isso é falso, é mentira. Não há um prêmio em dinheiro pelo qual todos possamos lutar; há espaço para todos na linha de chegada. Mesmo com pessoas desacreditando de sua capacidade de criar um fundo de risco, a autora conseguiu torná-lo realidade. Ela investiu em cem empresas em 2018. Até maio de 2023 já tinha investido em mais de duas companhias lideradas por fundadores sub-representados.

3- Todo Mundo É Um Especialista em Alguma Coisa (Incluindo Você)

Ter acesso a uma educação sofisticada não garante sucesso, por isso use as habilidades que tem para iniciar seu projeto. Você pode ter resiliência, saber lidar com dinheiro, esticar recursos, entre outros. É preciso acabar com a ideia de que pessoas que vivem na pobreza são ignorantes sobre finanças. “Todo mundo é especialista em alguma coisa, e esse conhecimento vale alguma coisa no mundo.”

Pense em algo sobre o que consegue falar durante 15 minutos, sobre seus conhecimentos, sobre o que poderia ensinar aos outros. Isso pode vir do seu trabalho, da sua experiência como cliente de um serviço ou de uma experiência de vida com um grupo de pessoas.

4 – A Mudança Pode Acontecer em Qualquer Lugar

“Acho que as melhores ideias vêm da experiência pessoal do fundador. Não há melhor pesquisa do que vivenciar algo e não há melhor motivação para resolver um problema do que experimentá-lo. Se você perceber um problema, ou uma lacuna no mercado, ou uma melhoria esperando para acontecer, é por aí que deve começar.”

Pense em algo que pode levar a um impacto positivo para pessoas como você. Este foi o exemplo de companhias como a Mahmee, do setor de saúde materna, e da SoLo Funds, que trabalha com empréstimos não exploratórios. Há poder na criação, na mudança, na imaginação. Reivindique esse poder!

5 – A Audácia de Falhar

A cultura das startups inclui muitos fracassos. Muitas das empresas abrem e fecham em cerca de dois anos. Os fundadores tentam, não dá certo, eles fecham e levam as lições que aprenderam para a próxima empresa que criarem. Grupos sub-representados também merecem ter esse tipo de experiência.

Hamilton trabalhou em diferentes áreas e criou produtos como uma revista. Ela conta que amava o que fazia, mas que isso a levou a problemas financeiros, mentais e emocionais. O fracasso faz parte da criação de qualquer coisa e nunca é uma perda de tempo. Ajuda a aprender e criar resiliência.

Parte Dois: A Importância da Propriedade

A maioria das pessoas ricas começaram a vida com riqueza passada por gerações. Isso faz com que seja mais fácil para elas começarem um negócio. É preciso criar este tipo de riqueza entre a comunidade negra. É o que busca a doutora Pamela Jolly, fundadora e CEO da Torch Enterprises Inc., uma empresa de investimento estratégico comprometida com o crescimento e desenvolvimento de negócios de minorias. Ela diz que pessoas ricas fazem duas coisas: “Elas possuem coisas e cooperam”.

6 – O Dinheiro Não Possui Você

Hamilton passou a maior parte da vida na pobreza. Aos 34 anos aceitou participar de um curso sobre capital de risco em São Francisco, que pagou com crowdfunding, com uma bolsa e negociando a forma de pagamento. Quando conseguiu os primeiros US$ 25 mil dólares para investir em si mesma e depois outros US$ 25 mil para investir em outra pessoa, ela prometeu que nunca mais passaria fome.

“Hoje sou a pessoa mais rica da minha família, mas espero que isso mude. Vivo para que isso mude, para que pessoas mais velhas e mais jovens do que eu ultrapassem minha riqueza ou me encontrem lá.”

7- Possuindo a Riqueza que Você Cria

Você não precisa ser rico para começar a construir riqueza geracional. Você só precisa alterar a visão que tem sobre a aparência de um investidor, que tipo de pessoa é um investidor. A comunidade negra precisa investir em si mesma, para criar riqueza para si própria, de acordo com o livro.

Quantas pessoas enriqueceram com algo que nossa comunidade criou? Da nossa música à nossa moda e ao nosso vocabulário – é hora de assumirmos o legado da nossa própria riqueza e compreendermos que ela já nos pertence.

8 – Possuindo Suas Finanças Pessoais

Em 2019, apenas 38% dos americanos tinham um fundo de emergência. A autora defende que é preciso que as pessoas busquem criar este tipo de fundo para si mesmas e para seus negócios, garantindo a própria segurança. Isso deve ser feito de forma intencional.

Uma maneira de assumir o controle e criar uma base financeira sólida para sua vida é diversificar sua renda para que você não dependa totalmente de um único fluxo de entrada. Foi o que ela fez.

Atualmente, Hamilton conta com diferentes tipos de renda, como seu salário de sócia-gerente da Backstage Capital e como proprietária da ArlanWasHere LLC; acordos de publicações, como este livro; retornos de investimentos; palestras; acordos de mídia, como os podcasts “Your First Million” e “The Valley”; cursos e produtos digitais e consultorias.

9 – Possuindo Sua Empresa

Hamilton considera importante a busca dos empresários pela propriedade, porque isso significa poder. Você decide qual impacto seu trabalho terá no mundo, como moldará a sociedade e como contribuirá para o seu legado. Ela criou o fundo ArlanWasHere Investments, em sociedade com o empresário Mark Cuban, com o objetivo de promover a cultura da propriedade, principalmente entre fundadores sub-representados.

Na hora de aceitar investimentos, é preciso escolher bem. Descubra quem são os players, o que eles oferecem, do que você está abrindo mão e o que isso significa para o futuro da sua empresa.

Algumas opções são: investimento de familiares e amigos; investidores-anjo; fundos familiares; capital de risco; uso de recursos próprios ou dos sócios, conhecido em inglês como “bootstrapping”; empréstimos em bancos e investimentos de aceleradoras. Há ainda os subsídios filantrópicos e o crowdfunding.

10 – Possuindo Seus Lucros

Quem tem um fundo de capital costuma receber uma taxa de administração, que gira em torno de 2% do total investido. É o suficiente para pagar uma ou duas pessoas e serviços como advogados e contadores. A Backstage Capital nunca contou com uma grande soma de entradas, pois cresceu com pequenos investimentos de US$ 25 mil.

Em fundos grandes, às vezes os gestores vendem pontos percentuais de sua participação nos lucros para cobrir as despesas operacionais. Foi o que Hamilton fez para manter seu trabalho no fundo de risco. Em 2018, ela concluiu que vendeu demais. Três anos depois ela optou pelo crowdfunding para financiar o gerenciamento do fundo.

“Eu poderia ter me contentado em ser uma acionista minoritária na empresa que construí. Em vez disso, encontrei uma maneira de manter a empresa funcionando sem enganar ninguém, inclusive eu.”

11 – Possuindo Sua Expertise

A autora conta que teve medo do palco até 2017. Ela teve que se livrar dele quando começaram a chamá-la para fazer palestras. Hoje fala para mais de 20 mil pessoas e é uma das palestrantes mais bem pagas e mais procuradas da área de tecnologia nos Estados Unidos. Ela sugere dez passos para se tornar um palestrante em seis meses:

1- Tenha clareza de seus objetivos;

2 – Identifique possíveis temas;

3 – Pesquise;

4 – Pratique;

5 – Crie um resumo de 60 segundos a três minutos;

6 – Consiga comentários;

7 – Defina seu ganho;

8 – Crie um site;

9 – Contate sua lista de interesse de conferências futuras;

10 – Divirta-se.

12 – Não Conte com o Dinheiro Enquanto Não Estiver no Banco

Independente da forma de financiamento que escolher para seu negócio, só conte com o dinheiro quando estiver na sua conta. Nunca gaste antes. Hamilton conta que quase fechou um investimento de US$ 5 milhões em 2018 com a área de risco da Renault-Nissan-Mitsubishi Alliance. Faltava apenas a assinatura do presidente da empresa, Carlos Ghosn. No entanto, ele foi preso dias antes. O investimento nunca aconteceu.

Ela diz que a situação foi frustrante, mas não foi a última. “Isso me lembrou de ter uma pele grossa e de não colocar todos os ovos na mesma cesta. Há um limite de tempo que você pode gastar lamentando uma perda como essa, porque sua empresa e seus funcionários precisam que você descubra uma maneira de continuar.”

Parte Três: Muitos Mini Impérios

Ninguém no mundo consegue fazer algo sozinho. A ideia de “self-made man” é falsa, pois todos precisam contar com a ajuda de outras pessoas. Por isso, a colaboração é tão importante. Você pode abrir caminho para um público mais amplo, uma tecnologia mais inovadora e/ou mudança social em maior escala, tudo isso trabalhando com outras pessoas.

13 – Criando Vencedores em Todos os Lugares

Hamilton vê no futuro de cinco a dez anos cada vez mais pessoas subestimadas se saindo bem. “Vejo-as construindo mini impérios em diferentes cidades, trabalhando para melhorar a vida das pessoas da sua comunidade.” Isso significa ter pessoas conquistando a riqueza em diferentes partes dos Estados Unidos.

Uma das contribuições da autora para isso foi a escolha por votação pública de Detroit – além de Los Angeles, Filadélfia e Londres – para sediar o programa de aceleração Backstage Accelerator, iniciado em 2018.

14 – Escolhendo seus Colaboradores com Cuidado

Escolher as pessoas com quem irá colaborar é uma decisão importante. É preciso saber o que os dois lados querem, tomando o cuidado de deixar as expectativas claras. Hamilton quase fechou um acordo com dois investidores, mas percebeu que eles não estavam interessados o suficiente nas ideias dela. Isso a fez desistir.

Dinâmicas de poder existem em todas as colaborações e é importante estar ciente de quais são elas, especialmente quando há dinheiro envolvido.

15 – Dando Match

Parcerias que valem a pena são aquelas que complementam e elevam umas às outras. Quando você encontra uma pessoa ou empresa que complementa sua marca, mas tem um tipo de alcance e público diferente, cada um de vocês passa a ser visto por um novo conjunto de clientes em potencial.

Colaboração também envolve ter um bom networking, ajudando os outros a fazerem contato com as pessoas certas. A autora criou uma rede de fundadores subestimados que apresenta a potenciais investidores frequentemente. Eles ajudam uns aos outros.

16 – Construindo Sua Equipe

Hamilton criou a companhia Runner, que ajuda a conectar profissionais que buscam trabalho de meio período ou temporário a empresas inclusivas, por saber da importância dessa atuação no mercado. O objetivo é levar mais segurança para os dois lados, apresentando profissionais que se alinham à missão da empresa.

Se você, como empregador, puder contratar alguém para um trabalho que esteja alinhado com seus valores e sua paixão, conseguirá um trabalhador melhor e será capaz de mantê-lo por mais tempo.

17- Seu Networking é Moeda

Ter uma boa rede de contatos é uma das melhores formas de aumentar seu valor, principalmente por poder conectar pessoas que não se conhecem. A melhor forma de começar é pelas redes sociais. Há também as conferências online. Diferente do que é propagado, não é preciso ter uma rede de contatos formada apenas por ricos e poderosos.

Hoje, o poder da sua rede reside não apenas na qualidade, mas também na diversidade. Isso ajuda a ampliar sua visão de mundo. Com isso, pode-se criar produtos e serviços que atraiam uma ampla gama de pessoas. Preocupe-se com sua reputação em tempo real, o que significa ser sua própria marca, atuando com integridade.

18 – Entrando na Sala

Se quiser participar de uma conferência, mas não tem dinheiro para isso, busque trabalhar dentro dela. Foi o que a autora fez em uma convenção no Arizona. Saiu de lá com novos convites de trabalho. Isso mostra como é importante criar suas próprias oportunidades. Faça uma lista das conferências, eventos ou oportunidades de networking das quais deseja participar nos próximos três, quatro ou cinco meses e descubra uma maneira ética e inteligente de participar.

19 – Convocando Especialistas

Hamilton criou a Arlan’s Academy em 2020 com um curso sobre como levantar capital inicial para negócios. A plataforma cresceu quando ela incluiu cursos de outros especialistas. Hoje, são mais de 30 tutores que ensinam diferentes tipos de habilidades. A maioria deles é formada por mulheres negras ou que não se consideram brancas.

Todo mundo tem algo que pode ensinar aos outros. Se está com dificuldade para descobrir qual é esse assunto, pense em algo que você faz na sua carreira ou por hobby pelo menos uma vez por semana e desconstrua como faz isso, até mesmo nos mínimos e mais óbvios detalhes. Essa é uma dica para criar um curso de uma hora. Além disso, procure alguém que faça algo que complemente o que você faz para trabalharem juntos.

Parte Quatro: Redefinindo Sucesso

Como será o futuro do trabalho? Para a autora, é aquele em que cada pessoa poderá organizar sua carreira para se adaptar a cada parte de sua vida, um futuro em que os empregados terão mais poder. Devagar, as empresas começam a perceber que bons trabalhadores são aqueles que fazem o negócio ser incrível. Devemos considerar como fazer escolhas que se alinhem com a nossa própria definição individual de ‘sucesso’.

20 – Perseguindo Impacto, Não Unicórnios

Todos querem se sentir bem-sucedidos e parecerem também. O problema é que a medida não pode ser feita pela comparação com os outros. Cada um tem a sua. Pessoalmente, meço o sucesso pelo impacto, pela mudança, pelo legado. Ter dinheiro faz parte do pacote, deve ser usado como ferramenta. O sucesso é a ação que ele permite.

No Vale do Silício, ter sucesso é se tornar um “unicórnio”, ou seja, ser uma empresa que vale mais que US$ 1 bilhão, pelo menos no papel. No entanto, se uma companhia faz menos do que isso, mas consegue pagar suas contas e seus empregados, também pode ser chamada de bem-sucedida.

21 – Abandone o FOMO

Sucesso não é ter boas fotos no Instagram, mas, sim, ter poder nas suas mãos. O meio de chegar a isso é parar de se comparar. É preciso deixar de ter medo de perder, conhecido pela sigla FOMO em inglês (“Fear Of Missing Out”).

FOMO pode ser uma tática de vendas útil se for você quem a utiliza. Mas também pode ser usada como uma arma perigosa. Hamilton diz que sofria disso, mas agora deixou de aspirar ser outra pessoa. Para ela, é preciso se concentrar em ser você mesmo. “Confie nos seus instintos.”

22 – Sucesso É Para Ser Compartilhado

Como o sucesso se parece quando é compartilhado com os outros, quando é estendido para a comunidade? “Se tiver um bom desempenho como gerente de capital de risco, então os meus investidores também terão um bom desempenho – é assim que o sistema funciona.”

A autora considera que muda a paisagem das startups ao investir em companhias de fundadores sub-representadas, como a empresa Partake Foods, que desenvolve alimentos para pessoas que têm alergia. “Meu sucesso extraordinário é meu ativismo – é meu punho no ar – porque pretendo usar minhas vitórias para catalisar outros a fazerem o mesmo. Se eu conseguir tornar obsoleta a missão da Backstage Capital, considerarei isso um sucesso.”

23 – O Verdadeiro Sucesso É Medido em Ações Não em Palavras

Os protestos contra a morte de George Floyd pela polícia americana em 2020 levaram ao anúncio de muitas empresas de que fariam investimentos na comunidade negra. Hamilton considera que houve grandes falhas em sua área. Mesmo no auge do cálculo racial, algumas das maiores empresas de capital de risco fizeram muito pouco e esperavam muitos elogios.

Ela cita a empresa Andreessen Horowitz, que anunciou na época um fundo para fundadores negros de US$ 2,2 milhões. Mas eles poderiam ter criado um fundo de US$ 200 milhões e isso dificilmente teria afetado seu orçamento geral de investimentos. Outra companhia criticada é a Sequoia Capital, que condenou o racismo, mas não mencionou como aumentaria a diversidade dentre seus empregados.

Parte Cinco: Catalisando

Hamilton explica que está interessada em mudar todo o sistema, não apenas criar uma ilusão de mudança. “Quero uma redistribuição da riqueza que suavize as arestas que enfrentamos durante toda a nossa vida.” Para isso, é possível usar diferentes tipos de ferramentas além do dinheiro, como oferecer tempo, conselhos, entre outros.

24-  Invista em Impacto

Em 2020, a autora deixou de apenas buscar investimentos para sua empresa, passando a levantar dinheiro por meio do crowdfunding. Era uma forma de dar às pessoas mais acesso a oportunidades de investimento. A Backstage Crowd usa o fluxo de negócios que acumulamos por meio da Backstage Capital e apresenta negócios aos investidores aos quais eles não teriam acesso de outra forma.

Hoje, as empresas Backstage têm mais de seis mil investidores. Os lucros serão divididos por todos eles. Isso é impacto em ação.

25 – Derrube a Escada e Construa um Elevador

Uma das investidoras da Backstage Capital é Liz Fong-Jones, profissional da área de tecnologia, que atua como engenheira de confiabilidade de sites e como ativista trabalhista. Por sua experiência como mulher trans, ela se concentra nos problemas enfrentados por esse grupo em todas as áreas da vida.

Ela investe em atividades que promovem o ativismo, as ações e a dignidade das pessoas LGBTQ+, principalmente da comunidade transgênero. “Ser a representação do que precisamos no mundo pode ser uma forma realmente poderosa de catalisar outras pessoas.”

26 – O Poder de Dar Poder Aos Outros

O empresário Mark Cuban – conhecido por ser um dos investidores do programa de TV americano “Shark Tank” – investiu US$ 1 milhão na Backstage Capital em 2019. Isso aconteceu logo após um artigo publicado no site noticioso Axios que dizia que Hamilton havia falhado em sua missão de levantar US$ 36 milhões para investir em startups lideradas por mulheres negras.

No ano seguinte, Cuban decidiu investir outros US$ 5 milhões. Fez o mesmo em 2021. Seu apoio indireto levou a novos investimentos de famosos, como o de Serena Williams na empresa Mahmee. “Ser capaz de fazer ligações, ter acesso a pessoas que podem fazer as coisas acontecerem – tudo isso é poderoso. Depois de obter acesso à parte desse poder, cabe a você compartilhá-lo com outras pessoas.”

27 – Catalise o Aprendizado

Hamilton trabalha com investimento, execução, amplificação e educação. Depois de uma visita a Universidade de Oxford, no Reino Unido, ela decidiu criar uma bolsa de estudos para jovens negros poderem frequentar a escola.

Ela oferece bolsas também para alunos da área de psicologia na Dillard University em New Orleans, onde sua mãe estudou. “Para mim, não se trata apenas de dar uma oportunidade ao aluno que ganha a bolsa – trata-se de catalisar esse aluno para seguir em frente, ter sucesso e também criar uma bolsa de estudos.” A autora mantém ainda um programa de aprendizagem em suas empresas.

Conclusão

Hamilton considera que aprendeu três lições chave em sua jornada: quase qualquer pessoa pode ser um milionário; milionários fazem duas coisas excepcionalmente bem: eles possuem coisas e colaboram; e as habilidades necessárias para se tornar um milionário do zero podem ser ensinadas. O caminho para um milhão – e além – é pavimentado com perseverança, resiliência e uma crença inabalável em si mesmo.

Ficha Técnica Your First Million

Ficha técnica:

Título original: Your First Million: Why You Don’t Have to Be Born into a Legacy of Wealthy to Leave One Behind [sem edição em português]

Autoras: Arlan Hamilton, com Rachel L. Nelson

Editora: Little, Brown Spark – Hachette Book Group

Resumo: Fernanda Nogueira

Edição: Monica Miglio Pedrosa

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