“Não dá mais pra viver o presente sem construir o futuro”, diz CEO da Box1824 no Fórum CEO Brasil
Denize Bacoccina
Falar de tecnologia é falar sobre as pessoas e é para elas que as empresas devem voltar seus esforços nesta era de desenvolvimento da inteligência artificial generativa. Essa é a visão de Paula Englert, CEO da consultoria estratégica de futuros Box1824, que encerrou o segundo dia do Fórum CEO Brasil, evento do Experience Club que reúne 270 líderes empresariais e acompanhantes no Tivoli Ecoresort Praia do Forte, na Bahia.
Paula Englert falou sobre o impacto da transformação da inteligência artificial generativa nas empresas e na sociedade como um todo, a partir das mudanças de comportamento que já são visíveis entre os mais jovens, a geração que ela chamou de Gen Gen, a geração generativa. “Olhar para os jovens é um jeito de antecipar o futuro”, disse Paula. Um exemplo: jovens já começam a estudar com o auxílio de assistentes generativos e a usar esses assistentes sintéticos como companhia. Ao mesmo tempo que estão mais equipados para este futuro, os Gen Gen também são a geração mais ansiosa. O mundo está ficando mais e mais complexo, diz ela.
“Não dá mais pra viver o presente sem construir o futuro”, disse. “Estamos vivendo uma nova jornada de transformação, do digital transformation para o IA transformation.” Para as empresas, esse processo se dá em três estágios: experimentação, aceleração e disrupção. Algumas empresas podem estar vivendo as três fases ao mesmo tempo, ou diferentes áreas da empresa podem estar em diferentes estágios.
Paula defende que as empresas olhem para quatro pilares ao desenvolver suas ferramentas de IA generativa. Em primeiro lugar a governança, para que qualquer solução tenha a ética como premissa básica. “As coisas não podem mais ser feitas a qualquer custo”, afirma. A estratégia, o reskilling, para que todos – inclusive a alta liderança – estejam atualizados e preparados para as mudanças, e a tecnologia, que deve estar na pauta não apenas da área específica, mas de toda a empresa. “Mesmo a liderança precisa estudar, se preparar”, diz a CEO da Box1824.
O ponto de partida, diz ela, é que essa transformação de IA seja feita com respeito às pessoas. “Quem botar o negócio em primeiro lugar e as pessoas em segundo, terceiro, quarto, vai se complicar”, alerta. Por outro lado, são enormes as possibilidades de ganhar a confiança das pessoas e de atuar na resolução de inúmeros problemas. “Temos uma carência de educação imensa no Brasil, uma carência de educação financeira, uma carência de educação para a saúde. Essa é uma tecnologia que ajuda em todos esses lugares, não só na ciência, mas também na mudança de hábito das pessoas em todos esses sentidos”, afirmou. E como começar? Ela sugere que comecem a caminha e que façam as perguntas certas para o negócio.
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