CIOs direcionam investimento em tecnologias exponenciais para 2020
Conversamos com alguns executivos, que estiveram no Fórum CIO Club, realizado pelo Experience Club no Sofitel Guarujá Jequitimar em 3 e 4 de outubro, sobre as prioridades de investimentos para 2020. Atuantes em diferentes setores, um ponto em comum aparece em todas as falas: investir em tecnologias de AI, machine learning e IOT. Confira.
Luzia Sarno, CIO do Grupo Fleury
Aquisição de empresas de gestão com a finalidade de evoluir para uma plataforma de saúde. A aposta do grupo está em Tecnologias de AI e Big Data. Alguns produtos já desenvolvidos a partir desta perspectiva:
Teste de Origem Tumoral. Para que serve: quando há uma metástase em pacientes com câncer, é preciso buscar a raiz, do contrário você perde tempo e eficiência no tratamento. Como foi desenvolvido: AI criada por P&D e cientistas de dados.
Oncofoco. Para que serve: com o diagnóstico em mãos, as bases de oncologia do Watson são acessadas para buscar os últimos papers e trials. Então, o médico recebe junto do laudo, este material para que ele possa tomar a melhor decisão. “É humanamente impossível o médico estar atualizado com toda a literatura. Então, provemos a informação mais completa e criamos condições para que ele possa adotar a melhor conduta”. Como foi desenvolvido: em parceria com o Watson, da IBM.
Alexandro Barsi, Verity Group
Aquisição de novos negócios a fim de formar um ecossistema que se complemente e apoie o nosso cliente em sua jornada de inovação.
As apostas estão em empresas com tecnologias blockchain, AI e Realidade Aumentada.
Em 2020, o Verity Group investirá em um road show em São Paulo, para apresentar todas as suas soluções de forma integrada. “Vamos investir tempo para mapear as estratégias de cada cliente e identificar problemas e oportunidades e encaixar os nossos produtos. Queremos preencher os white spaces”.
Um exemplo de aplicação de novas tecnologias é o uso da AI para a leitura da arcada dentária. Desta forma, basta ter a chapa e a solução aponta o que há de errado e o tratamento adequado. Isso diminui o risco de fraudes para as seguradoras.
Ricardo Ribeiro, CIO da Nestlé
O foco da área de TI da Nestlé estará em três frentes:
Parcerias Estratégicas. “Somos uma empresa de alimentos, então não temos uma força de trabalho, agilidade para implantar tecnologias dentro de casa”. Há muitos processos repetitivos que precisamos automatizar, aí é onde entram tecnologias de AI e machine learning. A companhia está modernizando e adaptando 22 plantas para implantar IOT no chão de fábrica, como sensores visuais. Um exemplo disso, é o Nescau prontinho.
A partir de uma tecnologia, que faz reconhecimento de imagem, desenvolvida pelo Google, é possível identificar desvios mais rapidamente na linha de produção. Outra aposta para 2020 serão os carros autônomos dentro dos Centros de Distribuição, para evitar acidentes e ganhar em produtividade.
Personalização. Esta é uma tendência que a empresa irá ampliar. Hoje, já é possível consumir o café Dolce Gusto desta forma. Com o “Do meu Jeito”, é possível misturar os sabores das cápsulas em caixas de 50 ou 100 unidades, de acordo com o consumo da sua família.
No shopping Morumbi, em São Paulo, há um quiosque da Nestlé com bombons sortidos, os “ícones”, em que você pode montar a sua caixa, como preferir. Eles estão prestes a abrir uma loja-conceito dedicada ao Kit Kat, a Chocolatory, na qual os clientes poderão personalizar o produto e a embalagem.
E-commerce. A Nestlé adquiriu recentemente o direito de vender Starbucks fora das lojas da rede. Em breve, começarão a comercializar cápsulas de Starbucks via e-commerce. “É desafiador vender comida no Brasil via e-commerce. As pessoas são desconfiadas, ainda. O brasileiro gosta da experiência presencial. Por isso, estamos engatinhando neste segmento”.
Marco Santos, CIO da GFT
As apostas para 2020 passam por projetos de tecnologias exponenciais, em três frentes principais. “Nosso propósito é ajudar os clientes na disrupção do negócio deles, de forma ágil, com uma experiência digital integrada, a partir da criação de ecossistemas”.
Business Agility. As empresas precisam se tornar ágeis e o papel da GFT é ajudar com consultoria para promover uma mudança cultural. “A maior parte das empresas trabalha com ciclos muito longos que levam meses. Dado à pressão de entregar novos serviços e produtos, isso já não é mais viável”.
Projetos Digitais. Experiência do cliente, automatização e robotização de backoffice. Ajudar as empresas a criar novos ecossistemas via apis. “Tem que ser digital na ponta e também na cozinha”.
Dados Analytics. Auxiliar os clientes a se adequarem à Lei Geral de Proteção de Dados. Por outro lado, apoiar na tomada de decisões, a partir do estudo do comportamento do consumidor. “Desta forma, é possível ofertar os produtos e serviços no momento certo para o público certo”.
Texto: Luana Dalmolin
Foto: Marcos Mesquita | Experience Club e Unsplash
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