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Conheça os três bares paulistanos na lista dos melhores do mundo

Seja um bebedor consciente e nem pense em dirigir entre eles, mas saiba que num raio de apenas 10,3 km entre a região da Paulista e os bairros de Pinheiros e Vila Madalena estão três dos 100 melhores bares do mundo. Guilhotina, SubAstor e Frank entraram pelo segundo ano na lista secundária do ranking The World’s 50 Best Bars. Estão, respectivamente, na 71º, 82ª e 86º posições. São casas bem diferentes entre si: um bar de rua, um speakeasy no subsolo do Astor e um bar de hotel, no lobby do Maksoud Plaza. Em comum, a excelência na coquetelaria.

Márcio Silva, bartender e sócio do Guilhotina, entende que bares do Brasil estão entrando no roteiro internacional, antes de mais nada, porque o país tem uma riqueza culinária que o tornou um destino turístico-gastronômico mundial. Networking globalizado também conta pontos. O próprio Márcio é um hub de contatos mundiais. Cresceu na Europa e trabalhou com grandes nomes da coquetelaria de Londres. Na virada de 2015 para 2016, voltou para São Paulo e abriu o próprio bar. “O Guilhotina nasce do desejo de não desistir do Brasil”, afirma.

Nos três bares, você encontra uma carta de coquetéis autorais, com criações (e pirações) dos chefes de bar. A do Frank é inspirada no Japão. A do Guilhotina, num baralho de tarô. A do SubAstor, nos biomas brasileiros. A seguir, contamos mais alguns segredos das três realezas paulistanas. Com alguma sede, dá para conhecer os três na mesma noite. Bom passeio!

The Voice e os clássicos esquecidos

Spencer Amereno Jr., chefe de bar do Frank, atribui o caráter especial da casa a uma fórmula que soma coquetéis feitos com apuro técnico e contexto histórico a um ambiente intimista, num hotel que é ícone paulistano. Spencer trabalhou em casas, como MyNY e Isola, antes de aportar no Maksoud Plaza em 2015, recrutado por Henry Maksoud Neto para pilotar o bar no lobby do hotel, que, até então, chamava-se… Batidas & Petiscos. Rebatizado em homenagem a Sinatra, que se apresentou no Maksoud em 1981, o Frank fez sucesso instantâneo. “Já abriu explodindo”, diz Spencer. O conceito sempre girou em torno de jogar luz sobre clássicos esquecidos. “A gente foi lapidando, criando uma linguagem estética.”

A carta atual é uma homenagem à coquetelaria japonesa – que vem mudando muito. “Até poucos anos atrás, era muito técnica, mas datada esteticamente e em termos de ingredientes”, diz Spencer. Isto não significa ênfase em sabores japoneses, e sim em técnicas.

Um dos drinks mais bonitos e versáteis do cardápio é o Ataraxia, variação de um whisky sour, frutado, defumado e com uma nota de amêndoas. Uma infusão de carvão ativado lhe dá uma potente coloração negra. Um coquetel mais refrescante e menos alcoólico, bom para abrir os trabalhos, é o Hannibal Hamlin, com brandy de jerez e rum. No outro extremo da paleta de sabores, destaque para o Golden Heat, um drink adocicado (mas não demais), com grande complexidade e teor alcoólico de médio para alto. É um dos que mais fazem sucesso na casa.

Frank

Inauguração: 2015.

Bartender: Spencer Amereno Jr.

Grandes pedidas: Ataraxia e Golden Heat

Onde: Hotel Maksoud Plaza, Jardins.

Britpop em 120 pedidas