epharma reposiciona estratégia com foco em wellness e cria Grupo EP

Monica Miglio Pedrosa
Quando foi fundada pelo Dr. Luiz Carlos Monteiro, em 1999, a epharma foi pioneira ao introduzir no Brasil o Programa de Benefício de Medicamentos (PBM). Diferentemente dos Estados Unidos, onde os planos de saúde subsidiam o custo dos remédios para os pacientes, no Brasil o modelo se tornou viável por meio de um benefício corporativo, no qual as empresas assumem, total ou parcialmente, os custos com medicamentos para seus colaboradores.
Em 25 anos, a epharma implementou mais de 1.700 programas junto a centenas de empresas em todo o país, como Vale, rede Pague Menos e Sicredi, movimentando R$ 10 bilhões em transações na sua rede credenciada em 2024. Apenas no último ano, gerou uma economia de R$ 2,5 bilhões na compra de medicamentos para os usuários.
Em 2025, sob a liderança de Eduardo Mangione, CEO da epharma desde 2020, a companhia passa a operar como Grupo EP, adotando uma estratégia baseada na criação de três verticais de negócio: a Oxy, plataforma que amplia a oferta de benefícios com foco na saúde integral dos colaboradores; a Pixel Saúde, nova empresa dedicada à importação e entrega de medicamentos especiais com mais transparência e eficiência; e o Engage X, programa de engajamento que vai além dos tradicionais modelos de fidelidade, com lançamento previsto para junho.
Essa reestruturação visa potencializar a companhia a atingir a meta de R$ 1 bilhão em faturamento em 2030. Para sustentar esse crescimento em escala, a epharma aumentou em 30%, em relação ao ano anterior, o investimento em lançamentos de produtos, e contou que 25% de sua equipe já é formada por profissionais de tecnologia.
Foco em bem-estar e saúde integral
O primeiro pilar da nova estratégia é a plataforma Oxy, que expande a atuação da epharma para o cuidado integral da saúde. A Oxy criou um sistema de crédito em medicamento, que substitui os descontos em remédios, e permite às empresas subsidiarem tratamentos de forma mais eficiente e com maior controle sobre o uso.
A tecnologia é um diferencial da solução. A Oxy utiliza uma ferramenta que usa inteligência artificial e é capaz de reconhecer automaticamente até 85% das receitas médicas submetidas pelos colaboradores, agilizando autorizações e reduzindo a incidência de erros. Além disso, a jornada foi redesenhada para ser mais fluida e dar mais autonomia ao usuário. Com a OxyExpress, o colaborador pode realizar todo o processo de autorização pelo app e ir direto ao caixa da farmácia com um QR Code. Outra funcionalidade é a OxyStore, que permite a compra online com entrega em casa. A OxyFlex, por sua vez, oferece reembolso para compras feitas fora da rede credenciada. Por meio dos dados, a Oxy entrega insights estratégicos que auxiliam a gestão de saúde corporativa, oferecendo ao RH dashboards para monitoramento da saúde dos colaboradores.
Uma parceria com o Namu, aplicativo de bem-estar, incorporou à plataforma aulas de atividades físicas, práticas de meditação e yoga e conteúdo sobre alimentação saudável. A proposta é atender à crescente demanda por soluções que promovam saúde integral, com foco nas dimensões física, emocional, mental e espiritual, que previnam o surgimento de doenças, alinhando-se à tendência global do wellness.
Transparência na importação de medicamentos
O segundo pilar da transformação é a criação da Pixel Saúde, empresa dedicada à importação e entrega de medicamentos de alta complexidade, como os usados no tratamento de doenças raras. Com sede em Miami, nos Estados Unidos, a empresa nasce com o objetivo de verticalizar a operação, o que traz mais transparência ao processo, eliminando intermediários e reduzindo custos. “Nossa proposta é faturar R$ 150 milhões até o final de 2025”, projeta Mangione.
O terceiro pilar da nova fase da epharma é a evolução dos tradicionais programas de fidelização por ponto que existem no mercado, para uma proposta de engajamento mais efetiva, por meio do EngageX. A solução usará tecnologias como IA e machine learning para entregar recompensas mais personalizadas, incluindo retornos financeiros em Pix. Prevê, ainda, a ampliação do escopo de atuação para áreas como saúde ocular, consumer health e mercado pet. A ideia é aproximar marcas e consumidores com experiências mais relevantes e recorrentes.
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