Expectativa para a COP26 é de chamado definitivo à ação
Retomada econômica verde, inovação e desenvolvimento do mercado de créditos de carbono: saiba o que está em jogo para as empresas na COP26, a mais importante desde a assinatura do Acordo de Paris
Bem mais do que um encontro de ambientalistas para debater números e datas, o que se espera da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26, é um chamado definitivo à ação.
Por esse caráter prático, e pelo momento de retomada da Economia global, com o avanço dos índices de vacinação, inclusive no Brasil, é que a Cúpula, cuja abertura ocorrerá no próximo domingo, 31, em Glasgow, na Escócia, é tão importante para o setor empresarial.
Será a reunião do clima mais ambiciosa – e decisiva -, desde a de 2015, quando 200 líderes mundiais assinaram o Acordo de Paris, com o compromisso de tomar atitudes capazes de frear as mudanças climáticas em curso, com destaque para o aquecimento do planeta.
Mercado de crédito de carbono. Agora vai?
A expectativa é que, na ocasião, sejam anunciadas diretrizes que tornem viável a descarbonização e estimulem a recuperação Econômica verde.
A regulamentação de um mercado de negociação de créditos de carbono, aguardado há muito tempo, deve puxar a fila dos anúncios.
No Brasil, a proposta é encabeçada pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), desde 2016. Segundo cálculos da associação, esse mercado pode movimentar, numa primeira fase, algo entre R$200 milhões e R$ 300 milhões.
“Imaginamos que o crédito de carbono vai ser a nova commoditie e o Brasil pode ser o maior fornecedor do mundo”, disse Karen Tanaka, gerente técnica para energia, mudança do clima e finanças sustentáveis da entidade, em entrevista ao Experience Club, em fevereiro deste ano.
Empresas lideram movimento
O segmento corporativo não ficou apenas aguardando a Cúpula começar. Ao longo dos últimos meses, empresas se movimentaram, pressionando o governo brasileiro a assumir compromissos firmes em relação ao meio ambiente.
Numa das ações mais importantes nessa direção, um grupo de 100 corporações e 10 entidades setoriais associados ao CEBDS assinaram, em setembro, um documento chamado “Empresários pelo clima.”
“Nós não só sabemos combater as mudanças climáticas como já temos as soluções. O setor empresarial brasileiro tem adotado ações corporativas concretas, como o preço interno de carbono e as metas de neutralização, assim como está liderando iniciativas de políticas climáticas públicas com instrumentos de mercado e inclusão social. A COP 26 será uma oportunidade para compartilhar esse comprometimento e reforçar nosso engajamento mundial”, afirmou a presidente da entidade, Marina Grossi.
Inovar para salvar o planeta
Um dos consensos extraídos da Cúpula do clima convocada pelo presidente americano Joe Biden, em abril, foi o de que a capacidade de inovar será fundamental para evitar a catástrofe climática.
Nesse sentido, o papel das empresas será central para encontrar soluções que mitiguem riscos ambientais.
O Brasil, por exemplo, selecionou cinco startups que terão a COP26 como vitrine para apresentar seus negócios.
Texto: Luciano Feltrin
Foto: Markus Spiske / Unsplash
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