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Full-Spectrum Thinking: How to Escape Boxes in a Post-Categorical Future

Full-Spectrum Thinking

Autor: Bob Johansen

Ideias centrais

1 – O pensamento categorizador, que classifica pessoas, ideias e coisas com determinados rótulos, pode gerar conclusões precipitadas e limitar oportunidades. Ao manter somente esse tipo de mentalidade, o líder está despreparado para interpretar os desafios do futuro.

2 – O pensamento de espectro amplo não descarta a categorização, mas leva em conta as diversas possibilidades, de forma não-linear, resistindo a falsas certezas.

3 – No futuro, a hierarquia tende a ser mais flexível, com a autoridade distribuída e maior simbiose entre humanos e tecnologia. O RH deve seguir essa tendência, dominando novas ferramentas e identificando o que pessoas e máquinas podem fazer de melhor.

4 – Os nativos digitais, que já cresceram com acesso a mídias online, terão mais facilidade para adotar um pensamento de espectro amplo. A diversidade de faixas etárias e grupos populacionais na mesma organização é outro fator que impulsiona essa evolução de mentalidade.

5 – As empresas não vão se limitar a oferecerem produtos e serviços, pois também devem proporcionar experiências, tal como transformações pessoais e organizacionais, para manterem vantagem competitiva.

6 – Mesmo com um universo de dados à disposição, a busca por significado continuará presente entre pessoas e organizações.

Sobre o autor: Bob Johansen é membro ilustre do Institute For The Future (IFTF) e atua há cerca de 50 anos com previsões de mercado, organização do trabalho, transformações em empresas, liderança e uso de novas tecnologias. Já prestou consultoria para empresas como McKinsey, Tesco, UPS, Kellogg, Syngenta e McDonald’s, além de ser palestrante e autor ou coautor de 12 livros.

Introdução:

O pensamento de espectro amplo é a capacidade de procurar padrões e clareza pensando em diversas possibilidades – fora, por meio de, além, ou talvez mesmo sem categorias definidas – ao mesmo tempo em que você resiste a falsas certezas.

Afinal, as categorias podem emburrecer a forma como as pessoas enxergam umas às outras, pois o pensamento com rótulos nos afasta da compreensão do quadro geral. O pensamento de espectro amplo nos ajuda a ver de forma multidimensional como as coisas estão ligadas, ao invés de focar apenas no que diferencia uma coisa da outra.

Ao se prender em categorias, você tenta encaixar até mesmo as experiências novas em caixas antiquadas, sem pensar muito no assunto. Mesmo que você decida categorizar com cuidado, deve começar pensando primeiro em um espectro completo de possibilidades. Para o futuro, o ideal é conciliar a categorização cautelosa e o pensamento disciplinado de amplo espectro.

Eu tenho 3 objetivos neste livro:

  • Melhorar a forma como as pessoas pensam sobre o passado, o presente e o futuro;
  • Melhorar a forma como as organizações identificam e avaliam novas oportunidades de negócios;
  • Despolarizar as conversas estratégicas para permitir uma gama mais ampla de alternativas, além das escolhas binárias.

Parte 1: O passado não pode continuar

O futuro vai punir o pensamento categórico e recompensar o pensamento de espectro total, pois o que nos aguarda é uma confusão global que será muito difícil de categorizar.

Cap. 1 – Avançando para o pensamento de espectro total

É comum nos apoiarmos em um senso de identidade (profissional, religioso ou de interesses, por exemplo) como forma de autovalorização e para nos inserirmos em comunidades. Porém, com a Internet e a dicotomia entre identidade da vida real x identidade na vida online, a tendência é que esses aspectos sejam mais fluidos, com as pessoas assumindo diversos papéis em diferentes fases e locais.

Com isso, muda também a maneira de vermos os consumidores: se a publicidade sempre dividiu as pessoas em categorias, agora utiliza ferramentas online para identificar possibilidades de compra, sem entrar num processo engessado.

Assim, as empresas também tendem a se adaptar a identidades mais fluidas, com menor rigidez de hierarquia. As pessoas vão assumir diversos papéis em organizações dinâmicas, liderando ou acatando ideias dependendo das circunstâncias. O mesmo deve acontecer politicamente, já que com as mídias online os cidadãos podem se organizar e conciliar diferenças em torno de objetivos comuns, o que já ocorre com movimentos de jovens nativos digitais.

Cap. 2 – A coerção das categorias

Os nossos cérebros tendem a categorizar as novas experiências com rótulos já conhecidos, o que é limitante, já que em muitos casos os rótulos são predefinidos por autoridades externas. A categorização nos leva a julgamentos rápidos, que por vezes são incorretos.

O pensamento de espectro amplo não descarta o reconhecimento de rótulos, mas é um processo não-linear, que abre a nossa cabeça para além de categorias e estabelece linhas de pensamento. Isto é, categorizar pode ser útil em alguns momentos, mas é necessário fazê-lo com mais cautela, sem as “caixas” utilizadas no passado e no presente. Afinal, a generalização pode ser perigosa.

Cap. 3 – Escapando das caixas do passado

A forma de avaliar uma consultoria que oferece previsões de mercado é perguntar se o futuro previsto provocou insight e ação. Uma boa previsão deve conduzir a uma melhor estratégia, pois seu maior objetivo é provocar. Já o pensamento de espectro amplo vive entre a retrospectiva e a previsão, fortalecendo a nossa capacidade de imaginar uma série de futuros alternativos.

Uma força futura é uma onda de mudança tão grande, que é difícil imaginar que você possa pelo menos decidir se deseja ou não aproveitá-la. Trata-se de uma previsão, uma visão provocativa plausível e consistente daquilo que pensamos que irá acontecer. Mesmo em tempos altamente incertos, geralmente é possível prever com precisão a direção da mudança.

No futuro, o pensamento de espectro amplo vai demandar disciplina e o uso sofisticado de ferramentas digitais, redes e envolvimento com a próxima geração de líderes.

Parte 2: Novas ferramentas, redes e pessoas de amplo espectro

Com um futuro confuso, nós vamos precisar de uma mentalidade abrangente para ter alguma ideia do que está acontecendo. Isso será possível com uma nova combinação de ferramentas, conectividade e pessoas.

Cap. 4 – Esclarecer os filtros

Com a necessidade de um pensamento de espectro amplo, a tendência é que as redes se tornem mais poderosas, disponíveis e muito mais fáceis de utilizar. Essa mentalidade é intelectualmente exigente, mas a análise de big data, a visualização e o envolvimento lúdico tornarão muito mais fácil a prática.

A inovação em big data se concentra na capacidade computacional para coleta massiva de dados, mas não vale nada a menos que tenhamos análises para entender o que está acontecendo. Atualmente, as organizações estão coletando mais informações do que conseguem dar conta, então esses mesmos dados correm o risco de serem hackeados e utilizados indevidamente, minando a confiança em todo o processo e nas empresas envolvidas.

O futuro não envolve apenas inovação tecnológica, mas sim uma mistura criativa de tecnologia, conectividade e novas competências humanas – que vão atingir mais facilmente os nativos digitais. Com essas ferramentas, os novos líderes serão capazes de ver todo o espectro de possibilidades antes de decidirem o que fazer.

Cap. 5 – Redes de autoridade distribuída

As redes e a conectividade da próxima geração vão melhorar a nossa capacidade de ver, compreender e até incorporar todo o espectro de possibilidades. Essas ferramentas nos permitirão ver novos padrões e buscar uma nova clareza.

Um novo tipo de conectividade está a tomar forma hoje, à medida que passamos de redes centralizadas para redes descentralizadas ou realmente distribuídas. O mesmo deve ocorrer com liderança e autoridade: as fontes de confiança vão se tornar mais distribuídas e mais incorporadas nas redes de computadores. O maior poder estará nas bordas, não no centro.

É disso que se trata o blockchain, um esforço mental que vai além das categorias com as quais nos sentimos confortáveis. Em vez de confiança centralizada, o blockchain promete confiança distribuída, fluida. Assim, podemos levantar a questão: o que uma organização liderada por humanos pode oferecer que um algoritmo não pode? Acredito que haverá boas respostas para essa pergunta, mas muitas empresas ainda não têm nenhuma.

Cap. 6 – Os verdadeiros nativos digitais

Os verdadeiros nativos digitais estão mais preparados para o pensamento de espectro amplo, pois já cresceram com ferramentas e mídias digitais. Dessa forma, estão mais preparados para as colaborações homem-máquina, que estão reinventando a forma como aprendemos, como criamos valor e como construímos o mundo ao nosso redor.

À medida que a taxa de desemprego dos jovens permanece elevada em todo o mundo e as novas plataformas de trabalho reorganizam o trabalho num universo de consultores, freelancers, trabalhos de estilo Uber e celebridades da internet, cada vez mais pessoas passam a construir economias pessoais em torno dos seus portfólios individuais de competências, recursos e identidades. Um objetivo crítico da educação é preparar indivíduos de todas as idades para a construção de economias pessoais positivas e sustentáveis.

Os nativos digitais tendem a valorizar dados demográficos que não são filtrados de maneira tradicional. Ao mesmo tempo, o software de correspondência algorítmica e as vastas bases de dados pessoais cumprem a promessa de produtos, serviços e experiências altamente personalizados, criando novas expectativas – e novos desafios – para alunos, trabalhadores e organizações.

Eles vão prosperar em organizações que estão mudando de forma. Numa era de atribuições distribuídas, as pessoas devem se reinventar, para que possam dominar uma combinação flexível de tarefas.

Parte 3: Espectros mais amplos e novas aplicações para o futuro

As organizações – especialmente as empresas, mas também os projetos sem fins lucrativos, as agências governamentais e as forças armadas – terão necessidades crescentes de liderança de amplo espectro. Se ficarem presos numa mentalidade de categorização, os líderes vão enfrentar riscos desnecessários, por isso a tendência é aderir a espectros de inovação.

Cap. 7 – Espectros mais amplos de valor empresarial e social

As transformações podem ser pessoais ou organizacionais. A mudança econômica global vai incluir mercadorias, serviços, experiências e transformações pessoais. Será cada vez mais difícil ganhar dinheiro apenas com produtos, portanto as empresas mais bem-sucedidas vão criar experiências memoráveis, que incitam mudanças nas organizações e nos indivíduos.

Os serviços empresariais vão acelerar essa difusão da economia da experiência, amplificados por redes de autoridades distribuídas. O que hoje consideramos blockchain, por exemplo, vai fornecer plataformas para um novo espectro de ofertas de valor na intersecção entre dinheiro, tecnologia e identidade humana.

As organizações autônomas distribuídas (DAOs) devem se tornar possíveis ao longo da próxima década – o incômodo é o quão bem-sucedidas serão, a rapidez com que crescerão e se multiplicarão. DAO é uma empresa pertencente e operada por um algoritmo, e não por um ou mais humanos. A autoridade pode ser distribuída através de uma rede de recursos digitais.

Cap. 8 – Espectros mais amplos de hierarquia

As hierarquias só funcionam até um certo limite de complexidade, que já ultrapassamos. A clareza de pensamento é hierárquica no que diz respeito à direção, mas também é muito adaptável a circunstâncias imprevistas.

À medida que avançamos para o futuro, este é um bom momento para repensar conceitos clássicos, como “liderança nos bastidores” e “liderança servidora”. Os limites da organização se moldam a oportunidades, mas são ligados pela clareza da direção e dos valores fundamentais. As hierarquias mudam conforme as necessidades, mas haverá maior flexibilidade. Haverá, também, mais maneiras de ganhar a vida, só que ninguém vai controlar realmente as organizações: elas podem ser guiadas, mas não podem ser controladas.

Organizações que mudam de forma serão ótimas para os trabalhadores que estão prontos para o trabalho freelance. Em algumas plataformas de trabalho, já é possível que designers ou programadores especializados tenham rendimentos muito bons, com benefícios de saúde e previdência privada – embora, de acordo com o governo dos EUA, não tenham um emprego no sentido tradicional.

Cap. 9 – Espectros mais amplos de simbiose entre humanos e máquinas

O que hoje chamamos de “recursos humanos” será muito diferente no futuro, à medida que humanos e computadores se tornarem cada vez mais interligados.  Com isso, os profissionais de RH devem ter a capacidade de compreender melhor os talentos não-humanos. Na verdade, a maioria das pessoas será impulsionada de alguma forma pelos recursos computacionais, até que todos cheguem a ter supermentes.

As máquinas serão mais centradas no ser humano e os humanos serão mais amplificados digitalmente. Mais importante ainda: ao se enxergarem por meio desses verdadeiros espelhos digitais, as pessoas vão compreender de forma mais profunda o que os humanos fazem melhor, e o que significa ser humano. O desafio é manter o equilíbrio entre o que as pessoas e o que os computadores fazem bem, no meio da confusão contínua do mundo externo.

A seleção de talentos, a formação, o desenvolvimento de carreira e a rede de contatos continuarão a ser muito importantes – mas isso vai ocorrer num futuro de amplo espectro, em que recursos humanos e digitais serão misturados e inseparáveis. A IA terá um papel maior na seleção, mas os profissionais de RH terão a oportunidade de liderar esses caminhos, abraçar a tecnologia e realizar melhores treinamentos.

Cap. 10 – Espectros mais amplos de diversidade

Os líderes vão precisar de flexibilidade, fluidez e empatia para conseguirem se envolver de forma construtiva. Afinal, as categorizações e os julgamentos rápidos levam a erros e comportamentos ofensivos. No caso de gênero, por exemplo, as definições passam de estáticas a fluidas, levando a um leque de opções que ainda não foi determinado. Em questões sobre idade, a diversidade se torna mais importante ao mesmo tempo em que fica mais difícil de ser categorizada.

As pessoas buscarão ampliar a sua capacidade, não apenas economicamente, mas também física, mental e socialmente. As novas tecnologias nos ajudarão a reimaginar o que os corpos e as mentes humanas podem fazer. Assim, os indivíduos poderão transformar os seus próprios corpos em laboratórios de inovação e criatividade.

Um amplo espectro de realidades aumentadas e supermentes será comum nas organizações e na sociedade, o que vai propiciar uma visão cada vez mais ampla da capacidade humana. As infraestruturas distribuídas vão atrair maior diversidade organizacional e a economia de grupo vai tornar mais atraente a inclusão de indivíduos, organizações e sociedades.

Cap. 11 – Espectros mais amplos de significado

Uma pergunta perspicaz não pode ser respondida com sim ou não. Perguntas criteriosas fazem parte de um programa de condicionamento físico para desenvolver confiança e clareza, perguntas exigentes desafiam a certeza e cultivam a clareza. Uma previsão bem-feita de futuro, realizada em consultoria, muitas vezes provoca questões poderosas e perspicazes.

Mesmo com o enorme boom de informação disponível, as pessoas ainda procuram significado, talvez mais agora do que nunca. Rituais e hábitos podem ser um código condensado de significado, mas apenas se as histórias estiverem vivas nas mentes de quem acredita. Num mundo repleto de incertezas, a certeza sobre alguma coisa – qualquer coisa – pode parecer um alívio.

A simbiose homem-máquina poderia acrescentar uma dimensão adicional de significado. Como poderão os híbridos de máquinas e humanos desenvolver novas experiências de construção de significado?

Como líder, você deve ter o melhor desempenho no limite de sua própria competência, e não apenas em suas próprias áreas de especialização. Num mundo de autoridade distribuída, o poder da crença também será cada vez mais distribuído, o que vai influenciar indivíduos, organizações e sociedades. Espere mudanças, disputas e jogos de poder focados em criar significado, usando a promessa de significado como motivador. Estamos num perigoso jogo de esperança.

Conclusão: Pensamento de espectro amplo para um futuro urgente

A mentalidade de amplo espectro é uma forma robusta de visualizar, compreender e tornar o futuro melhor. Novas ferramentas, redes e uma próxima geração de líderes tornarão muito mais fácil praticar o pensamento disciplinado e abrangente. Os primeiros praticantes vão ter uma vantagem competitiva; mas futuramente todos serão obrigados a pensar em espectro total.

O passado não pode continuar – o que você pode fazer agora?

Identifique sinais e os organize num banco de dados em sua organização, a partir de hoje. Eleve a sua consciência sobre esses sinais, de todas as maneiras que puder. Identifique também o que pode limitar as oportunidades, como pensamento estreito e categorizado. Incentive e recompense o pensamento de espectro amplo para todos os níveis de aprendizagem. A estratégia de inovação deve começar agora.

Novas ferramentas, redes e pessoas de amplo espectro – o que você pode fazer agora?

Experimente ferramentas para ter maior clareza sobre autoridade distribuída, como blockchain. Recrute e promova verdadeiros nativos digitais para funções de liderança. Desenvolva um programa de mentoria intergeracional para sua força de trabalho.

Espectros mais amplos, novas aplicações para o futuro – o que você pode fazer agora?

Inicie um novo projeto de desenvolvimento de negócios sobre como transformar seus produtos em serviços, assinaturas, experiências e transformações pessoais ou organizacionais.

Crie e experimente um organograma animado. Realize uma cúpula sobre o “futuro dos recursos humanos” para explorar os recursos da computação humana. Realize treinamento sobre diversidade de espectro para todos os funcionários. Organize uma conferência sobre “significado no trabalho”.

Pensamentos finais

No futuro, as pessoas precisarão trocar a certeza e o conforto das categorias binárias pelo pensamento de espectro amplo. Essa mentalidade vai fornecer maneiras poderosas de dar sentido a oportunidades, sem presumir que as novas experiências possam se encaixar em antigas categorias, caixas ou rótulos. Assim, vai ajudar as pessoas a evitarem categorizações impensadas, como um antídoto contra a polarização e o pensamento simplista.

Se você categorizar os outros de maneira precipitada ou impensada, terá problemas. Da mesma forma, se você demorar muito e não conseguir ver um espectro mais amplo, poderá tomar decisões tarde demais. O pensamento de espectro amplo pode animar a zona criativa entre decisões prematuras e tardias.

O meu objetivo é encorajar empresas, funcionários públicos e indivíduos a pensarem além de categorias. O pensamento de espectro amplo terá muito mais nuances do que o pensamento categórico. E, possibilitado por uma nova combinação de ferramentas, o valor de espectros mais amplos de pensamento será escalável globalmente.

Este livro é uma previsão otimista, numa época em que há muito pessimismo. Uma nova mentalidade vai mostrar como somos diferentes. O desafio é que nós – indivíduos, organizações e sociedade – encontremos o nosso terreno comum no futuro e busquemos esse futuro positivo com clareza.

Full-Spectrum Thinking

Ficha técnica

Título: Full-Spectrum Thinking: How to Escape Boxes in a Post-Categorical Future [sem edição em português]

Autor: Bob Johansen

Primeira edição: Berrett-Koehler Publishers, Inc.

Resumo: Gisele Navarro

Edição: Monica Miglio Pedrosa

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