Lenovo ISG aposta em computação de borda com rede 5G
Cláudio Stopatto, novo country manager da empresa no Brasil, afirma que, com a retomada da economia e a relevância da tecnologia no pós-poandemia, a demanda cresce em empresas de todos os portes e segmentos
A aceleração da conectividade que será possível com a rede 5G tem impulsionado a Lenovo, empresa chinesa com atuação global, a investir em soluções de edge computing, ou computação de borda. A computação de borda é um modelo de computação distribuída em que os dados são armazenados e processados mais perto de onde são gerados. Com isso, o tempo de resposta diminui. No começo de dezembro, a empresa lançou no Brasil o servidor SE450, da linha ThinkEdge, no Lenovo Tech World Brasil 2021, evento realizado em São Paulo de forma híbrida.
“Esse é um servidor que processa dados usando recursos de inteligência artificial em qualquer local remoto, acelerando os insights de negócios na ponta”, afirma Cláudio Stopatto, que assumiu há três meses a posição de country manager da Lenovo ISG Brasil, divisão responsável por soluções de infraestrutura de TI. Antes, Stopatto foi por 14 anos executivo na Dell.
Segundo estimativas do Gartner Group, 75% dos dados gerados pelas empresas serão processados na borda até 2025. Em um país continental como o Brasil, essa descentralização é uma necessidade para muitos negócios, que geram grande volume de dados na ponta que hoje são transferidos para datacenters distantes para serem processados, afirma.
Em entrevista ao Experience Club, Stopatto mostrou-se otimista em relação à retomada do crescimento do país e à possibilidade de a Lenovo vender soluções tecnológicas para todas as empresas, de qualquer porte ou segmento de atuação. “As organizações já perceberam que alguns workloads funcionam bem em nuvem pública e outros são mais adequados para ambientes on-premises, de nuvem privada. Podemos ajudá-los nessa jornada de decisão com nosso portifólio de soluções flexíveis”, diz o executivo.
A empresa, que recentemente divulgou os resultados financeiros globais do segundo trimestre fiscal, anunciou um aumento de 65% na receita líquida no período, que passou de US$ 310 milhões para US$ 512 milhões. Na América Latina, o crescimento ano a ano foi de 73%, sendo que o Brasil corresponde a 43% da receita da região.
Veja a seguir os principais trechos da entrevista:
Motivação para assumir o mercado brasileiro
“O Brasil é um mercado superimportante no contexto de consumo de tecnologia. De uma forma geral, o brasileiro é um early adopter de novas tecnologias e o potencial da tecnologia para a transformação e a inclusão é imenso”.
“Aceitei a posição na Lenovo ISG Brasil pela possibilidade de poder participar ativamente e contribuir com as empresas que irão gerar um cenário mais inclusivo para seus clientes no país. Por possuir um portifólio amplo de soluções, que vão dos dispositivos móveis da Motorola, aos PCs e soluções de infraestrutura e datacenter, podemos fazer grandes transformações no mercado.”
Foco de atuação inicial
“No curto prazo, minha atenção está focada prioritariamente nos colaboradores da Lenovo. Por estarem próximos aos clientes e parceiros de negócio, eles me passam suas necessidades e prioridades de negócio. Estamos vivendo um momento de um certo otimismo em relação à possibilidade de retomada de crescimento e muitos dos nossos clientes precisam de apoio nesse momento. Eles precisam entender como priorizar os investimentos em tecnologia e se posicionar em relação às principais tendências de TI.”
Modelo híbrido de trabalho
“O que essa pandemia acelerou foi o reconhecimento de que o trabalho remoto é possível. De certa forma, nós subestimávamos a nossa capacidade de construir e manter relações nesse mundo virtual. Todo o meu processo de seleção na Lenovo foi virtual e a maioria das interações que estabeleço hoje na empresa são por áudio e vídeo”.
“Temos que ser capazes de construir uma relação de confiança mesmo quando a possibilidade de fazer isso presencialmente é limitada. O modelo híbrido vai tirar o melhor proveito das interações que precisam ser presenciais e que não funcionaram tão bem no remoto e vice-versa”.
“O Lenovo Tech World Brasil, realizado no início de dezembro em São Paulo, foi um evento híbrido: parte dos participantes e palestrantes estava no local e a outra parte assistiu de forma remota.”
Infraestrutura em nuvem híbrida
“A maioria das organizações já percebeu que tem workloads que são nativos da nuvem e que interagem bem com o ambiente da nuvem pública e outros que são mais adequados para um ambiente on-premises, de nuvem privada, em particular os de missão crítica, em que é necessário um pouco mais de controle e previsibilidade”.
“A infraestrutura da Lenovo permite essas múltiplas possibilidades. Ao final do dia, você está utilizando recursos computacionais de um servidor e recursos de armazenamento de um storage, seja essa nuvem pública ou privada. Podemos ajudar nossos clientes nessa jornada de decisão e garantir que esses ambientes sejam flexíveis a ponto de serem usados da forma mais adequada.”
Tecnologia para todos
“Não vamos nos dar ao luxo de escolher um segmento ou o porte de uma empresa. Após a pandemia, a tecnologia assumiu um protagonismo que talvez muitos não esperassem. Virou de fato o centro de discussão nas organizações e muitas vezes é o que permite gerar novos negócios”.
“Como provedor de tecnologias em um país como o Brasil, temos a obrigação de ajudar empresas de todos os portes. A tecnologia hoje é o habilitador de muitas pequenas e médias empresas e, durante a pandemia, representou uma questão de sobrevivência para muitas delas.”
5G e a revolução dos dados corporativos
“Muita gente diz que o 4G foi uma revolução para os usuários domésticos e seus smartphones e que o 5G será a revolução para os usuários corporativos”.
“Hoje, a coleta de dados em lugares remotos das organizações precisa ser transferida para um datacenter que seja capaz de processá-los. Com uma cobertura 5G, a coleta e o processamento de dados pode ser feita em qualquer local, em tempo real. É possível ter uma solução de edge computing em locais onde antes a rede não chegava”.
“O ThinkEdge SE450, que lançamos no último dia 8 de dezembro, é um servidor que faz computação de borda e está pronto para uso com redes 5G. Ele é robusto o suficiente para processar os dados usando recursos de inteligência artificial para a tomada de decisão em qualquer local, acelerando os insights de negócio.”
Metas globais ESG
“Seguimos os compromissos globais da Lenovo em seu relatório ESG anual. Até o ano fiscal de 2025/26, 100% dos produtos dos PCs conterão materiais reciclados pós-consumo e 90% das embalagens plásticas serão feitas a partir de material reciclado”.
“Recentemente fomos certificados como uma empresa Great Place to Work. As metas internas de inclusão e diversidade existem para dar um norte, ser uma inspiração e também ajudam os líderes a terem isso em sua agenda do dia a dia”.
“Mais do que ter as metas é importante estar em um ambiente em que isso de fato é levado a sério, onde você vê as coisas acontecendo.”
Compromissos futuros
“A divisão ISG da Lenovo é por si só uma grande frente global e uma prioridade da organização. A tecnologia da arquitetura ‘Client-Edge-Cloud-Network-Intelligence’ foi criada a partir das necessidades do nosso cliente”.
“Em novembro anunciamos os resultados globais e reafirmamos o compromisso de dobrar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento em três anos. A Lenovo é a empresa que globalmente tem mais clusters de high-performance computing espalhados pelo mundo. E essa é uma outra tecnologia que está crescendo e aqui no Brasil. Está começando a ganhar relevância.”
Texto: Monica Miglio Pedrosa
Foto: divulgação
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