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Porque a governança será chave para o futuro da economia digital

FEE

O jurista Sergio Moro abriu a programação do Fórum de Economia Exponencial, realizado pelo Experience Club, entre os dias 1 e 2 de dezembro, em modo 100% digital e aberto. Moro, que acaba de assumir como diretor da empresa de consultoria americana Alvarez & Marsal, falou sobre sua crença no setor privado para avançar na agenda anticorrupção e sobre o seu no papel em “ajudar as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção”.

Para ele, a Operação Lava Jato da qual foi responsável pela condução como juiz federal no Paraná, serviu como um “despertar” para as empresas. “Sistemas de compliance de fachada ficaram expostos durante a Operação Lava Jato. Hoje, acredito que o setor privado é o que tem as melhores condições para avançar nesta agenda. As empresas não precisam esperar os padrões de conduta do governo para fazer a coisa certa”, diz.

Moro falou ainda sobre as exigências internacionais de políticas de integridade e conformidade para as relações comerciais entre países e também para atrair investimentos. “Os standards a serem perseguidos estão no âmbito internacional e isso é um sinal positivo e bom para os negócios”, observa. 

Amanhã, o grande destaque é Gerd Leonhard, considerado o maior futurista da Europa. Acesse a programação completa e faça já a sua inscrição aqui.

O Fórum de Economia Exponencial contou com o patrocínio Master de Dedalus em copatrocínio com Microsoft e Intel, Oi Soluções, Oracle, Randstand e Regus. Teve também o patrocínio de Axway e Basf. E contou com o apoio de Johnnie Walker e Julio Okubo.

Destaques: 

1-  “O setor privado é o que tem as melhores condições para avançar nesta agenda [anticorrupção]. As empresas não precisam esperar os padrões de conduta do governo para fazer a coisa certa”

2- “Sistemas de compliance de fachada ficaram expostos durante a Operação Lava Jato. As empresas optaram em um primeiro momento por uma postura negacionista. Se tivessem adotado a postura correta desde o início, os danos reputacionais e financeiros poderiam ter sido menores”

3- “As políticas de integridade e conformidade serão mais exigidas internacionalmente seja nas relações comerciais ou para receber investimentos externos. E isso é um sinal positivo”

4- “Estamos atrasados em matéria de proteção de dados e combate a crimes cibernéticos. Apostaria num modelo de proteção semelhante ao dos EUA, que criaram os ‘fusion centers’, plataformas que viabilizam reunir sobre um mesmo teto agentes públicos e privados. São centros de compartilhamento de dados, estudos e pesquisas”

5- “ É preciso criar sistemas de prevenção e de regulação que coíbam crimes como lavagem de dinheiro para esses novos meios de transações como blockchain”

Depois de Moro, foi a vez do painel com Mariano Faria, CEO da VTEX. Ele falou dos desafios das empresas globais e foi sabatinado por um time de executivas de diferentes setores, entre elas Monique Lima, da Mimo, Solange Sobral, da CI&T, Ana Paula Bogus, da Rappi, Luiza Sarno, do Grupo Fleury e Emília Chagas, da GrowthHackers.

Para Mariano, o brasileiro tem feito muita diferença no cenário mundial, mas acredita que o potencial das empresas nacionais ainda está sendo subaproveitado. Para ele, o brasileiro e a América Latina são muito maiores do que o Brasil, por isso é importante arriscar uma internacionalização e se preparar para isso. “As empresas brasileiras devem combinar o jogo com seus stakeholders e shareholders de que o risco é inerente à saída do Brasil”.

Destaques:

1-  “Ser uma empresa brasileira é se absorver do ativo base que o Brasil tem que é essa engenharia criativa”

2- “O Brasil não é o mundo. Uma empresa que faz expansão global precisa criar um playbook e julgar seus resultados através do seu próprio passado”

3- “Quando se estabelece metas anuais, você deixa de mudar a companhia. As empresas digitais são imprevisíveis, é preciso se colocar vulnerável em situações que serão transformadoras”

4- “Hoje ninguém faz nada sozinho, o mundo é feito em cima de colaboração”

5-  “Estamos nos primórdios da transformação digital, ainda não chegamos na ruptura”

Amos Genish, sócio sênior e Head da unidade de varejo digital do BTG Pactual, falou do momento de turning point do setor financeiro brasileiro com a ascensão das fintechs. À frente da unidade digital de um dos maiores bancos de investimento da América Latina, Amos analisou o mercado atual e os desafios que aguardam os bancos tradicionais e garantiu que é possível competir de igual para igual. “O BTG, através da DRU, está trazendo o melhor dos dois mundos. Teremos todas as vantagens de um banco digital, mas com a confiança de um grande banco”. 

Destaques: 

1- “Com o conceito data-driven de negócios, as bigtechs também têm potencial de transformar o setor financeiro”

2- “No Brasil e no mundo o ambiente regulatório é muito favorável às fintechs e bancos digitais”

3- “O open Banking e o Pix são dois game changers importantes no mercado financeiro brasileiro”

4- “As pessoas que constroem o banco digital são os verdadeiros elementos-chave para a mudança de mindset”

5- “Se você for data driven, você vai ser competitivo”

Depois da visão de um grande banco, foi o momento de entender a perspectiva de uma empresa nativa digital. Edísio Pereira, Fundador e CEO do Z.Ro Bank, trouxe as dores, mas principalmente os aprendizados para quem quer empreender e chegar no crescimento exponencial. Para ele, o movimento de grande bancos em criar fintechs embaixo deles, não funcionou. “O caminho é ter várias empresas caminhando com suas culturas, correndo no paralelo para trazer as inovações”, opina. Ele também destacou a importância das pessoas no processo de construção de uma empresa e inovação de um negócio. “Uma fintech de verdade precisa ter gente boa no “fin” e no “tech” para inovar de fato”.

Destaques:

1- “Liderança é ação e não posição. O CEO tem que saber escolher os melhores da empresa”

2- “O  empreendedor tem que saber as regras do jogo. Saber as legislações e as regulamentações. A inovação pode acontecer justamente nas brechas”

3- “ O Brasil é o primeiro do ranking a proibir inovação. É o único país que tentou bloquear o whatsapp quatro vezes”

4- “A criptomoeda é a reta que vai distanciar quem acha que isso é coisa de nerd e quem vai liderar o setor”

5-  “Há uma diferença entre preço e valor. Então, eu proponho uma reflexão: quais são os valores que você carrega no seu bolso?”

Texto: Juliana Destro e Luana Dalmolin

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