ESG

Qual o seu plano para ajudar o Rio Grande do Sul?

Ricardo Natale

Mesmo que o desastre ainda não tenha acabado – na semana passada moradores de Porto Alegre que começavam a limpar suas casas foram surpreendidos com novos alagamentos e cidades que ficam na rota para o escoamento da água para o oceano ainda não puderam voltar pra casa – já é hora de pensar num plano para o futuro. Um plano emergencial, mas não só. A reconstrução de um Estado praticamente inteiro – 80% das 497 cidades do Rio Grande do Sul decretaram estado de calamidade em algum momento neste mês de maio – demanda muitos recursos.

Houve uma grande mobilização para entrega de doações emergenciais – água, alimentos, roupas – empresas de logística e transporte cederam seus equipamentos, indústrias reverteram sua produção para itens mais necessários, milhares de pessoas foram a campo para socorrer, alimentar e cuidar das pessoas. Tudo isso foi muito importante.

Mas agora é preciso pensar no longo prazo. Na reconstrução. E a reconstrução do Rio Grande do Sul não é um sprint, é uma maratona. Ou uma ultramaratona. Vai precisar de um plano muito bem desenhado e de muita resiliência para colocá-lo em prática.

Quinto maior Estado brasileiro em termos econômicos, o PIB gaúcho representa 5,9% do total do país. A paralisação da economia da região deve impactar inclusive o PIB brasileiro neste trimestre, embora o governo federal tenha prometido apoiar a recuperação nos próximos meses.

É claro que devemos esperar e cobrar ações do governo. Mas não só. Também precisamos nos perguntar o que nós, do setor privado, vamos fazer para ajudar, como vamos apoiar as empresas a retomarem sua produção e com isso manter os empregos e a economia rodando. Produtores agrícolas viram desaparecer sob as águas o que estava plantado e o que tinham armazenado. Indústrias perderam até suas instalações e as consequências vão além do Estado. O setor automobilístico, por exemplo, já está sentindo o impacto na cadeia de produção.

O prejuízo é gigantesco. Ainda é cedo para ter um número preciso, mas o governador Eduardo Leite estimou em pelo menos R$ 19 bilhões os custos com a reconstrução e R$ 14 bilhões a perda com arrecadação. Se as empresas vão deixar de pagar esse montante em impostos, dá pra imaginar – e multiplicar várias vezes – o prejuízo que terão com a perda de faturamento.

Precisamos de uma grande mobilização de empresários para os próximos passos. Cidades terão que ser reconstruídas, empresas já estabelecidas terão que recomeçar do zero.

Por isso eu pergunto: você já pensou o que vai fazer para ajudar?

Nós aqui no Experience Club estamos trabalhando na construção de uma plataforma para doações para o Rio Grande do Sul e estímulo ao consumo de produtos e serviços de empresas gaúchas. Vamos também fazer uma série de jantares com grandes chefs, mobilizando a nossa comunidade para arrecadar recursos. Uma ação de impacto no longo prazo, que seja capaz de apoiar o Rio Grande do Sul para além deste momento.

É hora de ajudarmos e realmente trabalharmos em rede.

Carta do CEO
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