CEO da Azul mira destinos fora das grandes cidades e anuncia investimento R$ 5 bi no Brasil em 2024
Por Monica Miglio Pedrosa
Americano apaixonado pelo Brasil, John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas, foi o speaker da primeira Confraria de CEOs de 2024 na noite de ontem, evento exclusivo do Experience Club que recebeu 130 CEOs de grandes empresas do país na Experience House, em São Paulo. O executivo contou a trajetória da Azul desde a chegada no país e sua visão estratégica diferenciada para o negócio. “Nossos concorrentes direcionam 92% dos voos para apenas três cidades: Rio, São Paulo e Brasília. Para a Azul, essas cidades representam apenas 38% dos voos. Servimos 100 destinos neste país que ninguém mais serve. Somente nós pousamos nessas cidades.”
Entusiasta dessa diversidade e regionalidade brasileira, John convocou os CEOs presentes ao evento a conhecer a grandiosidade do país, olhando para além de São Paulo. “Brasil é o agro, o Norte, o Nordeste, o interior de Pernambuco, o interior do Rio Grande do Sul. Isso é Brasil”.
Apesar dos desafios do nosso país, o executivo acredita que existem muitas oportunidades de negócio. “Quando cheguei no Brasil, em 2008, investi US$ 200 milhões na Azul, com o câmbio do dólar a R$ 1,58. Nessa época, o mercado inteiro de aviação transportava 50 milhões de passageiros. Em 2024, somente a Azul vai transportar 35 milhões de passageiros”, conta, mostrando que a companhia ajudou a expandir o acesso ao transporte aéreo no país. Na visão do CEO da Azul, atualmente o grande “vilão” dos altos preços da passagem aérea é o preço do combustível, não as companhias aéreas.
Na trajetória da companhia, ele lembrou do início de 2020, quando a Azul negociava a venda da TAP por 800 milhões de euros, tendo comprado a companhia a 100 milhões de euros. “Fui ganancioso e achei que podia chegar a 1 bilhão de euros nessa venda. E aí veio a pandemia. Seis meses depois, negociamos a TAP por 55 milhões de euros.”
Apesar do momento difícil durante a pandemia, John comemora a retomada e investe no crescimento da companhia. “Entramos na pandemia cerca de 30% menores do que um de nossos concorrentes de cor laranja [Gol]. Vamos terminar 2024 20% maiores do que a empresa”, projeta.
Ele anunciou que vai investir R$ 5 bilhões no Brasil em 2024 para continuar crescendo e projeta a compra de 23 novas aeronaves para a frota, a maioria fabricada no Brasil, em São José dos Campos. “Cada aeronave nova custa US$ 50 milhões e gera cerca de 400 empregos diretos”, revela. Atualmente, a Azul emprega 16 mil colaboradores.
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