Gestão

Onde um CEO pode estudar aqui no Brasil?

Ricardo Natale

Como um CEO se mantém atualizado, informado sobre novas tecnologias, onde aprende novas técnicas de gestão, aperfeiçoa suas habilidades de liderança e gerenciamento de equipes? Onde um profissional já bem experiente se mantém na ponta com o que existe de mais moderno no mundo?

Eu tenho conversado com CEOs, CIOs, CMOs, VPs de RH, e o que vejo é que nosso mercado não está possui programas de reskilling e upskilling para a alta liderança. Não temos um curso que atenda a esse perfil, embora existam, sim, muitos cursos, especialmente digitais, para formação de uma nova geração de empreendedores e jovens executivos.

Mass elas não respondem às necessidades da alta liderança.

Talvez por isso, muitos executivos buscam essa formação fora do Brasil.

Existem algumas escolas de negócios de ponta no mundo. Stanford, MIT, Harvard, Columbia, Kellogg, nos Estados Unidos; INSEAD, na França; London Business School, na Inglaterra; a Universidade NOVA, em Portugal; o IMD, na Suíça. É nesses centros que os nossos líderes empresariais estão buscando formação.

Claro que não tem nada de errado em estudar no exterior. Não é esse o problema. Mas nem sempre é possível dar uma pausa na carreira pra passar um tempo fora. E não deveria ser necessário ter que escolher entre manter a posição profissional e se atualizar.

Por outro lado, essa atualização é absolutamente necessária, cada vez mais num mundo em transformação profunda – como pudemos constatar, por exemplo, na recente edição do SXSW, no começo do mês.

Semana passada, num evento de que participei, o economista, autor e professor Eduardo Giannetti da Fonseca falou sobre os entraves que o Brasil não consegue desfazer, e lembrou que a geração que está na liderança das empresas se formou há quase 30 ou 40 anos. Ou seja, muito experiente, mas precisando de um reskilling, de pensar em soluções novas para os problemas (nem tão novos). O Brasil não vai resolver os problemas da nossa economia nas mesas dos analistas de investimentos, disse Giannetti. O Brasil vai desatar esse nó nas salas de aula.

Eu achei isso muito potente. Precisamos voltar para a escola. E precisamos ter essas salas, muito qualificadas, prontas para receber um público já altamente preparado, aqui em São Paulo. Precisamos de escolas de liderança. Precisamos urgente da escola do futuro.

Carta do CEO
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