Nunca se esqueça que a sua empresa é uma empresa de pessoas
Por Ricardo Natale
Semana passada, num evento da Tegra, eu perguntei para o Paulo Correa, CEO da C&A, se a companhia que ele lidera era uma empresa de varejo ou uma empresa de tecnologia. “É uma empresa de pessoas”, respondeu o Paulo.
Isso me marcou muito e me fez pensar. Claro, essa definição faz todo sentido. Afinal, apesar de toda a tecnologia envolvida na operação de um negócio que tem lojas físicas e online, milhares de fornecedores e milhões de clientes, é entre as pessoas que essas trocas acontecem.
Estamos num momento em que se fala muito sobre inteligência artificial, criação de textos com o ChatGPT e layoffs nas empresas tech. Tudo isso traz um medo muito grande da tecnologia e uma percepção de que ela domina a nossa vida e os nossos negócios.
É verdade que a tecnologia é muito importante e em relação a ela vivemos hoje três desafios muito grandes:
– O fantasma da inteligência artificial;
– A necessidade de enxugar custos e como isso está levando a demissões;
– E o desejo de muitos profissionais de continuar no trabalho remoto, sem disposição para voltar ao presencial.
São temas ligadas a tecnologia, mas que, no fundo, dizem respeito às pessoas. Como o líder consegue lidar com essas questões? Como compatibilizar as demandas da Geração Z, que rejeita o trabalho presencial e ao mesmo tempo sente a necessidade de criar laços emocionais?
Se manter atualizada com os desejos da nova geração é um dos maiores desafios da liderança. Mas é preciso ficar atento a isso.
Ainda vejo grande parte dos líderes encarando esses assuntos de uma forma tradicional, antiquada, olhando o negócio apenas pelo negócio. Essa maneira de ver as coisas já está ultrapassada. Hoje uma empresa não é apenas um negócio. Ela é também uma comunidade. E para ser atraente para os jovens, ela precisa atualizar sua linguagem, seu modo de ver o mundo.
Como diz o futurista Tiago Mattos: você quer que a sua empresa esteja viva daqui a 30 anos? Então pare, desenhe o seu modelo para daqui a 30 anos agora, e direcione a empresa para isso. Quem não fizer isso corre o risco de pegar o caminho errado e só perceber muito depois que o mercado foi por um lado e ele foi pra outro.
Um exemplo citado por Matos em suas apresentações: a L´Oréal, gigante mundial de cosméticos, centenária, já pensa como será a maquiagem daqui a 30 anos. A empresa já lançou um aparelho que faz produtos 100% personalizados para a pele do cliente. Do lado de sua liderança, a empresa está se posicionando para o futuro.
E você, já pensou se está preparando sua empresa para daqui a 30 anos? Ou está apenas repetindo o passado?
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