Venture Capital

Os planos da Caravela para descobrir os novos unicórnios brasileiros

Um pé em São Paulo – centro dos negócios e finanças do país e outro na Região Sul, onde o ecossistema de inovação está em plena ebulição.

É com esse racional que surge a Caravela, gestora de venture capital fundada por Lucas de Lima e Mário Delara, com sede em Curitiba (PR), que acaba de lançar seu primeiro fundo.

Ao todo, serão aportados R$ 75 milhões em startups que combinem soluções inovadoras, escaláveis e grande potencial de crescimento e consolidação setorial. Ou seja, candidatas a futuros unicórnios.

O objetivo é aportar recursos em até 20 empresas nos próximos três anos. Os cheques irão de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões.

Embora não descarte investir em empresas de São Paulo, a Caravela tem como foco cidades do Sul – com destaque, além da própria Curitiba, para Blumenau, Itajaí, Florianópolis e Joinville.

“O Sul como um todo sempre teve uma cultura empreendedora muito forte. E, mais recentemente, nesses locais, o ecossistema de inovação e empreendedorismo se desenvolveu bastante. Por isso, há muitas oportunidades de negócios”, observa Lucas.

O investidor, que já atuou como investidor-anjo em startups como Contabilizei (serviços de contabilidade online), James Delivery (app de delivery adquirido pelo Grupo Pão de Açúcar) e Tecnofit (software de gerenciamento para academias), foi também um dos responsáveis por colocar em prática o Curitiba Angels, no qual investe.

O primeiro aporte do fundo da Caravela ocorreu em janeiro deste ano. A escolhida foi a curitibana PhoneTrack, do segmento de Marketing de Gestão de Vendas.

GARIMPO

A busca pelas futuras investidas está esquentando. Todos os meses, a gestora recebe em média 50 candidatas.

“Estamos analisando negócios que tenham potencial para crescer 30, 50, até 100 vezes. De forma que outras rodadas de investimento nessas empresas possam fazer sentido no futuro”, explica o sócio Mário.

Em seu currículo estão investimentos no Spotify, Zippi, Nimbly, Nex e no James Delivery. O empreendedor foi ainda gerente de capital de giro da Kraft Heinz nos Estados Unidos e analista na Burger King.

A Caravela tem em seu DNA duas características bem marcantes no universo de investimentos. A primeira diz respeito a seu caráter agnóstico. A gestora não escolhe setores específicos para investir. Dessa forma, mais importante do que o segmento em que a empresa atua é o time que está à frente da operação e o potencial inovador da startup.

A filosofia mão na massa é o dia a dia do fundo. Nesse sentido, a principal aposta da gestora é uma rede de quase 20 mentores, cuja experiência pode auxiliar as futuras investidas no inevitável processo das “dores do crescimento”.

“A ideia é acionar esses profissionais, que também são investidores do fundo, para que eles compartilhem seu conhecimento e possam colocar a mão na massa sempre que for preciso”, diz Lucas.

“Quem toca o negócio, claro, é o empreendedor. Mas essa rede pode agregar ferramentas para ajudar a ter foco na tomada de decisão. A experiência de quem já sofreu na pele como empreendedor também faz com que se economize tempo nas decisões”, completa.

Texto: Luciano Feltrin

Foto: Divulgação

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