Como aplicar AI na transformação da sua empresa
A integração de novas tecnologias aos negócios tem se mostrado fundamental para a competitividade de qualquer empresa. Em uma economia digital, captar dados e saber como trabalhá-los de forma rápida e segura é um dos fatores cruciais para que uma corporação se adapte às demandas cada vez mais voláteis de um mercado em constante transformação. Seja desenvolvendo novos produtos e serviços, seja através de processos mais eficazes.
Dentro desse universo, talvez nenhuma tecnologia seja tão importante quanto a inteligência artificial. É ela que permite a automatização de uma série de tarefas repetitivas, facilita a descoberta de padrões em imensas quantidades de dados e funciona como elo de integração entre outras tecnologias revolucionárias, como IoT, blockchain e robótica.
Para entender melhor como usar tudo isso nos negócios, o Experience Club conversou com a consultora, professora, palestrante e escritora Martha Gabriel, que assina o livro “Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital” e se prepara para lançar um livro específico sobre inteligência artificial para executivos. “Um dos desafios que as pessoas de negócios têm é encontrar cursos ou livros de inteligência artificial que não sejam muito técnicos”, diz Martha. “O que eles precisam é saber como montar uma equipe que entenda dessa parte técnica e que seja capaz de fazer os links com os processos de negócios”, avalia.
Confira os principais insights extraídos da entrevista com Martha Gabriel:
- O básico da Inteligência Artificial. Um executivo tem que entender, primeiro, o que é inteligência artificial. Pouca gente sabe que inteligência artificial é um leque de habilidades, como a inteligência humana. Não é uma coisa única. Tem gente que é mais inteligente corporalmente, tem gente que é mais inteligente para matemática. Ou para línguas. A inteligência artificial também é assim. Então, é importante entender em que grau a gente está e para onde está indo. No caso de executivos que tem que tomar decisões estratégicas, como um CEO, é preciso entender quais são as possibilidades tecnológicas e como fazer o link de processos de negócio com a tecnologia.
- Inteligência Artificial hoje: Apesar de ser uma tecnologia antiga, a inteligência artificial voltou com tudo nos últimos cinco anos. Machine learning ganhou projeção. É possível fazer deep learning dentro de machine learning. É o que está por trás da visão computacional e de muitas outras funcionalidades que não eram possíveis antes e que agora crescem muito rápido. Tudo isso tem tornado a inteligência artificial um diferencial competitivo imenso para os negócios. Nesse sentido, a IA é a primeira das tecnologias que estão reconfigurando o planeta. Não é tendência, já está aí. Com o volume de dados disponível hoje, é possível fazer aprendizagem de máquina em muitas áreas para identificar padrões e descobrir coisas novas.
- Integração de tecnologias: IoT, Big Data e AI trabalham muito conectados. Sem dados, não é possível processar nada. Só ter dados, sem inteligência para processar, não adianta. Para ter dados, é preciso capturá-los no mundo físico, com IoT, alavancado pelo 5G. São quatro tecnologias que permitem o trabalho integrado de inteligência. Por exemplo, um drone comandado por inteligência artificial pode captar imagens de uma plantação que, depois, serão analisadas por outro sistema que irá aprender com machine learning quando uma folha está doente ou não e quais são os padrões que leva a situação estudada. O uso de machine learning em cima de imagens específicas e o processamento de imagem abre “um milhão de possibilidades”.
- Robótica: Em alguns negócios, não adianta só saber o que fazer. É preciso fazer no mundo físico. É aí que entra a robótica. Corpos artificiais empoderados ou guiados por AI tem autonomia para resolver situações de contexto. Com o coronavírus, coisas que eram ainda experimentais acabaram entrando em uso. Entregas, atendimento e por aí vai. Tem coisa que robô com inteligência artificial faz que um humano nunca faria, como entrar em determinados lugares ou navegar no espaço. Em várias atividades específicas tanto a AI quanto a robótica complementam o que o ser humano pode fazer. Inclusive reduzindo riscos.
- Blockchain: O uso do blockchain reconfigura a confiança e o modo como fazemos transações no mundo. Se pensarmos que tudo são transações, muda-se a forma de registro de ações e de validação delas; basicamente, a forma como o mundo opera. Blockchain, inclusive, está por detrás das criptomoedas e de um monte de processos de confiança, como votações e de transparência. O blockchain tem um potencial enorme para mudar as regras do mundo.
- Nanotecnologia: A nanotecnologia permite a manipulação da matéria em seus níveis mais básicos. E isso cria a possibilidade de integração da corpos artificiais com corpos orgânicos, além de permitir coisas mais simples, como mudar a cor ou adicionar funcionalidades a qualquer coisa.
- Humano ampliado: O humano ampliado, uma das grandes tendências segundo o Gartner, está ligado à AI. Ela ajuda a expandir nosso potencial. O uso de um exoesqueleto, para carregar coisas, e do Waze, para escolher os caminho, são exemplos. É preciso entender como a tecnologia funciona e de que formas ela nos afeta, porque tudo isso está ligado com os negócios.
- Soluções modulares: A maneira como uma empresa articula as novas tecnologias faz toda a diferença para o negócio. Novas soluções e algoritmos surgem o tempo todo e podem ser usados dentro da qualquer empresa. Mas é preciso ter alguém na equipe, ou em algum departamento, que acompanhe como as novas tecnologias estão evoluindo.
- Da teoria à prática: A construção de soluções usando inteligência artificial e novas tecnologias normalmente funciona como um Lego. A empresa só desenvolve o que é seu, específicamente. Há muitos algoritmos já desenvolvidos para um milhão de coisas. O céu é o limite. Hoje, quatro grandes players de cloud inteligente são IBM, Amazon (com a AWS), Microsoft e o Google. Com a evolução computacional, é possível replicar habilidades humanas de acordo com os objetivos que a empresa têm. Basta saber estruturar uma equipe que tenha as competência necessárias para isso e possa dialogar para comprar ou montar esse Lego.
Texto: Dubes Sônego
Imagem: Divulgação
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