ESG

Certificada pelo Sistema B, Copastur investe em tecnologia para otimizar a gestão de viagens corporativas

Edmar Mendoza

Por Monica Miglio Pedrosa

Empresa familiar que completa 50 anos neste mês, a Copastur teve um boom de crescimento nos últimos três anos. “Quando as empresas retomaram as viagens corporativas após a pandemia, houve uma explosão da demanda, já que elas buscaram parceiros capazes de entregar uma gestão mais efetiva dos custos”, conta Edmar Mendoza, Diretor Executivo da Copastur. Segundo dados da Abracorp (Associação das Agências de Viagem Corporativas), a empresa expandiu seu market share no mercado de viagens corporativas de 4% em 2019, para 20% em 2022.

A empresa não divulga o faturamento de 2022, mas efetivou 3,2 milhões de transações, que englobam os serviços aéreos, de veículos e de hospedagens, no valor total de R$ 1,9 bilhão. São mais de 600 clientes, entre os quais Carrefour, Vale, Samsung e Itaú. A Copastur conta com diversas marcas e frentes de atuação, sendo o carro-chefe a gestão de viagens corporativas (B2B). “Em um grande grupo varejista conseguimos alcançar 32% de economia nos custos no primeiro ano do projeto”, diz o diretor da empresa.

Em entrevista ao [EXP], Edmar conta como a Copastur recebeu a certificação do Sistema B e como o investimento em boas práticas de ESG, além do uso da tecnologia em prol da inovação são parte da receita de sucesso do negócio.

A Copastur está fazendo 50 anos nesse mês, como foi o início dessa história?

Edmar Mendoza – Somos uma empresa do ecossistema de turismo, com diversas vertentes de atuação.  Meus pais adquiriram a empresa em 1982 para entrar no segmento, mas o negócio já existia desde 1973. Desde muito pequeno eu já vivia este mundo, sempre tive uma relação muito próxima com a empresa, vou completar 19 anos trabalhando diretamente no negócio.

No início, a Copastur fazia os procedimentos tradicionais de emissão de passagem e reserva de hotel e foi se encaminhando para atender o mercado corporativo. Hoje o B2B é nosso carro-chefe em termos de faturamento. Temos clientes, como a Stefanini, que estão conosco desde o início. Quando entrei, me envolvi muito com o uso da tecnologia e a gestão comercial e fomos ampliando o negócio em diversas frentes e marcas.

Quais são essas frentes de atuação?

Além do B2B, atendemos os colaboradores de nossos clientes corporativos como pessoa física, em suas viagens de lazer. Temos uma marca que oferece serviços premium, a Goya, que promove viagens personalizadas de alto padrão, tanto para lazer como a negócios. Ele tem serviços diferenciados como concierge dedicada, assistência portuária e fretamento de jatos executivos ou helicópteros, entre outros.

Entramos também na organização de eventos, desde a logística até a criação e desenvolvimento das experiências, promovendo ações de live marketing para nossos clientes. Também temos uma marca, a Copastur Energy, que atende de forma especializada o setor offshore, atendendo as necessidades específicas do transporte de tripulações, que é muito complexo e exige uma maior personalização no atendimento.

Como os anos de pandemia impactaram nos resultados do negócio?

No início, em 2020, tivemos um impacto forte, mas estávamos bem estruturados e conseguimos passar pelo período mantendo todos os 320 colaboradores da época. A partir do momento que os negócios e as viagens foram retomados, houve uma explosão da demanda, muitas empresas nos procuraram para uma gestão mais efetiva das viagens. Um dos índices que acompanhamos é o da Abracorp (Associação das Agências de Viagem Corporativas) e lá nosso market share saltou de 4% para 20% depois da pandemia. Hoje temos 980 colaboradores e seguimos em expansão.

De que forma vocês conseguem otimizar a gestão de viagens de uma empresa?

Ao iniciar o trabalho com um cliente, atuamos sempre de forma estratégica, para promover uma gestão inteligente das viagens corporativas. Isso pode acontecer de várias formas, desde a criação ou revisão da política de viagens, até a negociação anual de tarifas de hotel, locação de carro e tarifas áereas, que permitem uma boa redução de custos.

Em um grande cliente varejista, alcançamos 32% de economia no primeiro ano de projeto, após termos assumido a centralização da gestão das despesas de viagens. No segundo período do projeto, a economia foi de 29%. Ou seja, trabalhamos sempre com indicadores claros e mostramos os savings e o ROI do investimento.

Como vocês usam a tecnologia para inovar o negócio?

Criamos o Copastur Labs há um ano para acelerar nossa jornada de transformação digital. Ele é um hub de inovação colaborativo que usa tecnologias como inteligência artificial, data science e machine learning para desenvolver soluções que melhorem a experiência do nosso usuário.

Um dos produtos mais recentes, lançado no início deste ano, é o aplicativo Mobilidade Copastur, que veio de demandas de nossos clientes. Pelo aplicativo, é possível encontrar com facilidade motoristas de plataformas como Uber, ou 99, mas também serviços que atuam de forma analógica, como motoristas de confiança do executivo ou cooperativas locais, de cidades menores, não atendidas por essas plataformas tecnológicas. Vamos buscar e cadastrar estes fornecedores locais de pequenas cidades para poder atender às necessidades de todos os nossos clientes, nas cidades que eles demandam esse tipo de serviço.

Um diferencial é que o aplicativo faz a leitura e checagem da política de uso de transportes de cada empresa do ecossistema, permitindo ou não o acesso ao serviço. Imagine que cada empresa tem suas normas e regras de uso, de acordo com o cargo do colaborador, horário que ele vai usar o transporte, cidade em que está etc. A tecnologia facilita o que seria extremamente complexo de validar manualmente.

Vocês recentemente foram certificados como uma empresa do Sistema B. Como foi esse processo na organização?

Essa é uma certificação da qual nos orgulhamos muito. O trabalho começou há 8 anos, época em que nossa empresa era tradicional, hierarquizada, com modelo de gestão de comando e controle. Eu pessoalmente não acreditava naquele modelo e, com outros colaboradores, criamos um Comitê de Gestão para colocar algumas metas para a empresa e mudar os processos.

A primeira meta foi a de ser uma empresa Great Place to Work. Depois de conquistar esse objetivo buscamos o selo de empresa humanizada. Em 2014, fomos a primeira agência de viagens certificada ISO 14001, o que demonstra nosso compromisso com a gestão dos riscos ambientais do nosso negócio. Depois veio a certificação ISO 9001, que é um sistema de gestão da qualidade para a melhoria contínua. Também somos mantenedores do Capitalismo Consciente Brasil.

A certificação no Sistema B foi um processo que durou dois anos. O mais interessante é que com cada um desses selos e certificados aprendemos como evoluir o negócio de forma sustentável. São conquistas que nos fazem ser melhor a cada ano e gerar impacto positivo nos colaboradores, clientes, fornecedores e em todo o mercado.

 

Quais são as boas práticas de ESG da Copastur?

Em relação às práticas ambientais temos não só os certificados ISO acima mencionados, mas também um Comitê de Sustentabilidade que existe desde 2015 e que executa ações socioambientais dentro e fora da empresa.

A certificação do Sistema B comprova que trabalhamos também para atender os interesses de todos que fazem parte do ecossistema, como colaboradores, comunidade, meio ambiente, clientes, praticando uma boa governança corporativa.

Em relação à inclusão e diversidade, o primeiro passo foi a criação de um Comitê para desenvolver ações de promoção da cultura inclusiva, treinamentos e ações de conscientização de diversos temas dessa pauta. Hoje temos uma área de diversidade com metas próprias de inclusão: 63,2% dos colaboradores são mulheres, sendo 51% em cargos de liderança.

Em 2021 produzimos, em parceria com a plataforma Guia Negro e a Sou+Carioca o minidocumentário “Afroturismo: Tempo de Liberdade”, que foi premiado na categoria Comunicação Inclusiva do Prêmio Diversidade em Prática, promovido pela Blend Edu.

Quais são os planos da Copastur para 2023?

Estamos neste momento revisando nossas metas para o ano, que haviam sido projetadas inicialmente para 35% de crescimento, mas que já foram ultrapassadas. Também continuamos a expandir internacionalmente. Os próximos países serão o Equador, Peru e Panamá.

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