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Como a Vitacon quer elevar o real estate à nuvem

A virada de 2020 marca os 10 anos da Vitacon, a construtora criada por Alexandre Frankel, que hoje opera com 70 prédios e mais de 25 mil clientes na capital paulista. E o lema rumo a 2030, segundo o empresário, é “menos bricks, mais bytes”. Além do trocadilho, o que isso quer dizer?

A empresa, que é especialista em unidades compactas, aposta na criação de “hubs urbanos”, criando um ecossistema de startups de serviços ao seu redor. “Queremos entregar moradias on demand, que sejam fluidas e acompanhem o momento de vida do cliente. Vivemos a era da desmaterialização dos imóveis”, diz Alexandre.

Recentemente capitalizada com o aporte de 50 milhões de reais da Redpoint eventures (leia a matéria) na Housi, sua gestora de imóveis residenciais, a companhia vem crescendo num ritmo de 50% nos últimos três anos e seu foco está nos investidores, que já respondem por 95% dos clientes. Além disso, a Vitacon aposta nos preceitos da economia compartilhada, com a oferta de espaços comuns, como lounges, lavanderias, cozinhas e um pool de serviços que estão na mão dos usuários via app. 

O prédio-conceito da Housi que fica na Bela Cintra, em São Paulo, traduz este mindset. São 90 unidades que podem ser locadas pelo tempo que for necessário e estão prontas para o uso imediato, incluindo uma oferta de serviços agregados que vão desde pontos de retirada de delivery de comida (ifood), motos, carros e patinetes para aluguel, até uma sala de videoconferência, onde é possível fazer uma consulta, em parceria com a Docway, empresa de telemedicina

Ainda neste ano outras unidades “full service” serão inauguradas: Avenida Paulista, Centro, Jardins e Faria Lima.

“Ninguém mais vai ter que contratar os serviços de uma assinatura de TV, brinca Alexandre que explica ainda que os clientes poderão usar as áreas comuns de qualquer uma das unidades-conceito, numa espécie de membership.

DADOS NA TOMADA DE DECISÃO 

Mas, como definir quais serviços devem ser ofertados? Para isso, a empresa conta com uma equipe especializada em data analytics que atua lado a lado com desenvolvedores para mapear quais são as necessidades e, a partir daí, fazer uma entrega coerente. Os resultados, até agora, têm sido satisfatórios. Segundo Alexandre, os imóveis geridos pela empresa alcançam valores até 50% acima da média de mercado.

As taxas de ocupação dos imóveis também são altas. Ele ilustra este ponto com um exemplo bem-sucedido de um empreendimento na Avenida Paulista, próximo ao hospital Sírio Libanês. A identificação de uma demanda vinda de uma comunidade de médicos, cuidadores e profissionais da saúde, no geral, foi o que definiu as diretrizes do empreendimento. 

Em um único fim de semana, as 490 unidades foram vendidas. “Buscamos os ativos de acordo com a demanda já pré-existente. São os dados que puxam a nossa produção. É uma inversão da lógica do mercado tradicional de real state”, diz.

Assista a entrevista de Alexandre para a EXP TV.

Texto: Luana Dalmolin

Imagem: Gabriel Bertoncel e Ariana Lima| Experience Club

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